O Prime Video tá com tudo em adaptações de livros em séries de ação hein?. Depois de Jack Ryan com John Krasinski, Reacher com Alan Ritchson e até mesmo o longa Sem Remorso com Michael B. Jordan (que foi comprado da Paramount Pictures), temos agora A Lista Terminal, série estrelada por Chris Pratt baseada nos livros de Jack Carr.
São 5 livros até agora, então as chances da plataforma da gigante de tecnologia planejar 5 temporadas são grandes. Mas isso se vocês assistirem os episódios do primeiro ano que chegam em 1º de julho. Pois por enquanto apenas uma temporada foi confirmada. E eu confesso que estava super na expectativa de assistir A Lista Terminal.
Tava com saudades de uma série no estilo Homeland que me prendesse, tivesse reviravoltas, umas cenas de ação bacanas e tudo mais, sabe? Mas A Lista Terminal parece muito mais uma Revenge de ação do que a série citada e que foi vendida pelo time de marketing da plataforma.
A Lista Terminal é ruim? Não é. Os nomes envolvidos elevam a produção, sem dúvidas, mas se eu me conectei com a trama, com os personagens, suas motivações e problemas? De maneira nenhuma. Achei tudo muito genérico, sem vida (e nem tô falando da tonalização escura que os episódios tem), sem um brilho e força necessário para me deixar motivado, e empolgado, para assistir e querer saber o que realmente estava acontecendo nesse (possível?) caso de conspiração.
Assisti para fazer esse texto. Talvez pelo fato que A Lista Terminal fique o tempo todo passando um ar de dualidade para o protagonista e Chris Pratt não consegue vender esse ar de dúvida ao longo dos episódios, igual a Damian Lewis e Claire Danes fizeram e até mesmo como Emily VanCamp fez, cada um em sua respectiva série.
Em A Lista Terminal, o time de soldados do pelotão de James Reece (Pratt, na tentativa de emplacar mais uma franquia) é pego de surpresa em uma armadilha do inimigo durante uma missão e Reece é o único que volta para os EUA, e para sua família formada pela sua esposa Lauren (Riley Keough) e filha Lucy (Arlo Mertz) com vida. Com um Estresse pós-traumático enorme, e com o governo americano na sua cola para tentar desvendar o que aconteceu, Reece começa a ter memórias e lembranças conflitantes do que aconteceu naquela missão que as Forças de Operações Especiais da Marinha tinham que cumprir.
Flashbacks confusos misturados com as lembranças da missão que não são as mesmas que os arquivos do que aconteceu por lá do governo dizem, inundam o personagem e as cenas dos primeiros episódios. Assim, Reece se torna um personagem não confiável para o espectador na medida que para ele uma conspiração começa a se formar e tudo que a série nos apresenta é diferente do que o personagem diz e acha que aconteceu. E então A Lista Terminal nos inunda de questões: O que realmente aconteceu na missão? Será que os problemas psicológicos do soldado o impede de ver a verdade? Ou será que alguém quer encobrir alguma coisa que deu muito errado naquela missão?
Na medida que os roteiristas ficam brincando com essas questões, Reece precisa tentar proteger aqueles que ama e ao mesmo tempo se unir com uma repórter que cobre guerra e é a única que banca e acredita na versão dele e quer publicar uma história a respeito. A relação da jornalista Katie (Constance Wu) com Reece talvez seja o arco narrativo mais forte da atração, onde Wu e Pratt realmente tem momentos e passagens bem bacanas de se acompanhar ao longo dos episódios.
Na medida que a repórter começa também a ser perseguida, a série meio que estabelece que sim existe alguma coisa de errado com tudo isso que é apresentado. Um dos melhores episódios do primeiro ano, já na metade da atração, é um que mostra Katie chegando em algum tipo de pista e que faz a história realmente andar quando um grande evento acontece no seriado e muda todas as suas dinâmicas. Sem spoilers aqui.
Assim, A Lista Terminal se apoia nas ideias que Reece tem para saber o que deu errado na missão, onde o personagem parte em busca de tentar descobrir tudo o que aconteceu e quem eram as pessoas envolvidas nisso. Em cada episódio, basicamente temos o alvo do dia, onde Reece com a ajuda de seu colega do exército Ben (Taylor Kitsch) vão em busca de diversos nomes em uma lista para acabar com eles na medida que o soldado investiga as conexões dessas pessoas com os eventos da missão. É como se fosse um grande fio de novelo, na medida que Reece puxa uma ponta, o fio vai por se desenrolar.
E claro com isso, temos participações especiais bacanas ao longo da série, mas nada em termos de construção narrativa que realmente me deixasse vidrado para saber o que ia acontecer e quem tava por falar a verdade ou não. Tem um episódio que Reece finge querer alugar um apartamento para estar perto do apartamento do nome do alvo do episódio do dia, em outro ele precisa lidar com executivos em um clube de golfe e etc.
O tom de conspiração ah lá Homeland já citada, a série 24 horas fica muito presente na atração na medida que temos o envolvimento da Secretaria do governo Harley (Jeanne Tripplehorn) e de um executivo de uma grande empresa com motivações obscuras chamado Steven Horn (Jai Courtney) e todo um time de agentes do governo que começam a investigar o caso, mas sinto que no final A Lista Terminal acaba por mais focar nesses pequenos alvos que Reese coloca e que sempre são finalizados no próprio episódio. A estrutura dos episódios se mantém a mesma onde temos o alvo descoberto, como Reese vai fazer para se aproximar dele, um pouco de ação, uma cena de reflexão do personagem, e depois um novo nome surge para servir de gancho para um novo episódio e um novo alvo.
Em resumo, acho que talvez a série não tenha cumprido os meus requisitos, mas com certeza deve agradar muita gente pelo seu ritmo um pouco mais lento e mais no estilo das outras produções do gênero no catálogo do Prime Video como as citadas no começo do texto.
A Lista Terminal chega em 1º de julho no Prime Video.