domingo, 22 dezembro, 2024
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Desaparecida | Crítica: Suspense surpreende por boas reviravoltas 

Definitivamente se você acompanha o mundo dos filmes, cinema, e Hollywood ouviu falar de Buscando… aquele filme que se passa inteiramente através das telas de computadores, celulares e outros gadgets que fazem parte do nosso dia-a-dia.

O longa foi lançado em 2018 com um hype enorme e deu o que falar na época. E agora, anos mais tarde, chega Desaparecida (Missing, 2023) um projeto que não chega a ser a sequência desse filme, mas que se passa no mesmo Universo criado por Sev Ohanian e  Aneesh Chaganty e que é mais um acerto dos dois no gênero.

A dupla dá espaço para os diretores Nick D. Johnson e Will Merrick (que trabalharam na edição de Buscando…) assumirem esse longa que mantém a mesma ideia de contar uma história com a ajuda de aparelhos eletrônicos, e que apenas inverte o que foi apresentado no outro longa, mas que não deixa de entregar também um bom filme.

Desaparecida Filme
Storm Reid em cena de Desparecida
Foto: Credit TEMMA HANKIN/SONY PICTURES. All Rights Reserved.

Em Desaparecida é a vez de mãe e filha entrarem nessa doideira, onde o que temos aqui é um suspense que surpreende por boas reviravoltas e diversas viradas que o roteiro, de Johnson e Merrick com história de Ohanian e Chaganty, entrega. Não é nada de inovador, ou espectacular, mas garante que você caia de cabeça nessa história, e nesse quebra-cabeça digital, de uma forma tão viciante, e tão rápida, que é como clicar nos termos de uso sem ler.

A própria história navega o espectador por essas reviravoltas, onde o sentimento que o filme passa é que os roteiristas não querem enganar, ou se sentirem mais espertos que o espectador, e sim de fazer quem assiste o filme, consiga desvendar essa teia embolada de mistérios junto com os personagens. É como se a gente tivesse acesso gratuito para a tela do computador da jovem June (Storm Reid num ano excelente com esse filme, a série The Last Of Us e ainda nos próximos meses estrela o novo capítulo da franquia de Invocação do Mal) na medida que ela descobre que sua mãe Grace (Nia Long) sumiu depois de embarcar em viagem com um namorado, Kevin (Ken Leung) que ela conheceu tem pouco tempo online, para outro país de férias.

Então fica claro que Desaparecida precisa trabalhar muito mais em sua história, e seus atores precisam também entregar muito mais emoção em cena aqui, afinal, o fator novidade de passar o filme todo nas telas, já passou e não tem tanto impacto aqui enquanto teve em Buscando… por exemplo.

E o que o seria um problema, Desaparecida consegue fazer sumir…. afinal, a relação entre June e Grace é muito mais multifacetada aqui nesse filme, o roteiro entrega mais uma camada sobre essas duas personagens e Reid e Long estão muito bem juntas e fazem em poucos minutos o espectador entender os motivos de por que a dinâmica entre elas está do jeito que está, agora que anos se passaram desde que elas se mudaram para Los Angeles. 

Talvez por mostrar June como uma verdadeira adolescente, no mundo real, mais conectada e mais próxima do adolescente atual, Reid consegue imprimir uma personagem muito mais humana, muito mas interessante de se assistir aqui, mesmo que durante muito tempo do longa você sente um certo desconforto ao ver como é a relação dela com a mãe, coisa que cria um sentimento ainda pior quando vemos o desespero da jovem em busca da personagem.

Desaparecida
Storm Reid e Mega Suri em cena de Desaparecida
Foto: Credit SONY PICTURES. All Rights Reserved.

Mas o roteiro de Desaparecida consegue trabalhar as diversas questões que mostra os motivos na qual essas personagens se comportam do jeito que se comportam e por que elas vivem essa situação. Os segredos que são desvendados a cada momento que o detetive particular que June contratou na Colômbia através de um site e whatsapp chamado Jevi (Joaquim de Almeida) descobre mais sobre os últimos passos de Grace e Kevin no país e que nos deixam colados para saber o que vai acontecer com essas personagens, o que aconteceu, e principalmente o que levou Grace a sumir assim do nada. 

Na medida que June investiga as coisas por conta própria com a ajuda da melhor amiga Veena (Megan Suri) e de Heather (Amy Landecker), a advogada e amiga de sua mãe, e deixa o detetive Park (Daniel Henney) do FBI comendo poeira, nós como espectador ficamos nos perguntando: onde essa história vai? como se estivéssemos por tentar estar alguns passos na frente do que esses personagens vão a viver e descobrir ao longo desses dias. O mais bacana é ver a história se desenrolar pelos caminhos dos mais absurdos, que não nada esperados, e isso tudo com a ajuda dos eletrônicos. Coisa que apenas deixam o longa com aquele toque único, mesmo depois de tantos anos.

No final, Desaparecida mescla então tudo isso, esse gênero que ganhou força nos últimos anos (e talvez por que nos acostumamos a ver uns aos outros por telinhas por conta da pandemia) com essas boas atuações, e garante que o espectador saia com um gostinho de satisfação na medida que as coisas se desenvolvem de uma forma super ágil e que não dá tempo para respiramos enquanto a trama se desenvolve.

O que temos aqui, realmente é um novo acerto, num dos capítulos mais bacanas dos filmes do gênero. De dar orgulho para as Alexis, Siris e Lanas por ai. 

Avaliação: 3.5 de 5.

Onde assistir Desaparecida?

Desaparecida chega nos cinemas nacionais em 3 de março.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

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