Depois se tornar astro de filmes de ação nos últimos anos, o irlandês Liam Neeson retorna ao drama, com toques de comédia, em De Volta à Itália, filme escrito e dirigido pelo ator James D’Arcy, sobre um pai e um filho que tentam se reconectar após a morte da esposa e mãe. No longa, o astro contracena com seu próprio filho Micheál Richardson, numa história que carrega traços de semelhança com a vida de ambos. A produção chega aos cinemas nacionais em 28 de outubro.
Neeson interpreta Robert, um artista boêmio, que viaja até a Itália, na companhia de seu filho, Jack, com a intenção de vender a casa que herdaram da falecida esposa. Chegando lá, tudo começa a dar errado quanto tentam reformar a villa, na região da Toscana, e a relação entre os dois fica ainda mais abalada. Enquanto isso, o rapaz se apaixona por uma jovem chef (Valeria Bilello), cujo ex-marido tem fama de violento.
Neeson, que passou por uma experiência parecida com a de Robert, ao perder a mulher, Natasha Richardson, em 2009, quando ela sofreu um acidente esquiando, define o longa como “uma grande história sobre família e amor”, e confessa que encontrou no filme uma maneira de enfrentar suas próprias dores. “Foi muito catártico para lidar com o meu próprio luto. E fazer isso por meio da arte, ou seja fazendo um filme, foi muito, muito único e especial”
“Quando você está rodando uma cena, você está cercado de toda equipe, umas 40 ou 50 pessoas, e eu sempre senti que estavam me apoiando. Não estavam apenas lá para fazer o trabalho, como se fosse outro qualquer, era um sentimento de camaradagem”.
O jovem ator Richardson também confessa que se sentiu estranho ao ler o roteiro, por ser tão próximo da experiência que ele e o pai passaram. “Fazia 10 anos que minha mãe tinha falecido, e ser uma pessoa que a perdeu tão jovem… Há uma fala marcante do meu pai, no filme, ‘Ninguém sabe como enfrentar isso’. E creio que ninguém sabe mesmo, mas quando se passa por isso, muito fica fechado dentro de você, que acho não ser a maneira certa de enfrentar um luto. Você tem que por pra fora, chorar. Então, acredito que o processo do filme, me ajudou nisso.”
D’Arcy, mais conhecido por seu trabalho como ator em filmes como Vingadores: Ultimato e Dunkirk, estreia na direção e roteiro de longas com De Volta à Itália. Ele conta que a ideia para o longa surgiu enquanto ele viajava pela região da Toscana, e pretendia fazer o papel de Jack, mas com o passar do tempo, ficou velho demais para o personagem.
“Depois de muito tempo em desenvolvimento, poder voltar à Toscana com Liam e Micheál, um elenco dos sonhos, era inacreditável. É um privilégio poder contar essa história com esses dois atores. Todos nós tínhamos conexão com o material que foi muito além das páginas do roteiro.”
Como o tema era muito denso, D’Arcy explica que sempre quis incluir um pouco de humor. “Acredito que se o público se sente mais confortável, estarão mais tranquilos quando chegar nas partes mais duras do filme, as cenas mais emocionais. Sempre foi claro para mim que seria um longa cheio de esperança, que as pessoas saíssem do cinema se sentido bem sobre si mesmas e a vida.”
Desde sua estreia, De Volta à Itália colheu diversas críticas positivas. Para a revista Rolling Stone, “a dor compartilhada e o amor irrestrito que o ator irlandês, de 68 anos, e o filho, de 25, são próximas do que sentiram, e isso traz um toque de honestidade ao filme.” “O roteirista e diretor James D’Arcy consegue performances cômicas de seu elenco agradável”, escreveu o jornal inglês The Guardian.
De Volta à Itália chega dia 28 de outubro.