sábado, 21 dezembro, 2024
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Anos 90 | Crítica

Anos 90 (Mid 90s, 2018) acaba por ser uma visão única, peculiar e bem intensa sobre amadurecimento nos anos 90, numa região bem especifica dos EUA.

Com direção e roteiro do ator Jonah Hill, Anos 90 oferece um panorama bem diferente do que foi os anos 90 lá nos EUA, em comparação ao que foi o brasileiro, coisa, que talvez possa gerar uma falta de conexão do público daqui com o filme. Afinal, Anos 90, acaba por ser marcado, por entregar uma identidade cultura bem forte, e que se destaca por ter uma ambientação bem definida de tempo, do local onde o filme se passa, e principalmente de vestimentas, e diálogos, mas que puxam na memória uma época pré-internet e antes do boom digital. 

Sunny Suljic and Na-kel Smith in Mid90s (2018)
Anos 90 – Crítica | Foto: Diamond Filmes

Anos 90 entrega um filme simples, mas não deixa de apresentar situações complexas, contadas pelo olhar curioso e desbravador do jovem Stevie (Sunny Suljic). Na medida que o garoto cresce e quer conhecer mais do mundo, ele começa a tentar descobrir seu lugar fora do seu mundinho familiar. 

A tentativa de entrar para um grupo de skatistas da cidade, vemos o jovem acaba por criar situações que mostram como os laços de amizades podem ser ao mesmo tempo profundos, e às vezes, apenas, uma forma das pessoas de passar o tempo ocioso. Anos 90, tem uma forte presença estética que nos ajuda a entender a trajetória e ações de Stevie ao longo do filme. Assim, aos poucos, além de conhecermos mais da história do garoto e sua relação com seu irmão mais velho Ian (Lucas Hedges já batido como o garoto problema) e a mãe Dabney (Katherine Waterston trabalhando bem fora da franquia Animais Fantásticos), quanto com esses novos amigos, os jovens Ray (Na-kel Smith), Fuckshit (Olan Prenatt), Ruben (Gio Galicia) e Forth Grade (Ryder McLaughlin), onde cada um, ao longo, do filme, ganha um arco narrativo, com problemas próprios.

Assim, Anos 90 mostra as complexas relações que Stevie começa a travar na busca de encontrar seu espaço e sua turma. Numa metalinguagem gigante, Anos 90 soa quase como um grande documentário, onde temos o grupo contando como passam seus dias entre festas, andanças com skates, ou apenas curtindo dentro de loja de itens esportivos. 

Olan Prenatt, Sunny Suljic, Na-kel Smith, and Ryder McLaughlin in Mid90s (2018)
Anos 90 – Crítica | Foto: Diamond Filmes

No final, Anos 90 faz uma interessante, e quase única, visão sobre amizades, juventude e encontrar seu lugar no mundo, onde a cada tombo vem uma lição, a cada manobra não executada, vem um aprendizado, numa coisa que não se aprende no colégio, e sim, ao longo do verão, quebrando a cara no concreto.

Nota:

Anos 90 chega nos cinemas em 30 de maio.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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