domingo, 22 dezembro, 2024
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Beekeeper – Rede de Vingança | Crítica: Mais um filme de ação com Jason Statham só que agora bom

Não é de hoje que o ator Jason Statham é a cara desses tipos de filmes de ação, afinal, já consolidado no gênero, tem emplacado um atrás do outro nos últimos anos. Às vezes, ele está infiltrado, como no longa de 2021 do diretor Guy Ritchie, às vezes, ele luta contra mega tubarões como foi no ano passado com a sequência de Megatubarão e agora, aqui logo no começo de 2024, ele usa abelhas para garantir que o público acostumado com ele nesses tipos de filmes tenha, mais uma vez, uma dose de adrenalina e uma porrada aqui e ali num projeto comandado pelo ator.

E com Beekeeper – Rede de Vingança (The Beekeeper, 2023) Statham não foge do tradicional, e apresenta o pacotinho fechado de filme de ação de começo de ano, aquele um pouco mais brutal, mesmo meio genérico e tudo mais. E para um filme no estilo, com diversos atores também apostando nesse tipo de projeto ao longo dos anos, como Gerald Butler e Liam Neeson, dá para dizer que o novo longa do ator entrega um bom filme para os padrões esperados para esse tipo de produção.

Jason Statham em cena de Beekeeper – Rede de Vingança.
Foto: Photo Credit: Daniel Smith © 2024 Metro-Goldwyn-Mayer Pictures Inc. All Rights Reserved.

Statham tá no modo totalmente John Wick aqui, onde em Beekeeper – Rede de Vingança em vez do personagem do ator ir atrás daqueles que sequestraram seu cachorro, o veterano, soldado aposentado e agora apicultor Adam Clay começa a perseguir implacavelmente aqueles que roubaram as economias de vida da senhora Sra. Parker (Phylicia Rashad), a proprietária da fazenda onde os dois viviam.

E assim como os filmes de John Wick, isso é só a ponta do iceberg, afinal, Statham vai cruzar com uma empresa que dá golpes em cidadãos mais seniores e isso vai o levar para uma conspiração muito maior. E acho que é isso o que faz Beekeeper – Rede de Vingança se sobressair de todos os outros filmes, mesmo que já aviso para você não se enganar, ainda o que temos aqui é um filme bem genericão, mesmo que aqui o roteirista Kurt Wimmer (que curiosamente escreveu também o horripilante Mercenários 4 no ano passado) consegue criar uma história que nos leva para algum lugar.

Beekeeper – Rede de Vingança tem uma história que desenvolve, tem umas reviravoltas (mesmo que batidas) acontecendo e uma trama que não depende só das cenas de ação e porradaria para existir. Claro, o diretor David Ayer (que parece nunca largar o osso de Esquadrão Suicida) garante que tenhamos bons visuais, coloridos e cheio de neon junto com  passagens mais um pouco violentas, mesmo que bem coreografadas (tem uma cena em elevador que é bem boa e justifica o longa ter pegado classificação 18 anos aqui no Brasil).

Mesmo que fique claro que destino de Beekeeper – Rede de Vingança seja de lá na frente bombar no streaming, sinto que esse filme merece ser visto na telona, sim. E não só por conta de Statham que está muito bem, e confortável no papel, mas também por temos Emmy Raver-Lampman (de The Umbrella Academy) no papel de uma Agente do FBI com conexões com o caso de roubo de dinheiro que Adam Clay tromba e também pelo filme dar sequência nessa fase comeback de Josh Hutcherson para as telonas depois do hit do ano passado Five Nights At Freddys.

Josh Hutcherson em cena de Beekeeper – Rede de Vingança.
Foto: Photo Credit: Daniel Smith © 2024 Metro-Goldwyn-Mayer Pictures Inc. All Rights Reserved.

Hutcherson está muito bem aqui, e segue a linha de Daniel Radcliffe em querer se livrar da persona criada para eles depois de estrelarem franquias épicas baseadas em livros. Em  Beekeeper – Rede de Vingança, ele interpreta o cabeça da operação que utiliza programas de computador para fazer com que o dinheiro suma das contas das pessoas.

O ator está bem, é um personagem exagerado, expansivo e que combina e muito com o tipo de história que temos aqui. Afinal, não é todo dia que um homem na faixa dos 40 anos, sem arma nenhuma, apenas munido com braços, uma boca grande debochada, um boné e dois galões de gasolina entra numa empresa descolada, tipo esses start-up da Faria Lima, e bota para quebrar o lugar, não é mesmo?

E entre analogias sobre apicultura, a forma como as abelhas trabalham em equipe e se necessário tiram a Rainha Abelha do comando, Beekeeper – Rede de Vingança vai por aumentar a história e mostrar até onde Adam Clay vai precisar ir para acabar com seus adversários enquanto os detetives do FBI, a dupla formada pela agente Verona (Raver-Lampman) e o agente Matt (Bobby Naderi) começam a investigar as ações do protagonista que deixam um rastro de destruição e caos que nem mesmo o topo do escalão das agências de inteligência conseguem impedir de acontecer.

Isso então é a deixa para termos Minnie Driver em duas ou três cenas como a Chefe da CIA, onde ela passa o tempo todo no telefone com Jeremy Irons que interpreta aqui um ex membro da comunidade de inteligência que agora trabalha com o bonvivant/hétero top Danforth de Hutcherson.

Entre explosões de postos de gasolina, pessoas sendo jogadas no rio presas em carros,  e uma organização secreta de assassinos imprevisíveis chamados beekeepers (sem spoilers aqui vejam o filme e descubram), Beekeeper – Rede de Vingança apresenta uma mitologia interessante e que é desvendada ao poucos, entre uma cena de ação e outra, na medida que Adam Clay vai por chegar perto daqueles no comando (mesmo que nas sombras) da organização que aplicava golpes.

O que temos aqui então é um filme padrão três abelhinhas no Letterboxd que não é perfeito, não reinventa o gênero, e que sim tem seus problemas, mas que está fundamentalmente ciente do público que quer atingir, a história que quer contar e tudo mais.

No final das contas não existe nada demais nisso se você admitir isso logo de cara, coisa que Beekeeper – Rede de Vingança faz sem medo de olhar atrás enquanto uma explosão acontece e Statham sai andando firmemente na direção oposta.

Nota:

Beekeeper – Rede de Vingança chega nos cinemas em 11 de janeiro.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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