As produções que fizeram sucesso dos anos 70 e 80 retornam com força para o cinema e para TV nessa onda de continuações e remakes que Hollywood enfrenta. Sendo o sexto filme na saga, o longa Alien: Convenant (2017) vem para preencher uma lacuna dentro da franquia que começou em 1979 com o filme Alien: o 8º Passageiro e deixar os fãs da produção bem empolgados com um novo filme. Ou não.
Com direção de Ridley Scott, o filme é uma continuação direta de Prometheus lançado em 2012. Assim no novo longa da franquia Alien acompanhamos a tripulação da nave Covenant, no ano de 2104 (quase 10 anos depois do filme anterior) que está a caminho do planeta Origae-6 com mais de 2 mil colonos adormecidos. Depois de um acidente que faz bastante estragos na nave eles acabam por descobrir um novo local, mais perto do que o escolhido no plano original e que tem características ideais para o desenvolvimento de uma nova colônia. Ou isso que eles pensaram a principio.
Então liderados pelo Capitão Oram, interpretado pelo empenhado ator Billy Crudup que tem um dos poucos papéis no filme onde se gera algum tipo de desenvolvimento de personagem devido a sua relação religião e ciência, a tripulação desvia de sua rota e parte para esse local para conferir as condições de vida. A frota é formada pelos comandantes Daniels (a atriz Katherine Waterston que consegue entregar uma atuação mais desenvolta do que a apresentada em Animais Fantásticos e Onde Habitam, 2016), Tennessee (o engraçado Danny McBride), Lope (Demián Bichir) e Karine (Carmen Ejogo) que acabam agindo com uma família e tem suas pequenas tramas mostradas logo no inicio do longa.
Chegando no tal novo planeta a tripulação acaba topando com um terreno com boas condições mas logo de cara já são avistados alguns ovos bem estranhos e suspeitos. A partir dai as complicações começam e parte do elenco de apoio já começa a morrer devido a rápida criação de bebês aliens. Até que numa sequência idêntica a apresentada em Guardiões da Galáxia Vol. 2 eles cruzam com um ser misterioso e encapuzado que acaba salvando quem sobreviveu ao ataque dos monstros. No final, sem muita supresa para quem já acompanha a saga, descobrimos que personagem misterioso é o robô David, interpretado por Michael Fassbender que ficou preso no planeta depois da expedição Prometheus com a Dra Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) falhar.
Aqui a trama de Alien: Covenant começa a alterar um pouco no seu foco para gerar respostas do filme anterior e esse momento acaba servindo também para ajudar o espectador que possa ter caído de paraquedas no filme a entender toda a história e ajuda criar as bases para o desenvolvimento do filme. As frenéticas cenas de ações e perseguições a alienígenas e claro toda a rotina na nave é deixada de lado para cenas de contemplação e diálogos complexos que talvez una as partes mais interessantes dos filmes da década de 80 com as questões de significado da vida apresentado no filme Prometheus.
Mesmo com todas as questões levantadas o filme nem se preocupa em desenvolver muito os personagens da tripulação talvez para não gerar um apego emocional pelo fato que temos vários aliens criados e o que gera uma ameaça maior para a raça humana, afinal num filme assim pessoas tem que morrer. Mas a produção é compensada com ótimas e tomadas áreas e enquadramento de tela angustiante e faz o espectador ficar apreensivo com que virá em seguida. Em termos de roteiro algumas cenas são resolvidas precipitadamente mas Alien: Covenant faz a questão de levantar perguntas importantes sobre a humanidade e como ela deve ser preservada no caso de um ataque de vindo espécie superior seja elas em forma orgânica alienígena ou em forma de robótica.
O filme tem cenas grotescamente feitas para os fãs das produções do gênero de sci-fi, com aliens que explodem dentro de pessoas, correm para atacar os humanos e acabam por se agarrar no rosto dos curiosos de plantão pulando de dentro com ovos por ai. Sem muito começo, meio e fim definido, Covenant serve como um filme ponte e deixa o caminho para um terceiro longa para encerrar essa parte da saga. Afinal até o longa terminar temos algumas reviravoltas na trama mas mesmo assim o filme ainda conta com boas atuações, com destaque a Fassbender e Waterston, aliado com uma interessante história sobre brincar de ser Deus e cultivar uma nova espécie. Talvez não agrade a todos.
Alien: Covenant estréia em 11 de Maio nos cinemas.