sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Dançarina Imperfeita | Crítica: Comédia da Netflix acerta todos os passos num perfeito filme de dança

Há mais de 30 anos vimos Baby e Johnny arrebataram corações com seu ritmo quente e passos de dança em Dirty Dancing – Ritmo Quente, e muito tempo depois vimos também Anna Kendrick formar um time de desajustados para participar de uma competição de dança e música em A Escolha Perfeita (2015).

E agora, a produtora STX e a Netflix se unem para nos entregar Dançarina Imperfeita (Work It, 2020), que bem, acaba por ser uma combinação perfeita disso tudo. Como filme de dança, e como longa de competição, Dançarina Imperfeita entrega e cumpre todos os requisitos para os filmes do gênero e nos apresenta uma história empolgante e contagiante.

Dançarina Imperfeita – Crítica
Foto: Brendan Adam-Zwelling/Netflix

O elenco principal é bastante carismático e ajuda a superarmos a fórmula pronta e já batida para esse tipo de filme. Dançarina Imperfeita vem com personalidade e imprime um tom bastante próprio em suas 1h30. E isso tudo se dá muito pelos nomes escolhidos para o elenco que tem bastante química, um bom entrosamento em tela, e que acerta todos os passos. #JassQuinn.

Em Dançarina Imperfeita, Sabrina Carpenter (cantora e atriz de produções da Disney) está incrível no papel de Quinn, uma garota desengonçada que precisa criar da noite para o dia habilidades de dança e entrar para um grupo seleto de dançarinos de sua escola. Depois de mentir para recrutadora (Michelle Buteau, hilária) de sua faculdade dos sonhos, a jovem precisa correr contra o tempo para fazer isso acontecer com a ajuda de Jake (Jordan Fisher), um antigo jovem dançarino profissional que sofreu uma lesão e saiu do cenário artístico da cidade.

Carpenter e Fisher, o ator revelação de Para Todos Os Garotos 2 (2020) e o novo crush dos jovens, são “a escolha perfeita” e tem “um ritmo quente” nesse filme de dança na Netflix. E realmente os protagonistas são o grande destaque do filme, afinal, como falamos, o roteiro de Alison Peck não é o dos mais inspirados e realmente precisaria ser mais trabalhado em termos de criação e desenvolvimento de alguns arcos narrativos. Mas em pleno 2020, no meio de uma quarentena global que nos tranca dentro de casa, os diversos momentos de dança em Dançarina Imperfeita ajudam a acobertar as falhas que são colocadas escondidas atrás do palco.

Afinal, queremos ver os contagiantes passos, e claro, o romance teen que o filme constrói de uma forma bem clichê. É para isso que você junta dois protagonistas carismáticos como Carpenter e Fisher em tela. Me dê Patrick Swayze e Jennifer Grey vibes para a nova geração, Netflix.

E Dançarina Imperfeita conta também com um elenco de apoio, além de super diversificado – escutou A Escolha Perfeita? – muito divertido. Liza Koshy (que vem do YouTube) como a desbocada Jasmine é uma adição hilária para o filme. Koshy tem espaço, não serve apenas como Backup dancer de Carpenter, e ganha uma trama que envolve loja de colchões e sonhos malucos bem engraçada.

Mas quem rouba todas as cenas é o ator Keiynan Lonsdale, bem conhecido do público do ArrobaNerd como o Kid Flash na série de herói The Flash, e ainda do filme teen Com Amor, Simon (2018). Lonsdale entrega um personagem ah lá Regina George de Meninas Malvadas (2004), um que poderia ter sido interpretado por qualquer atriz adolescente branca e loira em Hollywood e que faria com que o papel caísse no lugar comum. Mas em Dançarina Imperfeita o ator dá seu tom ácido com figurinos exuberantes e falas afiadas.

Dançarina Imperfeita – Crítica
Foto: Brendan Adam-Zwelling/Netflix

Mesmo com a competição entre duas equipes para vermos quem levará o prêmio Work It, o filme acaba por não ser sobre isso, sabe?  É sobre a transformação pessoal que a personagem de Carpenter vive, em sair de sua concha, e procurar aquilo que vale a pena, bem mais que do livros, TedTalks pela manhã, e a busca pela faculdade dos sonhos.

Dançarina Imperfeita passa uma mensagem é que ok ser imperfeita, e que às vezes, todos nós precisamos nos soltar de vez em quando. Sim, o longa abusa de passagens sem noção, mas que combinam com a trama apresentada e que quase não ultrapassam o limite da vergonha, eu disse quase viu cena da desclassificação do outro grupo?

No final, Dançarina Imperfeita faz uma “farofinha” perfeita para se acompanhar no final de semana e boa opção para o catálogo da Netflix – que não está lá grande coisa convenhamos – que sempre tem buscado novas franquias e trilogias por aí. O espectador pode sair dançando por aí e dar play no controle remoto com certeza.

Avaliação: 2.5 de 5.

Dançarina Imperfeita está disponível na Netflix.

 


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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