Um dia da caça, outro do caçador. Essa frase é bem o que define o novo filme da franquia Predador. Em O Predador: A Caçada (Prey, 2022) fica claro que a história se desenvolve por conta dos seus personagens e não por conta exclusivamente da presença dessa criatura alienígena na história.
E, talvez, essa tenha sido a decisão mais acertada do time de produção e do roteirista Patrick Aison para criar e desenvolver essa história.
Em boa parte de O Predador: A Caçada, nem parece que estamos em um filme do gênero, afinal, o longa entrega muitas coisas mais interessantes do que apenas a figura do monstrão que anda por aí com sua visão de infra vermelha e seu aparato tecnológico pronto para caçar os humanos.
Pelo contrário, o longa coloca a figura de uma tribo indígena no centro da história, liderados por dois irmãos guerreiros, Naru (Amber Midthunder) e Taabe (Dakota Beavers), e deixa a figura do predador em segundo plano. O que é muito bom para a história que o longa quer contar. Mas calma que a figura do monstrão ainda tem sua vez no filme.
O que temos então em O Predador: A Caçada então é uma história completamente interessante, tanto visualmente quanto em termos de arcos narrativos que são desenvolvidos. Ao colocar Taabe como o guerreiro mais experiente, e toda a tribo não acreditar no potencial de Naru, deixa o relacionamento dos dois para ser desenvolvido ao longo do filme. É como se tivesse uma versão de Anna e Elsa (do mega sucesso Frozen) aqui, só que em live-action, só que um irmão e uma irmã, e com uma mega mitologia indígena por trás e que ajuda a contar essa história.
Em O Predador: A Caçada, é como se tivéssemos uma mistura de coming of age com suspense e a caçada do monstrão no meio de uma aldeia indígena que realmente consegue criar um sentimento de tensão na medida que se desenvolve. Afinal são os guerreiros da tribo Comanche vs a ameaça que cai no nosso planeta. E O Predador: A Caçada vai por criar esse sentimento de o que será que vai acontecer na medida que os guerreiros usam suas táticas de caça para tentarem descobrir o que anda rondando a tribo deles no meio da planícies americanas há 300 anos atrás.
E o longa cria uma ambientação super imersiva para isso, seja pela escalação dos atores com descendência indígena, ou os figurinos perfeitos, ou as ambientações em cena que o diretor Dan Trachtenberg usa dos cenários abertos e tudo mais. O Predador: A Caçada faz um filme que impressiona por todas essas questões e que quase não estão ligadas com o personagem do monstrão gigante que invade o local. Mas claro, quando efetivamente o Predador (Dane DiLiegro, um ex-jogador profissional de basquete que começa carreira em Hollwood) aparece em cena, o longa só se beneficia com isso, sem dúvidas.
É o fator final que se junta para o longa, onde o time dos efeitos visuais capricha (para um filme que foi lançado no streaming), seja nas cenas de combate, ou na tecnologia que o alien usa. A parte da camuflagem que o deixa invisível, e as cenas de luta com o personagem e a gosma verde, são de longa as partes mais tensas do filme e mais interessante visualmente de se assistir.
E basicamente todos os visuais do filme são bem feitos, desde das cenas mais violentas e gráficas, até mesmo para a recriação da aldeia, e tudo mais. Mesmo com um foco maior nos outros personagens e menos no monstrão do espaço, O Predador: A Caçada entrega um longa de ação caprichado e intenso em sua proposta e naquilo que quer contar, uma história da presa, da caça, e do caçador. Onde as variáveis da equação mudam a todo tempo no longa. E isso é a parte mais legal dele.
O Predador: A Caçada chega em 5 de agosto no Star+.