domingo, 22 dezembro, 2024
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Um bate-papo com Roger Fires, o brasileiro que trabalhou na produção de Noite Infeliz

Que o Brasil vai dominar o mundo, algum dia, é uma coisa que já sabemos né? E cada vez mais temos profissionais brasileiros em Hollywood, seja na frente das câmeras, como atrás delas, e na produção. E o longa Noite Infeliz não é diferente e tem um brasileiro envolvido na produção, sim.

Se trata do brasileiro-canadense chamado Roger Fires, um designer de produção que tem trabalhado em grandes produções de Hollywood já tem alguma tempo e agora assumiu a função no longa de Natal estrelado por David Harbour.

David Harbour está brutal em trailer de Noite Infeliz

Fires trabalhou em longas como Colossal (2016), 50 Tons de Cinza (2015) e Deadpool 2 (2018). Agora, o brasileiro assumiu a função no longa da Universal Pictures que está em cartaz nos cinemas nacionais.

Em bate-papo com o site, Fires comenta os principais desafios, trabalhar em mega produções, e claro, com o queridinho do momento David Harbour. Confira.

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Noite Infeliz
Linda (Alexis Louder) e o Papai Noel (David Harbour) em cena de Noite Infeliz.
Foto: © Universal Studios

Como foi para você trabalhar numa produção com um orçamento do tamanho de Colossal e depois partir para projetos maiores como Deadpool 2 e agora Noite Infeliz.

Roger Fires: Colossal foi um projeto de 7 milhões de dólares, coisa que aqui é considerado um projeto pequeno. O departamento de arte era formado por uma designer de produção, Sue Chan, eu, e uma coordenadora. Nós desenhávamos set, fazíamos as artes para o longa, e era tudo muito em menor escala. Demos muito duro para fazer aquele filme e foi muito gratificante. E então você sai de um departamento que tem 3 pessoas e vai para um Deadpool que tem, no departamento de arte, 20. Quando eu sai de Deadpool 2 como Diretor de arte para ser Designer de Produção, fiz Anônimo e Noite Infeliz, e vi que continuou aquela progressão de ter 10, 15 pessoas no departamento de arte, com funções determinadas, e cada fazer o seu trabalho. Não tive que vestir vários chapéus, diz ele usando uma expressão em inglês.

David Harbour é um cara que não precisa de nenhuma introdução. Você poderia comentar, eu queria que você falasse um pouquinho, quanto tempo que vocês levaram para decidir como que seria o visual dele no filme… porque ao mesmo tempo que em Noite Infeliz se a gente fica: “Ah, esse daqui é o Papai Noel!” mas também tem aquele momento que ficamos “Esse aqui é o David Harbor que eu conheço de outros produções”. Como que foi escolher o visual dele em termos de produção?

Começamos a produção em Novembro, mas eu comecei a falar com o time, com todos esses detalhes, e como seria esse visual, no final de agosto. E toda a ideia foi tentar fazer um Papai Noel mais realista. Como é que ele ia se proteger do frio? Como é que ele ia andar por ai com o trenó? Todo filme de Papai Noel você vê o trenó com o Dasher na frente, com aquele painel eletrônico e tudo mais.

A gente tinha uma bússola e ele controlava as renas com a bússola. Então a ideia era trazer esse Papai Noel para o mundo real. Eu fiz muitas referências para quando o programa Fantástico, há 30 anos atrás, fazia aquelas filmagens e ia lá para o Polo Norte para saber, para ver aquele Papai Noel que morava na Noruega. Eu fiz várias referências daquilo para o diretor para ele ver como era aquilo, e que aquilo é o que era minha percepção de se o Papai Noel fosse real.

E quando a gente criou esse Universo, [decidimos que] o Papai Noel (Harbour) e o Scrooge (John Leguizamo), eles tinham que se destacar no ambiente dentro da casa, e ao mesmo tempo, eles tinham que ter esse conflito visual do bem e o mal. Então todo lugar que você vê o Scrooge, e você vê o Papai Noel, dentro da casa que a gente construiu, você vê essa separação deles, no ambiente. E é muito engraçado, porque quando a gente fez isso, a casa tem esse esse calor tipo quase que uma pintura Norman Rockwell, mas quando a violência começa a acontecer [no filme], a casa quase que se adapta para a violência, ela fica mais opressora fica mais escura fica mais assustadora, então foi foi um processo de escolha de cores e como esses personagens iriam ter esse conflito dentro da casa.

Sugarplum (Stephanie Sy), Gertrude (Beverly D’Angelo), Alva (Edi Patterson), Morgan Steel (Cam Gigandet), Frosty (Can Aydin), Bert (Alexander Elliot), Linda (Alexis Louder), Peppermint (Rawleigh Clements-Willis), Scrooge (John Leguizamo) e Gingerbread (Andr Eriksen) em cena de Noite Infeliz.
Foto: © Universal Studios

O que deu mais trabalho de vocês criarem? Eu queria você falasse um pouco sobre o projeto da Lista do Papai Noel.

Teve muita discussão em torno sobre como seria a Lista. O diretor queria se fosse como uma adaptação, tipo um iPad, para você [o espectador] começar a ver a mágica. A mágica funcionava com Papai Noel, principalmente por conta do da lista.

E também que queria que você falasse um pouco da mansão que o filme se passa, se era uma mansão que se vocês criaram em set, se vocês alugaram e etc?

No começo do projeto, a ideia era de alugar uma casa ou alugar várias casas em que a gente filmasse um pouquinho em cada uma delas. Mas como estávamos gravando o filme no inverno de Winnipeg (um das cidades canadenses mais frias do mundo), e teve dias que estava menos 45 graus de temperatura, com muita neve, e tudo mais para andar por lá… eu batalhei e falei eu consigo construir essa casa de um jeito que a gente vai aproveitar para as cenas com os dublês e tudo mais mais. Ia ser muito mais proveitoso e mais rápido para a produção se a gente construísse a casa.

Então, o que eu propus foi, de construirmos o primeiro andar da casa, com o layout certinho, e depois eu transformei todos os outros cômodos da casa, em algo diferente para o segundo andar. Então o Grande Salão onde a família fica de refém depois se transformava no celeiro, a sala de segurança se transformou no cofre… o único lugar que não se transformou em nada foi o Lounge, onde é quando, vemos pela primeira vez o Papai Noel. Aquele espaço ficou do jeito que era mas todo elemento da casa a gente transformou em algo novo até o sótão, nós transformamos na cabana que eles lutam no final.

O filme tem direção de Tommy Wirkola (João e Maria: Caçadores de Bruxas, Zumbis na Neve) e que a dupla Pat Casey e Josh Miller (do live-action do Sonic) cuidaram do roteiro.

A trama se passa na véspera de Natal numa casa de uma rica família com problemas como qualquer uma e que são descritas como típicas de Succession. Um grupo de mercenários planeja atacar o local. Assim caberá a um Papai Noel (Harbour) desiludido distribuir socos em formato de presentes para os bandidos e salvar o Natal.

No elenco temos os atores John Leguizamo, Beverly D’Angelo, Alex Hassell e Alexis Louder.

Noite Infeliz em cartaz nos cinemas.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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