Há um tempo atrás eu esbarrei no projeto de Bóia no Facebook e pude ler a edição disponibilizada no site, que chega a ter até uma versão traduzida para o Guarani, em uma iniciativa incrível. No último fim de semana compareci a CCXP – Comic Con Experience 2016 e pude conversar com Léo D. Andrade no Artists’ Alley e ter em mãos o Vol. 1 de A Lenda de Bóia, Um Dia de Caça.
A trama de A Lenda de Bóia busca ser atemporal, com uma contagem própria dos ciclos solares e lunares, e logo de início somos jogados na caça de Bóia e Kuga, dois amigos que viviam na tribo Saruçus. A tristeza e o jeito isolado de Bóia o deixa afastado, enquanto Kuga busca sempre alegrá-lo e demonstrar conhecimento e a necessidade de amadurecimento que o amigo precisa nessa jornada.
No prefácio descobrimos de um feitiço que foi lançado em sua vila, o que mais motiva ele estar cabisbaixo, mas é na caçada que vemos mais do personagem e temos uma grande batalha dele contra um tatu bola que após comer um fruto estanho se transforma em um monstro feroz. Bóia sempre pensa no bem do animal, querendo vê-lo sobreviver a essa bestialidade que tomou conta de si.
Publicado pelo M Estúdio, a edição ficou excelente e vale ressaltar a capa desenhada por Débora Cyrino e a contra-capa de DouglLas OO. Os desenhos de Wal Souza são diretos e limpos, além de conseguir transmitir toda a solidão de Bóia e o carisma de seu amigo Kuga.
O argumento de Léo D. Andrade é interessante e seu desenvolvimento neste primeiro volume nos deixa intrigados para conhecer mais deste universo e ver as aventuras destes dois amigos. Único ponto negativo para mim é o excesso de referências a outras obras que Kuga fica a todo instante soltando, Digimon e Sonic são apenas alguns dos exemplos.
Assim, A Lenda de Bóia é uma boa leitura e fico na esperança de que Léo D. Andrade consiga colocar para frente o seu projeto que é cheio de potencial.