Os eSports ganharam uma popularidade tremenda nos últimos anos, e atualmente se tornaram tão queridos quanto os esportes tradicionais. Contudo, como nem tudo são flores, a modalidade também é a segunda que mais apresenta suspeita de manipulação de resultados em suas partidas, ficando atrás apenas do futebol. Pelo menos é isso que aponta o relatório de 2021 da Sportradar, companhia especializada no monitoramento e integridade competitiva de apostas e resultados de jogos.
Segundo os dados apresentados no relatório, o Sistema Universal de Detecção de Fraude (UFDS, na sigla em inglês) da empresa identificou suspeita de manipulação de resultado em um a cada 384 jogos de eSports. Com isso, a modalidade perde nesse quesito apenas para o futebol, que apresenta uma suspeita a cada 201 partidas, e fica a frente de esportes super populares, como o basquete, que tem uma suspeita a cada 498 duelos.
No entanto, o relatório não especifica quais são dos jogos dos esportes eletrônicos que mais apresentam suspeitas de manipulação, já que eles consideram os eSports uma única modalidade.
Suspeitas ocorrem em todo o mundo
No ano passado, a Sportradar relatou ter observado atividades suspeitas em 903 jogos de 10 diferentes esportes em 76 países. Sendo essa a maior quantidade já registrada nos 17 anos de operações da empresa – e o valor é 2,4% superior ao registrado em 2019, quando ocorreram 882 casos.
De acordo com a empresa, o recorde ocorre em um momento em que o faturamento global dos palpites esportivos também atingiu o seu pico, que é estimado pela companhia em 1,45 trilhão de euros. Sendo que os dados apresentados apontam que as partidas manipuladas renderam cerca de 165 milhões de euros em palpites.
Por conta do crescimento do mercado de pitacos em todo o mundo, a atuação da Sportradar tem se mostrado cada vez mais importante e eficaz. Ainda mais no Brasil, que é um dos mercados de palpites mais promissores do planeta, onde as novas casas de apostas online já caíram no gosto da população, que passou a aproveitar as diversas vantagens presentes nas plataformas, como o bônus de boas-vindas, que multiplica o saldo inicial do usuário e facilita seus primeiros passos neste setor.
Irregularidades
O relatório da Sportradar não apresenta muitos detalhes sobre as suspeitas de manipulação de resultados nos eSports, contudo, as irregularidades mais comuns vistas no futebol estão relacionadas com torneios de baixo nível. Com isso, 50% dos casos em torneios domésticos ocorreram na terceira divisão ou em competições ainda menores. Os meses que mais apresentaram casos foram setembro e outubro, 105 e 104 ocorrências, respectivamente – coincidindo com o começo da temporada do futebol europeu.
A Riot Games, desenvolvedora de títulos famosos dos esportes eletrônicos, como League of Legends e VALORANT, contratou a Sportradar em 2019. Dessa forma, no Campeonato Mundial de League of Legends do ano passado, eles identificaram que o jogador Chien “Maoan”, componente da equipe taiwanesa Beyond Gaming, teria dado informações privilegiadas a um amigo sobre o duelo contra o Galatasaray Esports, o que o beneficiou nas apostas. Com isso, Maoan acabou sendo suspenso, já que o cenário competitivo de LoL proíbe a associação de pro players com palpites.
Na época, o head de eSports de League of Legends da Riot Games, Naz Aletaha, afirmou que a empresa passaria a adotar novas medidas para prevenir que plataformas de palpites pusessem em risco a integridade competitiva dos eventos promovidos pela empresa. Em setembro do ano passado, o diretor de eSports da Riot Games no Brasil, Carlos Antunes, apontou que a Sportradar monitora o CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) e que até o momento não apresentou suspeitas de irregularidades.