Do que se trata Um Ninho Uma Para Dois:
Depois que Lilly (Melissa McCarthy) e Jack (Chris O’Dowd) sofrem uma grande perda, cada um segue um caminho para lidar com o seu luto e tentar salvar o seu relacionamento, redescobrindo a capacidade de amar.
O diretor Theodore Melfi comanda o longa com roteiro de Matt Harris. No elenco temos ainda Timothy Olyphant, Skyler Gisondo, Daveed Diggs, Laura Harrier, Rosalind Chao, Loretta Devine e Kevin Kline.
O que achamos:
Em alta em Hollywood em seu terceiro projeto no ano, a atriz Melissa McCarthy se mostra mesmo uma das atrizes mais versáteis no ar ultimamente. Em Um Ninho Para Dois, McCarthy está absolutamente bem e confortável nessa história sobre perda, luto e dar a volta por cima. Depois de atuar no longa de super-herói Operação Trovão e na série Nove Desconhecidos, McCarthy assume um papel mais dramático, mesmo que não deixa o seu bom humor característico de lado como em quase todas as suas produções.
Aqui, não espere nada muito parecido com a carga dramática de Poderia Me Perdoar?, por exemplo, um dos melhores papeis da atriz, mas, como falamos, McCarthy realmente está muito bem e se garante nos momentos mais sérios ao lado de Chris O’Dowd, outro comediante que tem dado as caras no drama, e do veterano Kevin Kline.
Claro, Um Ninho Para Dois tem um tom quase de filme B, aqueles de auto-ajuda totalmente clichezão, mas garante nas interações da personagem de McCarthy com o tal pássaro que dá o título do longa no original. É nos momentos mais divertidos e que servem para fazer um grande contaponto e balancear com o drama que o longa ganha um certo destaque. No filme acompanhamos o casal Lily (McCarthy) e Jack (O’Dowd) em luto, e vemos como eles precisam superar a perda de uma filha ainda bebê e como isso afetou a saúde mental dos dois, e de formas diferentes, mesmo que no final, Lily e Jack vivem o mesmo tipo de dor.
Jack vai para uma instituição e Lily fica em casa segurando as pontas. Mas nem tudo são flores para a personagem, afinal, o trabalho no super-mercado, o chefe mala (Timothy Olyphant) e o colega mais jovem (Skyler Gisondo) que não entende completamente o que ela passada, nem sempre ajuda a personagem que vive num piloto automático, e serve apenas para mascarar a dor que ela ainda vive. O mesmo é válido para o marido que acha que está bem no local diferente dos colegas internados, com uma ótima Loretta Devine. Jack acha que não é necessário estar lá mesmo tendo sofrido um colapso nervoso e tentado se matar.
Na medida que Lily recebe a orientação de visitar um médico, a supresa dela é que o Dr. Larry (Kline, muito bem também) cuida de animais. Assim, o roteiro Matt Harris claramente brinca com a questão de como Lily poderá ser ajudada por um “veterinário”? Mas a relação entre os dois apenas começa e claro, Um Ninho Para Dois aproveita o tal pássaro e o médico para ajudarem Lily com seus problemas.
Sinto que o longa é um daqueles bem água com açúcar mas tem seus bons momentos. As interações de McCarthy e Kline entregam boas cenas mesmo que o longa se apoie em algumas passagens que são tão óbvias para a resolução da trama que nunca deixam o longa se aprofundar como deveria na trama e desenvolver as passagens de luto que os protagonistas tem que viver. No final, Um Ninho Para Dois entrega um filme sobre ver a luz no final do túnel, onde aqui somos guiados por McCarthy em um capacete de futebol americano que é atacada por um pássaro raivoso que só quer proteger seu ninho, assim, como Lily.
Um Ninho Para Dois chega na Netflix em 24 de setembro.
Visto em sessão digital da edição 2021 do Festival de Toronto.