Chegamos ao final de Big Little Lies. Será que chegamos vivos? Pois a única certeza que tínhamos no episódio piloto era que alguém não ia sobreviver nesse final de temporada. A série lidou com temas importantes nessa temporada falando de traições, abusos (tanto psicológicos quanto físicos), como ser mulher, mãe, dona de casa, CEO de uma empresa. A produção lidou com os temas de uma forma honesta e impactante deixando os espectadores deslumbrados com as atuações do elenco principal. Como falamos o foco nem foi a trama do quem matou? e sim o desenrolar das questões do dia-a-dia entre as personagens e seus conflitos. E foi assim que a série se mostrou uma das melhores produções do ano e já feitas pela emissora HBO. Mas claro que estávamos loucos para saber as identidades. E você quer saber?
ALERTA DE SPOILER: Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos do episódio. Continue a ler por sua conta e risco.
O que de melhor Big Little Lies soube fazer foi usar a edição a seu favor. As jogadas de tela mostrando as cenas de flashback, com cenas de alucinações misturadas com os sons variados tanto de tiro, quanto de gemidos até mesmo a falta deles deixando somente as cenas se explicarem por si próprias o que passava nela. Juntando tudo isso tivemos o elenco minuciosamente muito bem escalado desde dos vizinhos coadjuvantes, passando pelo elenco infantil, ao masculino e claro até as três protagonistas Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailene Woodley. Todas tiveram seu momento dentro dos 7 episódios para brilhar mas claro quem roubou a cena foi Kidman que fez uma personagem forte, marcante, presente e que não era só a vitima mas sim uma pessoa em apuros que não aceitava ver a verdade mesmo ela estando na sua frente.
Assim esse episódio começa literalmente com um soco na cara em termos de conteúdo apresentado. Celeste leva uma grande surra de Perry mas somos apresentados a somente a porrada final. Aquela que finalmente a personagem acorda e decide por em prática o planejado nos episódios passados. Skarsgard e Kidman acertaram o tom novamente ao mostrarem toda a vulnerabilidade que ambos escondiam ao brigar tanto assim. Em entrevista a imprensa americana os dois atores dizerem que saiam acabados emocionalmente do set e que era muito difícil fazer as cenas pelo ritmo forte e pesado que envolvia os dois personagens. A decisão do direção em não mostrar a cena toda logo de imediato e assim só apresentar depois ela em flashbacks enquanto a personagem já reflete sobre a decisão tomada no novo apartamento foi uma sacada muito boa.
A decisão? Após a festa de máscaras ela e as crianças saíram de casa logo após Perry ir viajar. O motivo final? Celeste toma conhecimento que Max, seu filho, era a criança que abusava e maltratava a filha de Renata, Annabelle. Ziggy aponta para Jane o culpado numa foto da turma o que leva a mãe a contar a situação para a amiga. O que por mais óbvio que possa parecer faz muito sentido. Afinal o menino viveu numa casa cercada de violência. Isso fica claro quando ele coloca o fone de ouvido para abafar a briga dos pais. Mas a conversa entre a mãe e ele foi muito bem trabalhada. Não ouve um escândalo, ou um dedo apontado na cara ou uma promessa de surra e sim uma franca conversa.
Tirando uma cena ou outra para dar uma continuidade na trama, Jane com o dono do bar e a passagem no melhor estilo “Mas você nera gay?”, o marido de Renata ameaçando Jane mesmo ela e a esposa já tendo feito as pazes e claro todo o plot envolvendo a mulher do instrutor do teatro só nos levou a grande festa. Ver todos os personagens caracterizados com suas fantasias de Elvis e Audrey ficamos com a sensação “é isso, esperamos 6 semanas para chegar nessa cena” e fomos surpreendidos positivamente pelo desenrolar lento e mostrando minuto por minuto o que se passava entre os personagens. Os pequenos diálogos, os vizinhos de olho nos casais, a pequena e rápida briga entre Ed e Nathan que poderia dar uma pista que o assassinato poderia acontecer por causa dessa faísca e claro Bonnie cantando maravilhosamente bem (a única atriz que usou sua própria voz aliás foi Zoe Kravitz. O restante os atores dublaram as músicas).
O clímax do episódio chega e Jane vai atras de Madeline pois depois de tanto beber a personagem começa a ficar com culpa de ter traído seu marido. Renata descobre que Annabelle estava sofrendo as ameaças por Max e vai atrás de Jane para pedir desculpas. Celeste abandona a festa pois Perry descobriu seu esquema de sair de casa e a ameaça do caminho da festa até o evento pedindo desculpas e querendo se redimir. Bonnie vê a mulher ser maltrata pelo marido e vai atrás desconfiando de tudo.
Assim temos todos do lado de fora e Perry ao chegar deixa Jane congelada de medo ao reconhecer que ele é o seu agressor e assim pai do Ziggy. A mistura de expressões faciais, dos olhares, da cumplicidade e do entendimento das amigas é fundamental e a essência da série. Até que Perry avança no grupo de mulheres e pah. Tela preta. Edição maravilhosa. Novamente.
Estamos no futuro, todas na delegacia dando depoimento. O silêncio domina a tela numa decisão maravilhosamente acertada e feita para chocar ainda mais o espectador. Descobrimos que Perry brigou e machucou todas as mulheres até Bonnie chegar e empurrar ele da escada. Claro que em Big Little Lies tudo é acobertado e temos o poder da união das leoas unidas contra o ataque de seus filhotes. Assim acompanhamos esse capitulo na vida das 5 mulheres terminar. Elas estão unidas, juntas e protegidas. Ninguém foi preso. Elas estão bem, na medida do possível, às vezes não conseguimos tudo que queremos.
A qualidade e a forma impecável que Big Little Lies conseguiu finalizar seu arco só leva a gente a não torcer por uma nova temporada e pelo visto nem o diretor quer. E o que vocês acharam das trama? E dos personagem que foram revelados como o assassino e o morto? Para quem não leu o livro os palpite de vocês estavam certos? Comentem aqui ou lá no meu Twitter ou do Arroba Nerd o que vocês esperavam e o que acharam.
Eu adorei o final, me deu aquela sensação de dever cumprido e não precisa de 2ª temporada. Aquele final foi bem satisfatório e conclusivo, não precisa mexer em mais nada. Só acertei quem praticava o bullying na Amabella, eu já desconfiava que os filhos da Celeste sabiam do abuso que a mãe sofria. Já sobre a Jane acho que a série meio que entregou que fosse o Perry mas não acho que estragou. A cena final delas lutando contra ele foi ótima, adorei ver elas unidas até depois de tudo. Me lembro que ouvi uma pessoa dizendo que a série não precisava de um elenco daquele pra aquela história mas discordo, quero mais minisséries assim com um elenco desses pois são atores que você não imagina fazendo esse tipo de trabalho e isso chama a atenção. Que Sharp Objects seja tão bom assim! Ótima review!
Oi Anderson! Nossa eu achei BLL um das melhores coisas ja feitas pela HBO. E claro para contar uma história dessa precisamos de ótimos atores e até mesmo para os papéis menores. Não existe papel pequeno quando você é talentoso. Os maridos ficaram em segundo plano mas ganharam o destaque nas cenas.
Espero que não tenha uma 2a temporada corrida as pressas. Esse trabalho foi bem feito. que venha Sharp Objects! =)
Pela boataria-quase-confirmada, BLL parou mesmo por aqui, e Nicole e Reese querem adaptar o outro livro da autora, Truly Madly Guilty. E acho que nem a HBO quer arriscar um outro The Leftovers.
E contando os segundos pra Objetos Cortantes!!!