sábado, 07 setembro, 2024
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A Batalha do Biscoito Pop-Tart | Crítica: Vários comediantes e ninguém está bem!

Em A Batalha do Biscoito Pop-Tart, Jerry Seinfeld junta um monte de comediantes e impressionantemente ninguém está bem. Nossa crítica do longa.

E pelo visto A Batalha do Biscoito Pop-Tart (Unfrosted, 2024), o novo filme sobre algum produto (depois do jogo do SuperMario, do Tetris, e da boneca Barbie) não entrega alguma gostosa de se assistir mesmo sendo focado em um item delicioso para o café da manhã. E digo mais, a estreia na direção do comediante Jerry Seinfeld parece soar como um cabide de emprego para colocar metade de Hollywood no filme e digo com propriedade que, infelizmente, ninguém tá bem aqui. 

A ideia de contar a história entre a rivalidade entre as empresas Kelloggs e Post é interessante, o longa tem pelo menos duas piadas muito boas e que me tiraram boas risadas, mas mesmo assim A Batalha do Biscoito Pop-Tart deixa a desejar. Seinfield volta a trabalhar com o time de roteiristas que trabalhou na icônica série que levou seu nome e ainda em Bee Movie – A História de uma Abelha (2007), onde o trio de roteiristas Spike Feresten, Andy Robin e Barry Marder, mas parece que o quarteto ficou preso no tempo e nas piadas dos projetos do passado.

Basicamente, como filme, A Batalha do Biscoito Pop-Tart acaba por ser exagerado, cafona e que realmente tem muitos arcos narrativos e personagens circulando pela história que não fazem o menor sentido estarem ali. Narrativamente falando, A Batalha do Biscoito Pop-Tart mistura tudo que pode, e consegue, para fazer piada com a situação, com o contexto político e social dos EUA nos anos 60, mas no máximo tira um arzinho do nariz quando mescla situações reais com a trama adoidada do longa. 

 Jim Gaffigan, Fred Armisen, Jerry Seinfeld e Melissa McCarthy em cena de A Batalha do Biscoito Pop-Tart. Foto: COURTESY OF NETFLIX

Enquanto mira contar essa história de café da manhã como se fosse a corrida espacial, A Batalha do Biscoito Pop-Tart acaba por ser muito mais uma comédia, quase como se fosse um grande quadro do Saturday Night Live, do que efetivamente um filme sobre o que passou e o que aconteceu. Ao colocar esses personagens como se estivessem um filme de máfia, onde aqui são os leiteiros os responsáveis pelo sucesso do café da manhã e representados por um canastrão Christian Slater, e com cenas cercadas de referências para os anos 60 (revistas da época, brinquedos que marcaram a geração), A Batalha do Biscoito Pop-Tart reduz os personagens para caricaturas.

E mesmo o que poderia ser engraçado, acaba por soar estranho de se assistir, onde muito desses personagens vivem pela mesma piada a ser contada várias vezes. E nessa guerra fria, ou guerra do café da manhã, assim, por dizer que o presidente da Kellogg’s, o executivo Edsel Kellogg III (Jim Gaffigan) e a presidente da Post, a executiva Marjorie Post (Amy Schumer) vivem pelo número 1 no mercado de cereais, onde cada pesquisa conta, cada ideia conta ainda mais. A trama começa quando Bob Cabana (Jerry Seinfeld), dos executivos da Kelloggs, cruza com duas crianças (os atores mirins Bailey Sheetz e Eleanor Sweeney, basicamente as únicas pessoas bem no filme) revirando o lixo da concorrente, ele percebe que os rivais estão com planos muito parecidos com os deles para lançar um novo produto com base de frutas (que eles roubaram da pesquisa de Cabana) e assim executivo passa a correr contra o tempo para ele mesmo criar o produto para a empresa que trabalha.

Entre dentes grandes, e cabelos armados, Cabana vai contar com Donna Stankowski (Melissa McCarthy), um tipo de cientista maluca que trabalha na Nasa, para o ajudar a produzir esse produto do zero. E assim que A Batalha do Biscoito Pop-Tart usa essa oportunidade para introduzir diversos nomes conhecidos e que dão vida para diversos personagens para o filme na medida que Stankowski e Cabana montam o time dos sonhos nessa corrida. De James Marsden (que vocês dem ter visto na série sensação do ano passado Jury Duty) para Jack McBrayer (sempre lembrado pelos fãs de 30 Rock), para outros nomes menos conhecidos, mas que sempre pipocam por aí como Adrian Martinez (visto em Only Murders In The Building), Thomas Lennon da comédia Reno 911!!), Bobby Moynihan do SNL.

E assim, talvez, uma das poucas graças que ficam com A Batalha do Biscoito Pop-Tart, já que a história é uma mistureba tão grande igual manteiga de amendoim com geleia, fica em ver qual vai ser o próximo nome conhecido da comédia que vai dar as caras no longa. E olha que temos muitos hein? De Hugh Grant como o ator que vestia a roupa do Tony, o Tigre um dos mascotes mais conhecidos da Kellogs, para Mikey Day (do SNL), Fred Armisen como um funcionário do governo, até mesmo Tony Hale (o vencedor do Emmy por Veep), e Jon Hamm numa participação para lá de engraçada. 

Mas é só isso mesmo que vale nessa comédia maluca disponível na Netflix, o desfile de celebridades e comediantes que em A Batalha do Biscoito Pop-Tart já ajudam a esconder o quão fraco, sem graça, e realmente fora do tom o longa é. E nem as piadas envolvendo os russos, John Kennedy, e nem a forma como todo o lançamento se realiza com as crianças ajudando os executivos a escolherem o nome do biscoito fazem o filme empolgar. Parece que a Netflix deu carta branca para Seinfeld usar todo o capital que ele acumulou em Hollywood por conta de Seinfeld para criar uma doideira sem tamanha.

Nota:

A Batalha do Biscoito Pop-Tart chega em 3 de maio.

Onde assistir A Batalha do Biscoito Pop-Tart no streaming?

Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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