A Netflix liberou a 3ª temporada de Cobra Kai e e a mudança na qualidade da produção é nítida em vários aspectos, mas são as lembranças e o forte saudosismo que a série continua trazendo que ainda faz a gente vibrar com os momentos de Daniel LaRusso e Jhonny Lawrence.
A temporada começa algumas semanas após o incidente no colégio e todas as consequências que isso tem trazido a todos os personagens. Jhonny está ainda mais no buraco, Daniel está com problemas na concessionária por conta do escândalo de seu dojô, Miguel em coma, Robby desaparecido e Sam completamente afundada em pânico.
Cobra Kai | Crítica: 2 primeiras temporadas intensas, cheias de drama e muito saudosismo
Com a trama bem desenvolvida até aqui, a Netflix explorou ainda mais as coisas desse universo, com direito a mais espaço para os outros meninos dos dojôs, mas são Johnny, Daniel e John Kreese quem ganham um plano de fundo ainda maior, já que o vilão está mais insano do que nunca, que em dado momento Daniel e Johnny precisam deixar a estranhesa do passado de lado para se unirem contra ele.
Johnny conseguiu se conectar com a mãe de Miguel após o rapaz sair do coma e ele trabalhar com todo o seu empenho para fazê-lo andar. Confesso que esse processo me incomodou um pouco, pois senti tudo indo muito rápido, e não ter a sensação de uma grande passagem de tempo. Mas como ele é o canastrão de sempre, Ali, seu grande amor do passado, ressurge e reaproxima dele e de Daniel.
Com Miguel também se aproximando de Sam por conta dos problemas com Robby e Tory, que estão no Cobra Kai agora, ele acaba vendo que a rivalidade entre Jhonny e Daniel era algo adolescente que eles não superaram, tanto que Daniel conta toda a versão dele do acontecido no passado, deixando Miguel sem entender direito, pois tudo não tem a dimensão que Johnny mostrou.
A forma como o casal se reaproximou foi muito simples, Miguel começou a ver o Cobra Kai de Kreese de forma problemática e isso foi crescendo com o Demetri tendo o braço quebrado por seu melhor amigo, Hawk, que após fazer isso começa a se questionar de como conduz sua raiva.
Acho que superação é o fator principal da temporada de Cobra Kai, que não deixa nada para trás, e coloca Daniel indo a Tokyo para ter o contrato com a fabricante renovado para sua concessionária, e acaba indo a Okinawa, onde revê o seu passado, e temos várias passagens de Karatê Kid 2 – A Hora da Verdade Continua em cena.
Ali ele encontra seu romance do Japão, Kumiko, que acaba lhe abrindo os olhos e também com Chozen, com quem teve que lutar quase até a morte, mas com o passar dos anos agora lhe mostra novas variantes do Miyagi-do e como parar o oponente tirando o que ele tem para ir a guerra.
Com o clima piorando entre Cobra Kai, Miyagi-Do e os Eagle Fangs, nome do dojô de Johnny, é impossível não esperar uma guerra, com direito até mesmo a Amanda se intrometer e ter seu nome comprometido quando John Kreese vira para ela uma ameaça e consegue até uma ordem restritiva contra ela.
E por falar em Kreese, a temporada reservou um bom espaço para contar sua história, como o bullying no restaurante, sua ida para o exército, sua missão no Vietnã e todo o pesadelo que o transformou nessa pessoa.
Cobra Kai fez uma temporada cheia de coisas interessantes, mas a condução foi meio lenta, os episódios no Japão relembrando Karatê Kid 2 foram arrastados, mas compensou bastante ao falar de ansiedade e pânico, mas também de como não deixar o bullying sair de sua esfera.
A temporada de Cobra Kai pode não ter terminado com um gancho pesado como o 2º ano, mas ficamos intrigados em como Daniel e Johnny irão mesclar os conhecimentos que tem para superar Kreese.
As participações foram excelentes como Tamlyn Tomita, Traci Togushi e Yuji Okimoto, e claro, a mais esperada, Elisabeth Shue.
Cobra Kai tem suas 3 temporadas disponíveis na Netflix.
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