A Netflix prometeu muito para a adaptação de One Piece, mangá e anime de sucesso de Eiichiro Oda, e podemos concluir que a Tudum entregou tudo. One Piece: A Série é irreverente, ágil e somando tudo isso com seu elenco carismático, acaba nos acertando em cheio. A escalação de Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy é certeira, ele nos cativa já nos primeiros momentos da série.
Um ponto alto para a adaptação é que eles respeitam os exageros de cores e personalidades excêntricas de todos os personagens da obra de Oda, e já no primeiro episódio nos entregam uma apresentação incrível de Luffy, Koby, Zoro e Nami.
Evitando fazer pequenas entradas para cada personagem, o maior acerto dos roteiros é deixar isso fluir já no primeiro episódio, nos situando neste universo e colocando todas as peças no tabuleiro. A busca pelo One Piece é iniciada com apresentações dos principais personagens, e suas motivações, e deixando claro, seguir o próprio sonho, e ser fiel a sua essência, é o ponto alto de Luffy e seu grupo.
Gostei muito do CGI dos episódios, a excentricidade dos poderes de quem come a Akuma no Mi, a fruta do demônio, foi bem exposta, mesmo que com Burgy, o pirata palhaço, tenha me deixado um pouco frustrado, mas para Luffy, os homens-peixe, e tudo mais, me cativou, e quando entra em cena o Going Merry, ali não tem como o coração de um fã de One Piece não tremer.
Em seus 8 episódios One Piece: A Série consegue nos transportar para dentro de seu universo e resume muito bem a primeira saga da obra, a East Blue, que tem os arcos de Romance Down, Orange Town, Vila Syrup, Baratie e Arlong Park, em um total de 47 episódios. Seu resumo já nos joga de cara em diversas questões que seria vista mais a frente, como o parentesco de Luffy e do Vice-Almirante Garp, e dá mais destaques a Coby e Helmeppo.
O elenco é outro ponto importante e Godoy, ao lado de Mackenyu, Emily Rudd, Jacob Romero Gibson e Taz Skylar, entregam uma conexão sem igual no meio dessa loucura de piratas e a busca por realizar sonhos…
A trama da série é simples, antes de morrer pelo comando de Garp, o pirata Roger anuncia que quem encontrasse o seu tesouro, o One Piece, seria o Rei dos Piratas, o que em 22 anos acaba criando o caos no mundo, em uma busca desenfreada por algo que acaba se tornando um mito, mas que habita o coração alegre de Luffy, que sonha em encontrar o tesouro e se tornar o Rei, mesmo que seu avô não goste da ideia.
One Piece: A Série apresenta bem o passado de Luffy, como ele come a Gomu Gomu no Mi, a fruta que lhe dá os poderes de borracha, mas a Akuma no Mi tem um problema, ela lhe dá um ponto fraco que é a água, o maior pesadelo para um pirata. Sua relação com Shanks é bem abordada, e até mesmo os vilões são bem encaixados e apresentados, como Alvida, Arlong e Buggy.
O visual deles é sensacional, fiel ao mangá, e ao mesmo tempo único, além da trilha sonora que é contagiante. Uma série de piratas, com muita ação, rum, e comida, até mesmo o Baratie com seu capitão-chefe Zeff foi imponente em sua apresentação.
Zoro, Nami, Sanji e Usopp tiveram seu passado bem explicado, suas motivações bem abordadas, e não deixam em nada a dever para o tempo de tela de Luffy, e o mesmo vale para Coby, que tem uma participação bem pequena na obra original, e aqui é o espírito da Marinha, tentando manter Garp e a organização no seu propósito.
Lógico que temos pequenos problemas, como em alguns poucos momentos mais arrastados na condução, e o CGI mais apressado nos momentos finais, mas nada disso atrapalha a experiência de One Piece: A Série.
Netflix acerta nessa adaptação e já nos deixa querendo mais episódios de One Piece: A Série logo após Luffy e os amigos se despedirem, e mostrando que tem muita coisas a vir pela frente.
One Piece: A Série está disponível na Netflix.