E chegou o momento que estávamos esperando, o lançamento de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-Man: No Way Home, 2021). E o filme prometeu e cumpriu. O novo filme de Tom Holland como herói pode ser considerado um dos marcos de 2021 nos cinemas e por vários motivos, tanto relacionados ao filme em si, quanto por outros, vistos de fora, de bastidores, e que cercam o longa. Mas uma coisa é clara, agora depois de termos visto o filme completo, a versão que vai para os cinemas a partir de amanhã, 15, fica claro do por que dele ganhar o título aqui no site.
E definitivamente Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é o filme de 2021, pelo menos no quesito filme de herói, e no quesito filme blockbuster do ano. Afinal, não teve para ninguém, nem para super-heróis asiáticos, nem para viúvas negras, e muito menos nem para anti-heróis em clima de romance. Desde as primeiras escalações de personagens nas trades, os famosos sites de notícia onde quando a informação vem é 99% de chance de acontecer, do mar de especulações, das fotos das gravações, das inúmeras teorias, as conexões ninjas que os usuários fazem com as informações, e claro, de certa forma algumas informações que saíram antecipadamente por conta de terceiros mal intencionados, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa realmente movimentou a discussão durante meses ao longo do ano, e isso, talvez seja um dos pontos mais importantes sobre o longa nesse difícil ano de retomada que o mercado e Hollywood vive.
Para um filme no tamanho, no escopo, e na importância, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa se consagra como o maior, e talvez, o único filme evento de 2021.
Desde de abril de 2019 que o público, principalmente o que consome Marvel Studios, não colocava as mãos (com álcool em gel, por favor) num blockbuster desse tipo, e olha que saudades estávamos de ter uma experiência como essa que Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa entregou nos cinemas, onde a cada minuto, a cada cena, a cada revelação ou reviravolta, o sentimento de coletividade das pessoas descobrindo os acontecimentos do filme juntas era sentida em um filme dessa magnitude. Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é para os fãs que se envolvem nesse tipo de filmes, movimentam as redes sociais e principalmente (e aqui a coisa mais importante quando se trata de um filme com um orçamento astronômico como esse) bancam os ingressos na pré-venda (principalmente na semana de estreia!). Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa faz um agrado para esse público, não com foco em premiações, e aqui entrega uma montanha russa de emoções, e todas muito positivas, nos melhores sentidos.
E faz uma no nível de Vingadores: Ultimato. E digamos até maior, afinal, momentos uau pipocam ao longo de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa do seu começo até seus momentos finais e que garantem que os fãs devem se sair satisfeitos com o filme e não somente com as cenas pós-créditos que acenam para o futuro. Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa empolga por si. Os personagens são de Amy Pascal e companhia, mas a fórmula e o jeito que eles são entregues é puramente o modo operante de Kevin Feige que aqui encontrou uma forma de conseguir bater aquilo que foi apresentado lá em 2019.
A conclusão da Saga De Volta Ao Lar coloca o Homem-Aranha de volta no seu posto de ser uma das figuras mais interessantes, amadas, e exploradas nos filmes de super-herói. É como se mais de 20 anos depois, o herói que junto com o Superman e o Batman se mantiveram no imaginário popular enquanto a Marvel Studios lançava os filmes de seus personagens B e C dos quadrinhos, voltasse ao posto de protagonista depois de ser introduzido novamente (e pela terceira vez nos cinemas) com um novo ator e em uma breve participação em um outro filme evento, lá em 2016, o Capitão América: Guerra Civil.
E o herói de Tom Holland, conclui esse arco, alguns filmes depois, no seu melhor, no ápice. É um filme que capitaliza o auge do personagem e do seu ator que o interpreta, onde Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa não só faz o melhor filme da trilogia De Volta ao Lar como também entrega um dos melhores filmes do herói em live-action. E olha que ele teve vários filmes, várias encarnações, e temos vários tipos de Peter Parker desde Homem-Aranha de 2002 e não só de Peter Parkers, afinal temos agora Miles Morales (sem parentescos com aquele que os escreve!) por aí tanto nos quadrinhos quanto nas animações como o detetor do manto do herói.
O importante é que com Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa vemos a versão de Tom Holland ter os dilemas, os conflitos, e os problemas que todos as outras versões do herói já tiveram, só que aqui moldados para caber nesta versão, com este personagem, neste mundo em que o herói de Holland vive e que na trilogia De Volta Ao Lar eles não eram tão debatidos assim. Afinal, mesmo dentro do colorido e simpático MCU, Peter continua a ser um garoto, um estudante do ensino médio com outras questões a serem desenvolvidas. E se nas outras versões de Peter o que tínhamos era uma história mais realista e mais dura, aqui, era como se o Peter de Holland fosse uma versão mais açucarada do personagem. E isso funcionou por dois filmes.
Até que que os filmes, assim como Peter, e os tipos de assuntos contados precisavam crescer e amadurecer. Em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, o roteiro da dupla Chris McKenna e Erik Sommers (que retornam ao lado do diretor Jon Watts para finalizar a trilogia) se certifica que a trama, os dilemas, os conflitos, e os problemas coloquem a trama para um lado muito mais sombrio, pesado, e adulto do que os outros filmes comandados por Holland. É como se Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa inteiro se pautasse na icônica frase “Com grandes poderes existem grandes responsabilidades.” Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa mostra que as consequências para Peter são muito mais graves na medida em que sua identidade foi exposta ao mundo por Mysterio (Jake Gyllenhaal) e por J. Jonah Jameson (J.K. Simmons) no final de Homem-Aranha: Longe de Casa (2019).
E junto a isso, temos a participação de Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch, muito bem aqui), feitiços complicados mas que ficam incrivelmente lindos de se ver em tela, e a polêmica e aguardada questão do multiverso. A interação entre Peter e Stephen que de certa forma chega para substituir a relação Peter e Tony Stark é um agrado muito interessante para a dinâmica desses personagens e desses atores que tiram de letra o humor que o longa entrega.
Se o roteiro tem uma coisa que acerta é isso, os momentos de humor, cara da Marvel, recheado de outras referências e easter-eggs. E na medida que um dos feitiços do Doutor Estranho dão errado, as ameaças (e algumas outras coisinhas a mais) de outros Universos dão as caras em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Da parte dos vilões, os destaques realmente ficam com Willem Dafoe, que retorna como Norman Osborn, o Duende Verde, onde Dafoe parece que continuou seu arco de onde parou lá em 2002, pois continua ameaçador e tenebroso como antes ao entregar as duas facetas do personagem. Jamie Foxx do fraco O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro (2014) tem seu momento de fazer seu Electro dar certo finalmente e Alfred Molina parece muito mais interessado em dar uma personalidade para o Dr. Octavius fora das garras amalucadas vistas no longa de 2004. É um retorno interessante que a presença deles três dão o tom e são cruciais para o andamento da história. O mesmo vale para o time dos bonzinhos, a MJ de Zendaya foge das figuras das mocinhas vistas em outras encarnações e segura as pontas nas partes mais dramáticas (e agora com um Emmy para comprovar o quão boa ela é!) e Ned (Jacob Batalon) realmente ganha o destaque merecido ao lado de Tia May (Marisa Tomei) e Happy (Jon Favreau).
Como falamos Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é final da trilogia no nível Vingadores: Ultimato, assim esperem participações especiais, esperem momentos no estilo “Vingadores, Avante” (é tanto fanservice que ainda não consegui decidir meu favorito), e muitas lutas com efeitos especiais e tudo mais. Em tamanho e escopo, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa entrega o filme mais interessante da versão de Tom Holland como o personagem, onde o ator crava sua marca na história de Peter Parker em um longa impressionante e que entrega o espetáculo cinematográfico digno de se ver na maior tela possível.
No final, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa entrega o filme da temporada, sem dúvidas, e faz a definição do que é ser um filme blockbuster com um personagem que há 20 anos salta pelas ruas de Nova York com seu collant soltando teias. Independente de qual versão dele vimos em tela ao longo dos anos.
Ps: O filme tem duas cenas pós-créditos.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa chega nos cinemas em 16 de dezembro.
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