O novo seriado de ação do Prime Video é tudo que os fãs de produções de espionagem gostam. E ao assistir os três primeiros capítulos de Citadel, fica claro que não é nenhuma “missão: impossível” que a química de Richard Madden e Priyanka Chopra Jonas é o que move o seriado, onde esses “dois espiões que se amavam” tem “permissão para matar” novamente na medida que eles tentam descobrir o que aconteceu com a organização secreta que eles trabalhavam e claro recuperar suas memórias.
Os primeiros episódios são extremamente ágeis para contar essa história dessa organização de espionagem que tinha agentes espalhados por todo canto do mundo e meio que não tinha nenhum país por trás envolvido, como a CIA é com EUA, o MI6 com o Reino Unido e etc, etc.
Na trama descobrimos que um dia, a Citadel e seus agentes desapareceram do mapa. Uhuu mistério. A responsável? Uma outra organização chamada Manticore que descobrimos
mais para frente ser liderada pela enigmática, e ao mesmo tempo poderosa, política britânica chamada Dahlia Archer (Lesley Manville, ótima) e que diversas famílias do crime de todo mundo fundaram essa agência de contra-inteligência.
E isso só é a ponta do iceberg, o começo do quebra-cabeça que Citadel apresenta para o espectador. Afinal, quando os espiões Mason Kane (Richard Madden) e Nadia Sinh (Priyanka Chopra Jonas) estão em missão em um trem de alta velocidade na Itália, eles não imaginariam que uma explosão iria os jogar para fora do vagão, e que suas memórias fossem apagadas.
Flashforward, o seriado avança 8 anos no futuro e vemos que nenhum deles se lembra de suas vidas anteriores. Assim, a trama vai e volta no tempo, antes dos eventos que acabaram com Citadel, e agora, depois deles por anos viverem como outras pessoas, com outras vidas (mais tranquilas!), sem saberem muito dos seus passados, e com o misterioso Bernard (Stanley Tucci) em suas colas.
Como falamos, a trama é pah, bum, logo no começo já estamos dentro dessa história que navega entre os eventos do presente e passado, por diversos países, e que se aprofunda aos poucos na mitologia desse mundo que o seriado nos apresenta. E ao longo dos episódios iniciais, fica claro que Manticore e seus agentes não vão descansar enquanto não pegar esses agentes que estavam adormecidos há anos e voltaram agora com a ajuda de Bernard.
Madden e Chopra Jonas tem uma química sem tamanho e realmente estão muito bem como essa dupla de espiões, mas realmente é Tucci que parece o mais confortável aqui e realmente esbanja charme e tem os melhores diálogos, que já não são bem o forte da série.
Talvez seja a edição brusca, ou a velocidade como a história avança, se desenvolve e que parece criar um mistério intrigante e nos fazer mais perguntas do que efetivamente respostas, mas Citadel não perde tempo em focar nisso ao entregar explosões, reviravoltas e traições, intensas cenas de ação no seu começo. Mas mesmo assim parece que o seriado sempre quer tentar sair do lugar comum e não conseguindo efetivamente se destacar.
E depois lá no segundo, o foco fica em Nadia e como ela sobreviveu a explosão no trem e depois foi encontrada por Mason, para depois a trama os unir e começar a tentar desenrolar esse novelo de lã que Citadel nos apresenta.
Em resumo, talvez falte em Citadel, um nível de refinamento como das produções de 007, Legado Bourne, ou até mesmo as de Missão: Impossível. Mas para o tipo, e o formato de história, que o seriado apresenta fica claro que, por enquanto, a atração entrega mais do que peca.
A trama fragmentada, em zigzag, e as boas reviravoltas que marcam o começo da atração, são entregues da maneira certa na medida que vemos esses espiões correrem contra o tempo e “sem tempo de morrer” pelas mãos dos seus inimigos.