A entrega dos prêmios da 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo foi realizada durante a cerimônia de encerramento na noite desta quarta-feira (30) no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer. A solenidade foi apresentada por Serginho Groisman e Renata de Almeida.
Prêmio do Júri
O júri é formado por Beto Brant, Lisandro Alonso, Maria de Medeiros e Xénia Maingot.
Melhor Documentário
Honeyland
Macedônia do Norte, 2019, cor, 85 min. Documentário.
Direção e Roteiro: Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska
Em uma vila isolada na Macedônia do Norte, Hatidze, uma mulher de 50 e poucos anos, cuida de uma colônia de abelhas. Um dia, uma família itinerante se instala ao lado, e o reino pacífico de Hatidze dá lugar a motores barulhentos, sete crianças e 150 vacas. No entanto, ela se anima com a vizinhança e passa a dividir seus conselhos sobre apicultura, sua afeição e seu conhaque especial. Porém, Hussein, o patriarca dessa família, toma uma série de decisões que podem destruir o modo de vida de Hatidze para sempre.
Melhor Ficção
Crasher System
Alemanha, 2019, cor, 119 min. Ficção.
Direção e roteiro: Nora Fingscheidt
Elenco: Helena Zengel, Albrecht Schuch, Gabriela Maria Schmeide e Lisa Hagmeister
Benni é uma menina de nove anos revoltada, agressiva e imprevisível. A garota foi expulsa de todas as escolas onde estudou e não vive com a mãe, que tem medo dela. O serviço social contrata Micha, uma especialista em controle de raiva, para acompanhar Benni na escola.
Dente de Leite
Austrália, 2019, cor, 117 min. Ficção.
Direção: Shannon Murphy
Roteiro: Rita Kalnejais
Elenco: Eliza Scanlen, Toby Wallace, Emily Barclay e Eugene Gilfedder
Milla, uma adolescente que está muito doente, apaixona-se por Moses, um pequeno traficante de drogas -para o desespero dos pais da menina. A jovem começa a ter uma nova vontade de viver, mas, aos poucos, vai deixando de lado os valores tradicionais e a moralidade. Ela começa a mostrar a todos ao seu redor -os pais, Moses, uma vizinha que está grávida- como é viver sem ter nada a perder. O novo comportamento de Milla poderia ser um desastre para a família, no entanto, em vez disso, ela ensina como ver graça no caos da vida.
Prêmio Projeto Paradiso
Todos os diretores que tiveram títulos selecionados para a Mostra Brasil poderiam inscrever um novo projeto para concorrer a um prêmio oferecido pelo Projeto Paradiso, uma iniciativa do Instituto Olga Rabinovich. A bolsa, no valor de R$ 30 mil, é destinada ao roteirista do projeto em fase de desenvolvimento e inclui ainda mentoria nacional, consultoria internacional e participação no Workshop Audience Design do TorinoFilmLab no Brasil.
O projeto premiado neste ano foi O Campo dos Lobos Guarás, de Bárbara Cunha e Paulo Caldas.
Prêmio do Público
Melhor Ficção Brasileira
Pacificado
Brasil, 2019, cor, 100 min. Ficção.
Direção e roteiro: Paxton Winters
Elenco: Bukassa Kabengele, Débora Nascimento, Cassia Gil, José Loreto
Distribuição Fox
Rodado no labirinto de uma favela no Rio, Pacificado nos apresenta a história de Tati, uma garota de 14 anos que tenta manter sua mãe longe do vício, e de Jaca, um ex-traficante que finalmente está livre depois de passar anos na cadeia.
Melhor Documentário Brasileiro
Chorão: Marginal Alado
Brasil, 2019, cor & pb, 75 min. Documentário.
Direção: Felipe Novaes
Roteiro: Felipe Novaes, Hugo Prata, Matias Lovro
Distribuição: O2 Play
Documentário sobre o cantor Chorão (1970-2013), vocalista da banda Charlie Brown Jr. Com depoimentos que englobam a vida particular e a trajetória profissional do cantor, imagens de acervo pessoal e da mídia, o filme percorre a história de um dos mais importantes astros do rock brasileiro.
Melhor Ficção Internacional
Parasita
Coreia do Sul, 2019, cor, 131 min. Ficção.
Direção: Bong Joon-ho
Roteiro: Bong Joon-ho e Jin Won Han
Elenco: Kang-ho Song, Sun-kyun Lee e Yeo-jeong Jo
Distribuição: Pandora Filmes e Alpha Filmes
A família de Ki-taek é bastante unida, mas precisa conviver com o desemprego e com um futuro sombrio no horizonte. Seu filho Ki-woo é recomendado por um amigo, estudante de uma universidade de prestígio, para um trabalho bem remunerado como tutor, o que gera a esperança de uma renda regular. Carregando as expectativas de todos os familiares, Ki-woo vai à casa dos Park para uma entrevista. Na residência do sr. Park, dono de uma empresa global de TI, ele conhece Yeon-kyo, a linda e jovem sra. Park. Esse primeiro encontro entre as duas famílias dá início a uma sequência incontrolável de problemas.
Melhor Documentário Internacional
A Grande Muralha Verde
Reino Unido, 2019, cor/pb, 92 min. Documentário.
Direção e Roteiro: Jared P. Scott
O produtor-executivo Fernando Meirelles (diretor de filmes como Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e Dois Papas, que encerrará a 43ª Mostra) e Inna Modja, cantora e ativista do Mali, nos levam a uma jornada épica pela Grande Muralha Verde da África -uma iniciativa ambiciosa para fazer crescer um “muro” de oito mil quilômetros de árvores que se estende por toda a largura do continente para restaurar a terra e fornecer um futuro para milhões de pessoas. Atravessando Senegal, Mali, Nigéria, Níger e Etiópia, Modja segue a florescente Grande Muralha Verde pela região do Sahel -um dos lugares mais vulneráveis da Terra, onde as temperaturas estão subindo 1,5 vezes mais rápido que a média global-, revelando as graves consequências da degradação severa do solo e da aceleração da mudança climática. A muralha visa combater o aumento da desertificação, da seca, da escassez de recursos, da radicalização, dos conflitos e da migração.
Prêmio da ABRACCINE
A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi o longa Currais, de David Aguiar e Sabina Colares.
O filme foi escolhido “pela forma eficaz com que combina as linguagens documental e ficcional para realizar o resgate histórico essencial de um episódio pouco discutido de nosso passado e que muito revela, em suas similaridades com o presente, nossa insistência, como nação, não só em ignorar, mas punir os mais pobres por sua condição“.
Currais
Brasil, 2019, cor, 90 min. Documentário.
Direção e roteiro: David Aguiar e Sabina Colares
Misto de documentário e ficção, acompanhamos Romeu, um personagem fictício que viaja pelo sertão do Nordeste em busca de respostas e vestígios dos campos de concentração onde, em 1932, flagelados da seca foram aprisionados em troca de sobrevivência. Romeu vai costurando memórias a partir de relatos reais, documentos e fotos.
Júri – Prêmio Abraccine: Nayara Reynaud, José Geraldo Couto e Pablo Villaça
Prêmio da Crítica
A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação elegendo Aos Olhos de Ernesto como o melhor filme brasileiro e Honeyland como o melhor entre os estrangeiros.
Dirigido por Ana Luiza Azevedo, o longa Aos Olhos de Ernesto foi escolhido “por tratar a solidão de maneira realista, sem abrir mão do humor; por apostar com segurança num estilo narrativo que dialoga tanto com cinéfilos quanto com amplas plateias“.
Já o documentário Honeyland leva o prêmio por sua “habilidade em mergulhar o espectador em um universo tão particular e torná-lo próximo de sua carismática protagonista ao mesmo tempo em que, através desta, discute a importância da manifestação de uma consciência ambiental e social “.
Conheça os filmes premiados pela crítica:
Melhor Filme Brasileiro
Aos Olhos de Ernesto
Brasil, 2019, cor, 123 min. Ficção.
Direção: Ana Luiza Azevedo
Roteiro: Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado
Elenco: Jorge Bolani, Gabriela Poester, Jorde D’Elia e Julio Andrade
Distribuição: Elo Company
Ernesto, um fotógrafo uruguaio de 70 anos que vive no Brasil, vem enfrentando as limitações da velhice – como a solidão e a crescente cegueira, que ele acha que pode disfarçar de todos. Quando ficou viúvo, Ernesto passou a ocupar os silêncios com um disco rodando, os telefonemas do filho que mora longe, as idas ao banco para buscar sua escassa aposentadoria e as rápidas visitas do vizinho Javier. Mas Bia, uma descuidada cuidadora de cães, atropela a sua vida e coloca em risco seu metódico cotidiano. E Ernesto percebe que envelhecer pode ser rejuvenescer com a intensa companhia de uma menina que não tem nem trinta anos.
Melhor Filme Estrangeiro
Honeyland
Macedônia do Norte, 2019, cor, 85 min. Documentário.