Já fica claro nesse terceiro episódio que a trama de Sharp Objects se desenrolará lentamente e que a série irá construir em cada cena um panorama da complexa figura representada por Camille e claro as relações da repórter com sua família e com a própria cidade de Wind Cap.
Durante o “1×03 – Fix” vemos detalhes chocantes do passado da personagem mostrados de uma forma super densa e em alguns momentos às vezes até confusos mas que nos ajudam a compôr um grande quadro sobre quem é Camille e seu comportamento auto-destrutivo.
Em Sharp Objects, pelo visto, tudo tem um significado oculto por trás, desde uma tela rachada de tela, um pirulito de morango e auto-retratos derrubados de cômodas. E vai acabar ao espectador, saber conectar todos os pontos deixados pela trama, afinal, esse terceiro episódio constrói sua narrativa de uma forma que a história nos leva lentamente para seus momentos finais explosivos, impactantes e que realmente parecem exigir tudo de seus atores, principalmente, de sua protagonista a atriz Amy Adams.
A estrutura narrativa da série continua a mesma, com aqueles flashbacks indo e vindo que se mesclam com a linha do tempo atual, onde vemos uma Camille que sofre com o abuso de bebidas, indo a fundo na sua matéria/investigação e que continua a ter dificuldades em conseguir a confiança das pessoas envolvidas no caso do desaparecimento das meninas.
Nesse terceiro episódio, conseguimos conhecer mais a relação dos moradores com a cidade que em Fix acaba por ser definida pela frase “Em Wind Cap as mulheres não matam com as próprias mãos, elas matam com palavras e então você está morto.” E basicamente esse diálogo nos reafirma e nos mostra todo o ar sulista e tradicional que impera na cidade onde vemos Adora influenciar o delegado de polícia sobre a investigação e Ashley, namorada de John (o irmão de uma das garotas desaparecidas) que lidera o bate-papo com a jornalista e responde as perguntas no lugar do rapaz.
Em Sharp Objects o simbolismo continua muito grande, e as rosas funcionam dentro da série como se estivessem presentes na trama e ajudassem a conta a história, onde vemos essa planta tão bonita aparecer em momentos pontuais dentro desse capítulo em questão: maltratadas em um jardim, em cima de um travesseiro ou no vaso quebrado no chão de um hospital. Três momentos que envolvem dor e sofrimento para as suas personagens.
A troca de informações entre o detetive Richard e Camille, ambos vistos com uma ameaça de fora e que mexem com o cotidiano da pacata – não – tão – pacata cidade, avança e começamos a ver os primeiros deslumbres para uma relação um pouco mais pessoal e menos profissional. Amma, irmã de Camille, também percebe isso e ataca a personagem com todas as forças.
Sharp Objects faz um terceiro episódio com um mega desenvolvimento de sua protagonista e usa seus minutos de forma preciosa para nos mostrar partes de um mapa (ainda em construção) sobre seus personagens. O caso em que questão continua a se desenvolver lentamente com seus suspeitos sendo apresentados aos poucos, onde a atmosfera obscura de Wind Cap faz todos serem suspeitos.