domingo, 22 dezembro, 2024
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A Noite Do Jogo | Crítica

Quem poderia imaginar que jogos de tabuleiro poderiam ser tão divertidos? E também tão malucos e perigosos não é mesmo? Em A Noite Do Jogo (Game Night, 2018) os personagens de Jason Bateman e Rachel McAdams aprendem isso da pior maneira possível e nos entregam um filme que aposta alto com uma comédia esperta, divertida, desbocada e completamente dissimulada!

Além do roteiro ter um ritmo ágil que faz quem assiste embarcar nas doideiras e pirações que a trama apresenta um dos grandes acertos da produção é química entre seus atores principais. Bateman e McAdams, estão completamente à vontade e esbanjam carisma em tela.

Foto: Warner Bros

Bateman, claro, está em seu habitat natural, com aquele seu velho e bom papel de sempre, como o cara comum que segue as caras e tem uma crise de meia-idade ao perceber que sua vida se tornou previsível e resolve mudar isso. E isso não impede o ator de entregar bons e hilários momentos dentro do filme.

Mas a MVP (Most Valuable Player), a melhor jogadora é aqui McAdams, a atriz faz um dos seus melhores papéis em anos e rouba todas as cenas como a competitiva e inteligente Annie. McAdams faz suas piadas funcionarem todo o tempo e quando em tela rouba as atenções para si e entrega uma atuação bastante impressionante.

A trama de A Noite do Jogo em um primeiro momento chega até ser simples, o casal Max (Batman) e Annie (McAdams), participam de um grupo de casais que se reúne toda semana para uma noite de jogos. Em uma noite, o irmão de Max, Brooks (um caricato Kyle Chandler) aparece de surpresa e propõe uma noite com mais emoção além de jogos de tabuleiros, mímicas e acertar imagens em uma lousa. Assim, quando ele é sequestrado o grupo precisa investigar pistas para desvendar seu desaparecimento…. mas rapidamente eles percebem que o jogo pode ser real quando se veem envolvidos com a máfia, uma busca por um ovo russo mega caro e até mesmo lutas clandestinas.

O roteiro de Mark Perez como falamos é super ágil, cheio de reviravoltas e embarca numa crescente espiral de loucuras e momentos “o que está acontecendo aqui?” sem tamanha na medida que a noite se torna mais e mais caótica. A direção de John Francis Daley e Jonathan Goldstein aposta em tomadas fora do comum, onde a dupla abusa de câmeras de ponta cabeça e cenas gravadas como estivessem sido feitas com um celular que fazem o espectador se sentir convidado a jogar junto com o grupo onde vamos acompanhando o desenvolvimento da trama maior e conhecendo mais dos personagens e suas dinâmicas.

A Noite do Jogo é uma sequência de piadas com um timing completamente rápido e que não param. Com um ritmo corrido, o filme tem nesse quesito seu trunfo mas também peca nesse sentido. Às vezes, o roteiro não dá tempo da piada ser assimilada logo de cara e não há o que é chamado de “respiro” momento crucial para o espectador parar e absorver aquele momento cômico.

As cenas já te jogam para uma nova situação completamente surreal e ao mesmo tempo super engraçada que te faz rir descontroladamente já esquecendo do que aconteceu dois takes atrás. Em A Noite do Jogo, fica o sentimento que as piadas não conseguem ser apreciadas sem o espectador estar dentro do ritmo caótico do filme.

Foto: Warner Bros

Outro ponto que o roteiro poderia ser mais bem trabalhado é na quantidade personagens, alguns como o casal Kevin (Lamorne Morris) e Michele (Kylie Bunbury) se apoiam em uma única tirada quase o filme todo. O dupla Ryan (o ótimo Billy Magnussen) e Sarah (Sharon Horgan) com suas piadas sobre como são diferentes também tem boas tiradas mesmo que em doses bem pequenas. E Jesse Plemons, faz um policial meio estranho que acaba ficando bastante desconectado da trama em diversos momentos mesmo ganhando mais destaque no final do filme.

A Noite do Jogo tem cenas completamente fora dos padrões para comédias com ovos Fabergé rolando em tela, cachorros manchados de sangue andando pela casa e muitas muitas referências para outros filmes, como Harry Potter, Busca Implacável 3 e O Incrível Hulk, que são jogadas no espectador como fosse um dardo numa grande placa que fazem do filme um acerto gigante.

Com um ritmo incrível e cheio de reviravoltas, A Noite do Jogo acaba sendo uma comédia que ganha quem assiste pelo seu humor inteligente e fora dos padrões. Com uma história empolgante contada por etapas como um grande jogo de detetive, onde em vez de descobrir quem o Coronel Mostarda matou e onde, você precisa descobrir como e por que os personagens acabaram envolvidos nessa trama hilária e inteligente.

Nota:

PS: A Noite Do Jogo tem cenas pós-crédito!

A Noite do Jogo chega no Brasil com data programada para 10 de Maio de 2018.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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