De Repente Uma Família é aquele típico filme feel good sabe?
De Repente Uma Família (Instant Family, 2018) acerta em muitas coisas. Uma delas é tratar de um assunto delicado de uma forma bem humana e intensa. Adoção nunca é uma coisa fácil e dependem de muitos fatores para dar certo e isso é visto nessa produção que tem em seu roteiro caprichado um mix de drama e comédia com uma boa história para se contar.
Junto à isso, temos também, um elenco super entrosado que ajudam a contar uma trama emocionante na medida certa, onde De Repente Uma Família, já entra na nossa lista como uma das coisas mais bacanas do ano. O grande mérito desse longa, talvez fica com a leveza e naturalidade que os personagens foram moldados pelo roteiro de Sean Anders, que também dirige o longa.
Baseado na história do próprio diretor com sua família, De Repente Uma Família é uma produção que te faz sentir um turbilhão de emoções com cenas extremamente dramáticas e outras hilárias, onde de repente, você se encontra, se importando com os personagens, suas decisões e o que irá acontecer com eles.
Rose Byrne, consegue como Ellie, transmitir aquele sentimento de estranho, completamente controlador, mas também, extremamente cativante de uma moça que junto com o marido Pete (Mark Wahlberg, sempre esforçado na comédia) decide embarcar nessa jornada dentro do sistema de adoção.
Claro, a dupla tem uma química maravilhosa e funcionam de uma forma muito bacana para o filme dar certo. Ambos carregam um certo estereótipo, mas na medida que a trama do longa avança, vemos os atores brincarem com elas de uma forma que só contribuem para criarem cenas e situações que deixam o filme com um jeito bem divertido. Assim, quando os dois passam por todo o curso de adoção, vemos Pete e Ellie esbarram com a jovem adolescente Lizzie (Isabela Moner, cada filme melhor) com mais dois irmãos menores Juan (Gustavo Quiroz) e Lita (Julianna Gamiz).
Então, temos cenas completamente feitas para emocionar, principalmente aquelas que envolvem os pais adotivos no tribunal lutando pela guarda do trio e outras completamente engraçadas quando vemos as crianças se divertindo com as caixas dos brinquedos em vez dos brinquedos propriamente na manhã de Natal. A produção ainda vai além e consegue explorar em pequenos arcos, como cada um dos garotos reage a adoção, onde temos birras em super-mercado, cenas que envolvem uma furadeira e ainda mensagens de texto mais picantes.
De Repente Uma Família, consegue fazer uma transição entre o drama e o humor de uma forma completamente natural e sem ficar piegas. Mesmo com clichês vistos em tela a todo momento, o elenco consegue driblar todos eles como se desviassem de uma bola num jogo de queimada.
O filme consegue, também, criar uma ambientação completamente imersiva para a história que é contada, temos nos atores coadjuvantes oportunidades de deixar o filme mais interessante. É o caso das assistentes sociais com personalidades completamente opostas como desbocada Karen (a fantástica Octavia Spencer) e a preocupada Sharon (Tig Notaro).
Outro destaque fica para a carinhosa vovó Sandy (Margo Martindale que rouba todas as cenas) que tem passagens completamente engraçadas e que quando tem seus momentos mais dramáticos. Assim, esse trio de coadjuvantes, dá um pouco mais de experiência para o filme, onde ajudam a deixar esse mix de comédia com drama ainda mais robusto e divertido.
No final das contas, De Repente Uma Família é aquele típico filme feel good sabe? A história te leva a se importar com os personagens e torcer para que tudo dê certo, por mais que as situações estejam lá um pouco forçadas para te fazer acreditar naquilo tudo.
De Repente uma Família chega aos cinemas no dia 29 de novembro.