Que o Brasil vai dominar o mundo, algum dia, é uma coisa que já sabemos né? E cada vez mais temos profissionais brasileiros em Hollywood, seja na frente das câmeras, como atrás delas, e na produção. E o longa Noite Infeliz não é diferente e tem um brasileiro envolvido na produção, sim.
Se trata do brasileiro-canadense chamado Roger Fires, um designer de produção que tem trabalhado em grandes produções de Hollywood já tem alguma tempo e agora assumiu a função no longa de Natal estrelado por David Harbour.
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Fires trabalhou em longas como Colossal (2016), 50 Tons de Cinza (2015) e Deadpool 2 (2018). Agora, o brasileiro assumiu a função no longa da Universal Pictures que está em cartaz nos cinemas nacionais.
Em bate-papo com o site, Fires comenta os principais desafios, trabalhar em mega produções, e claro, com o queridinho do momento David Harbour. Confira.
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Como foi para você trabalhar numa produção com um orçamento do tamanho de Colossal e depois partir para projetos maiores como Deadpool 2 e agora Noite Infeliz.
Roger Fires: Colossal foi um projeto de 7 milhões de dólares, coisa que aqui é considerado um projeto pequeno. O departamento de arte era formado por uma designer de produção, Sue Chan, eu, e uma coordenadora. Nós desenhávamos set, fazíamos as artes para o longa, e era tudo muito em menor escala. Demos muito duro para fazer aquele filme e foi muito gratificante. E então você sai de um departamento que tem 3 pessoas e vai para um Deadpool que tem, no departamento de arte, 20. Quando eu sai de Deadpool 2 como Diretor de arte para ser Designer de Produção, fiz Anônimo e Noite Infeliz, e vi que continuou aquela progressão de ter 10, 15 pessoas no departamento de arte, com funções determinadas, e cada fazer o seu trabalho. Não tive que vestir vários chapéus, diz ele usando uma expressão em inglês.
David Harbour é um cara que não precisa de nenhuma introdução. Você poderia comentar, eu queria que você falasse um pouquinho, quanto tempo que vocês levaram para decidir como que seria o visual dele no filme… porque ao mesmo tempo que em Noite Infeliz se a gente fica: “Ah, esse daqui é o Papai Noel!” mas também tem aquele momento que ficamos “Esse aqui é o David Harbor que eu conheço de outros produções”. Como que foi escolher o visual dele em termos de produção?
Começamos a produção em Novembro, mas eu comecei a falar com o time, com todos esses detalhes, e como seria esse visual, no final de agosto. E toda a ideia foi tentar fazer um Papai Noel mais realista. Como é que ele ia se proteger do frio? Como é que ele ia andar por ai com o trenó? Todo filme de Papai Noel você vê o trenó com o Dasher na frente, com aquele painel eletrônico e tudo mais.
A gente tinha uma bússola e ele controlava as renas com a bússola. Então a ideia era trazer esse Papai Noel para o mundo real. Eu fiz muitas referências para quando o programa Fantástico, há 30 anos atrás, fazia aquelas filmagens e ia lá para o Polo Norte para saber, para ver aquele Papai Noel que morava na Noruega. Eu fiz várias referências daquilo para o diretor para ele ver como era aquilo, e que aquilo é o que era minha percepção de se o Papai Noel fosse real.
E quando a gente criou esse Universo, [decidimos que] o Papai Noel (Harbour) e o Scrooge (John Leguizamo), eles tinham que se destacar no ambiente dentro da casa, e ao mesmo tempo, eles tinham que ter esse conflito visual do bem e o mal. Então todo lugar que você vê o Scrooge, e você vê o Papai Noel, dentro da casa que a gente construiu, você vê essa separação deles, no ambiente. E é muito engraçado, porque quando a gente fez isso, a casa tem esse esse calor tipo quase que uma pintura Norman Rockwell, mas quando a violência começa a acontecer [no filme], a casa quase que se adapta para a violência, ela fica mais opressora fica mais escura fica mais assustadora, então foi foi um processo de escolha de cores e como esses personagens iriam ter esse conflito dentro da casa.
O que deu mais trabalho de vocês criarem? Eu queria você falasse um pouco sobre o projeto da Lista do Papai Noel.
Teve muita discussão em torno sobre como seria a Lista. O diretor queria se fosse como uma adaptação, tipo um iPad, para você [o espectador] começar a ver a mágica. A mágica funcionava com Papai Noel, principalmente por conta do da lista.
E também que queria que você falasse um pouco da mansão que o filme se passa, se era uma mansão que se vocês criaram em set, se vocês alugaram e etc?
No começo do projeto, a ideia era de alugar uma casa ou alugar várias casas em que a gente filmasse um pouquinho em cada uma delas. Mas como estávamos gravando o filme no inverno de Winnipeg (um das cidades canadenses mais frias do mundo), e teve dias que estava menos 45 graus de temperatura, com muita neve, e tudo mais para andar por lá… eu batalhei e falei eu consigo construir essa casa de um jeito que a gente vai aproveitar para as cenas com os dublês e tudo mais mais. Ia ser muito mais proveitoso e mais rápido para a produção se a gente construísse a casa.
Então, o que eu propus foi, de construirmos o primeiro andar da casa, com o layout certinho, e depois eu transformei todos os outros cômodos da casa, em algo diferente para o segundo andar. Então o Grande Salão onde a família fica de refém depois se transformava no celeiro, a sala de segurança se transformou no cofre… o único lugar que não se transformou em nada foi o Lounge, onde é quando, vemos pela primeira vez o Papai Noel. Aquele espaço ficou do jeito que era mas todo elemento da casa a gente transformou em algo novo até o sótão, nós transformamos na cabana que eles lutam no final.
O filme tem direção de Tommy Wirkola (João e Maria: Caçadores de Bruxas, Zumbis na Neve) e que a dupla Pat Casey e Josh Miller (do live-action do Sonic) cuidaram do roteiro.
A trama se passa na véspera de Natal numa casa de uma rica família com problemas como qualquer uma e que são descritas como típicas de Succession. Um grupo de mercenários planeja atacar o local. Assim caberá a um Papai Noel (Harbour) desiludido distribuir socos em formato de presentes para os bandidos e salvar o Natal.
No elenco temos os atores John Leguizamo, Beverly D’Angelo, Alex Hassell e Alexis Louder.
Noite Infeliz em cartaz nos cinemas.