Logo de cara, fica extremamente claro, que o elenco de Air: A História Por Trás do Logo (Air, 2023), sem dúvidas, é o que mais chama atenção desse drama sobre como a Nike e o lendário jogador de basquete Michael Jordan fecharam um dos contratos mais lucrativos de todos os tempos lá nos anos 80.
E aqui o diretor Ben Affleck, e o time de produção do longa, abraça essa ambientação oitentista, exagerada e gritante, que ajuda a contar essa história dos executivos da empresa, particularmente um deles, Sonny Vaccaro (Matt Damon), que suaram a camisa ao tentar emplacar essa cesta de três pontos que foi o acordo do novato da NBA Jordan que era disputado pelas principais concorrentes e que precisava de uma vitória nas quadras do competitivo mercado esportivo.
E o roteiro de Alex Convery (no seu primeiro trabalho nos cinemas) é bem formulaico para contar essa história. Mas isso não quer dizer que não seja uma história que é contada aqui. Air: A História Por Trás do Logo faz uma boa história, que é bem contada, e que empolga por navegar por todos os percalços e obstáculos que Vaccaro teve, ao driblar todo mundo, dos chefes Jason Bateman como Rob Strasser e Affleck como o CEO da Nike, Phil Knight , até o agente do jogador, para falar diretamente com a família Jordan, ao confiar no seu instinto sobre Jordan.
Com uma edição descolada e que dá picos de energia para o longa não ficar enfadonho, e uma trilha sonora da época que empolga, Air: A História Por Trás do Logo é mais um bom trabalho na direção de Affleck que parece que mais uma vez consegue deixar o caos de sua vida pessoal de lado e entregar um bom filme.
Foi assim com o vencedor do Oscar, Argo, depois Affleck se envolveu com a DC e agora parece que ele está volta aos eixos. Não acho que Air: A História Por Trás do Logo tenha força para ser lembrado na temporada de premiação no final do ano, mas Affleck entrega um bom trabalho aqui.
E como falamos, tudo é amarrado de uma forma que realmente faz Air: A História Por Trás do Logo funcionar bem. Do roteiro super carregado com muitos diálogos e discursos, das atuações que se aproveitam dessa chuva de palavras, do tom biográfico sem soar chato, ou wikipédico, até mesmo como as coisas são contadas, sem soar como uma grande propaganda para vender ainda mais Air Jordan, Air: A História Por Trás do Logo foge de ser um longa corporativo e acerta em conseguir contar uma boa história e os desafios que esse grupo teve para conseguir fazer a parceira acontecer.
Desde dos monólogos de Damon, que aqui está muito bem, até mesmo a presença cativante de Viola Davis que sempre mostra que não existe papel pequeno quando se tem talento ao interpretar Deloris Jordan até mesmo para os personagens coadjuvantes que roubam as cenas como o desbocado agente Chris Falk de Chris Messina (hilário aqui) e o criador do design do icônico tênis, Peter Moore (Matthew Maher). Todos tem seus momentos no filme que empolga na medida certa, sem mais nem menos, e sabe entregar uma história corporativa sem soar didática demais ou cansativa.
No final, Air: A História Por Trás do Logo celebra Michael Jordan e sua importância no mercado esportivo, mesmo que no final, o jogador pouco aparece. É sobre as peças ao seu redor que se movimentam para deixar Jordan fazer o que ele fez de melhor, jogar basquete, e deixar que eles se preocupassem com outras coisas e que no final mudassem a forma como a indústria compensava seus jogadores e seus acordos.
Air: A História Por Trás Do Logo chega nos cinemas nacionais em 5 de Abril.