Dynasty volta para a segunda temporada com a promessa (e novos personagens!) de ajeitar a série, aparar algumas pontas, e dar um jeito na casa (na Mansão Carrington no caso).
Mas, nessa segunda temporada, não é bem isso que acontece. Nos novos episódios, Dynasty parece mais uma grande salada com todos os temperos e legumes possíveis, que entrega os mais diversos arcos narrativos e que faz uma mistureba sem tamanho, e muito cansativa de assistir e defender.
Nesse novo ano de Dynasty, os roteiristas parecem não saber trabalhar com os próprios personagens que foram criados lá na primeira temporada, e aqui, dão tramas e histórias das mais malucas (até mesmo para o padrão da série e da emissora americana The CW) para eles.
Na série, o foco continua ao explorar a dinâmica entre Fallon (Elizabeth Gillies) e Blake Carrington (Grant Show) que talvez sejam a única coisa que a produção parece ter a certeza de que acertou, mas mesmo filha e pai, parecem patinar na temporada com altos e baixos, e que acabam por dar totalmente o tom da série no segundo ano.
Claro, tivemos de tudo que marcam um bom novelão e a marca da série, tivemos troca de personagens, entra a nova Cristal (Ana Brenda Contreras) que demora para cair do gosto do espectador, mas ganha força e mais destaque nos últimos episódios, tivemos o desaparecimento de Steven (James Mackay) por diversos capítulos, até que os roteiristas nos entregam um arco de episódios completamente avulsos e bem à parte da trama principal, onde embarcamos numa viagem pelo mundo para justificar a saída do ator da série.
E isso levou, a entrada do desaparecido irmão Adam (Sam Underwood) como uma figura vingativa e manipuladora, no melhor estilo You, e ainda o surreal, mas divertido momento, em que a atriz Nicollette Sheridan (um dos destaques do novo ano!) resolve também sair da série, onde os roteiristas criam a solução mais fantasiosa, e bem a cara de uma novela mexicana, a mudança de personagem por cirurgia plástica, onde Alexis fica mais jovem, a cara da filha e interpretada por Gillies com um excesso de maquiagem.
Mas, na segunda temporada de Dynasty, talvez, o principal ponto fora da curva seja o personagem de Michael (Robert Christopher Riley), que passa de motorista, para amante secreto, até ter um arco de chantagem longo e monótono, para depois ser envolvido na trama do time de futebol, onde o personagem busca vingança. O mesmo vale para a dupla Jeff (Sam Adegoke) e Mônica (Wakeema Hollis) que mesmo sendo parte da família Carrington agora, ainda continuam com tramas isolas e fora do elenco principal.
Já um dos acertos dos roteiristas no novo ano, foi juntar o mordomo sisudo, Anders (Alan Dale, ótimo) com o espalhafatoso Sam (Rafael de la Fuente, hilário) que dá uma certa leveza para a série, onde a dupla, ganha arcos próprios e que foram bastante divertidos de ver.
Mas, Dynasty faz poucos episódios interessantes nesse segundo ano, dá para contar nos dedos, como 2×03 – The Butler Did It, onde a temporada realmente começa com segredos do passado expostos, o 2×06 – That Witch, o episódio de Ação de Graças com tema de Mágico de Oz, o 2×11 – The Sight of You, que conta com uma viagem das personagens femininas juntas, e ainda a dupla de episódios 2×17 – How Two-Faced Can You Get? e 2×18 – Life Is a Masquerade Party, onde Dynasty faz o seu melhor: festas!.
E ao mesmo tempo que Dynasty conta com episódios que nada de interessante acontece, a série ainda continua com aquele fator de guilty pleasure para contar uma história que resiste a longa temporada de 22 episódios, com reviravoltas e situações absurdamente sem noção, como vimos no final de temporada (2×22 – Deception, Jealousy, and Lies) com tramas criadas do nada para criar algum tipo de gancho desesperado para o novo ano. Ainda esperamos que as coisas se ajeitem nessa próxima terceira temporada.
As duas temporadas de Dynasty estão disponíveis na Netflix.
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