Assassin’s Creed havia se tornado o clássico exemplo de uma franquia de games que foi transformada em uma máquina de fazer dinheiro. O que infelizmente fez com que perdesse o foco na qualidade, desgastando a série com um lançamento após o outro, além das curtas janelas de tempo para os produtores trabalharem, o que impossibilita o desenvolvimento de uma história rica ou até mesmo a verificação adequada de possíveis bugs. E amigos, isto são coisas que afastam e decepcionam até os fãs mais hardcore de um jogo ou franquia.
E os resultados dos malfeitos estão ai para qualquer pessoa que tenha jogado as última versões de Assassin’s Creed observarem. Na minha opinião os três primeiros jogos foram excelentes, mas depois disso foi tropeço atrás de tropeço, com exceção do Assassin’s Creed: Black Flag, que apesar de não ser ruim, parecia mais um jogo sobre piratas que se utilizou do nome da franquia para vender, do que de fato um puro Assassin’s Creed. Inclusive com o interesse demonstrado no tema piratas após o lançamento de Black Flag, e de uma pesquisa feita pela Ubisoft entre os gamers, a mesma resolveu lançar um jogo sobre pirataria nos sete mares que tem previsão de lançamento para o ano que vêm: ‘Skull & Bones‘ e além dela, outras empresas estão lançando ou vão lançar games inspirados no tema como é o caso do ‘Sea of Thieves‘ exclusivo para Xbox One e PC.
De fato, os fracassos e tropeços quanto a produção dos últimos games da franquia serviriam muito bem como um case para estudo, e talvez isso tenha sido exatamente o que a Ubisoft fez. Sentou e resolveu voltar as Origens (Pegou o trocadilho?!), realizando mudanças que trazem novos ares ao universo de Assassin’s Creed.
Assassin’s Creed Origins, é aguardado por muitos fãs e por alguns incrédulos como a redenção pelas falhas anteriores. O retorno aos bons tempos da franquia. E até o momento, pelo que foi demonstrado desde o seu debut, e pelo que pude conferir durante meu curto tempo experimentando o jogo durante a Brasil Game Show 2017 posso dizer que: talvez eles tenham encontrado o caminho certo.
O demo disponível na Brasil Game Show era o mesmo que foi disponibilizado durante a Gamescom 2017, e logo de cara dá para se notar a beleza nos gráficos e os detalhes do jogo, demonstrando o cuidado e a busca por trazer a veracidade histórica do período. E como era óbvio, aquelas vilas e cidades claustrofóbicas dos jogos anteriores foram deixadas de lado, diminuindo um pouco a necessidade do fator parkour. Mas ele continua presente no jogo e você vai poder escalar as coisas quando lhe der vontade ou for preciso.
Quanto a experiência de jogo, esta parece mais refinada e o sistema lembra bem mais um RPG, onde a liberdade oferecida lhe convida a explorar o mapa, onde você tem que liberar mais habilidades para ter mais sucesso em suas missões e combates, e que suas ações durante o jogo tem consequências. E tudo parece se encaixar muito bem a esta continuação, mas sou suspeito de comentar sobre, pois gosto de jogos neste estilo. O que dá pra sentir é que o jogo fica algo meio híbrido entre a fórmula original e o jeitão RPG, para comparações eu poderia citar: Fallout, The Witcher e jogos do estilo.
Outra mudança é que seu personagem tem mais opções de personalização: acessórios, armas, equipamentos e roupas. E assim como em jogos que o novo Assassin’s Creed parece se espelhar, estas escolhas vão influenciar em suas batalhas através do Egito antigo, inclusive fazendo com que você queira explorar mais o mapa a procura de itens e loot.
Se fosse pra citar um possível motivo de adaptação para os jogadores que já conhecem a franquia, eu diria que seriam os comandos, visto que foram implementadas mudanças na jogabilidade para se adaptar as modificações que o jogo teve. Agora você tem mais opções de como lidar com seus inimigos, as batalhas vão exigir mais do jogador e o modo furtivo em alguns momentos vai ser a melhor escolha, dependendo do nível dos seus inimigos e da quantidade deles nas proximidades.
O tempo para experimentar o mesmo foi curto, mas pelo que venho acompanhando desde as primeiras informações liberadas, ele parece algo completamente novo e isso é ótimo. O mundo de Assassin’s Creed Origins parece mais vivo do que nunca, mais desafiador e a preocupação em oferecer um jogo com conteúdo esta evidente.
Talvez os fãs mais extremos possam questionar algumas mudanças, mas acredito que com o tempo estes vão perceber que as mesmas foram pelo bem da franquia e vão tornar a experiência muito mais saborosa.
Apesar de tudo, mantenha sua hype equilibrada, afinal quem conhece a Ubisoft tem aquele ceticismo sobre os novos jogos que sempre estão para sair, mas tudo indica que talvez eles tenham aprendido com os erros anteriores e Assassin’s Creed Origins entregue aquilo que todos nós aguardamos.
Assassin’s Creed Origins tem lançamento previsto para o dia 27 de outubro para PC, PlayStation 4 e Xbox One com suporte em 4K.