segunda-feira, 23 dezembro, 2024
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Rua Augusta | Primeiras Impressões

Por ser a primeira série de ficção original da TNT, já vamos deixar claro que Rua Augusta é um acerto. E dos grandes!

Com um ritmo empolgante e uma história que prende atenção de quem assiste logo nos primeiros minutos, Rua Augusta faz jus a rua que dá nome a série: uma produção com um visual estiloso e uma história que mostra logo de cara para que veio, unindo diversas e diferentes tramas num roteiro bem escrito. Fiorella Mattheis até é o destaque e está bem no episódio piloto, mas quem realmente rouba a cena é Lourinelson Vladimir como Alex. 

Foto: TNT Brasil

A série não poupa esforços em cair de cabeça no mundo meio underground e hipster da rua Augusta e acerta em ousar e não ficar com falso puritanismo ao mostrar a realidade com sexo, prostituição e drogas que ronda a noite paulistana e que tem na rua um ponto de encontro de diferentes tipos de pessoas e frequentadores em suas inúmeras casas noturnas.

A produção quase chega a ter um climinha meio noir e sua fotografia se destaca por cores fortes num visual quase neon, bastante pulsante e que grita. Com uma ambientação escura e com movimentos apressados de câmera o primeiro episódio acerta em criar um clima de desbravamento e de mistério para apresentar seus personagens.

Logo de cara conhecemos Mika (Matheis) e Nicole (a desenvolta Pathy De Jesus) duas strippers que estão acostumadas a lidar com o dia-a-dia (ou seria a noite?) no local onde elas trabalham. “Você não cansa de homem?” pergunta uma delas e a outra prontamente responde “Não!”, e assim entramos de cabeça no mundo das garotas onde perucas e saltos altos estão ali para agradar os clientes, mesmo que elas claramente tenham uma outra vida fora dali.

Foto: TNT Brasil

E então o roteiro de Ana Reber, Jaqueline Vargas e Julia Furrer sabe continuar bem a apresentação de seus personagens e o que parecia ser diversos núcleos diferentes, temos tramas que acabam se conectando de uma forma bastante interessante. Assim, como a rua Augusta tem como característica unir diversos tipos de pessoas, com sexualidades e ideais diferentes num mesmo ambiente em busca de diversão, a série também acaba parece ter esse propósito.

Com um estilo único que lembra até mesmo um clipe da MTV dos anos 90, Rua Augusta tem o nível de uma produção original HBO e entrega um primeiro episódio envolvente, com personagens humanizados e cheio de camadas prontas para serem desvendadas nessa primeira temporada.

E como falamos Lourinelson Vladimir é o grande destaque, Alex é dono de uma balada na frente da boate onde as meninas dançam e talvez aqui seu personagem seja o mais desenvolvido nesses primeiros 30 minutos. Ele é dono de um desses inferninhos cultuados pelos hipsters que frequentam a rua e lida tudo com uma mão de ferro, mas também tem uma história com a família e com a filha pequena que parece que irá se desenrolar ao longo da temporada de uma forma curiosa, afinal teremos o mesmo personagem lidando em ambientes completamente opostos.

Rua Augusta não poupa em nada e entrega momentos fortes, intensos e bastante violentos quando vemos os personagens centrais envolvidos numa série de eventos envolvendo pessoas poderosas, trocas de socos, sangue e até mesmo um assassinato que deve rondar a trama.

A medida que as histórias vão se convergindo todas elas acabam caindo no mesmo local, a rua que dá nome para a série. E em Rua Augusta é como se o espectador estivesse a pé, na rua com o mesmo nome, fazendo o percurso Av. Paulista até a Praça Roosevelt e encontrasse nos quarteirões uma história que desenrolasse ao longo do caminho de uma forma curiosa e instigante como seu percurso, afinal na Augusta você nunca sabe o que te espera. E é esse o sentimento que o seriado transmite, o de uma ótimo produção que está pronta para mostrar uma realidade pouco vista na TV brasileira.

Rua Augusta estreia dia 15 de março com episódio duplo na TNT Brasil.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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