Guerra Fria (Zimna wojna, 2018) tem direção de Pawel Pawlikowski e foi vencedor do Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes desse ano e o filme escolhido para representar a Polônia na categoria de Melhor Filme Estrangeiro para o Oscar 2019.
Confira a sinopse:
Uma história de amor entre duas pessoas de origens distintas e temperamentos diferentes, fatalmente incompatíveis, mas ainda assim fatalmente condenadas uma à outra. Tendo como pano de fundo a Guerra Fria na década de 1950 na Polônia, em Berlim, na antiga Iugoslávia e em Paris, o filme retrata um amor impossível em tempos impossíveis.
O que achamos:
Lindo. Uma bela história de amor em tempos de guerra e que transcende o tempo e o espaço. Gravado todo em preto e branco, Guerra Fria conta uma cativante e encantadora história, onde o pano de fundo musical ajuda a quebrar um pouco as questões mais densas que envolvem os horrores da guerra. O título não é por menos, além de Zula (Joanna Kulig, ótima) e Wiktor (Tomasz Kot) viverem no período da Guerra Fria na Europa, o casal, também, vive um relacionamento conturbado, explosivo, mas que mostra que o amor não tem fronteiras.
É como se a Polônia tivesse sua própria versão de Nasce Uma Estrela, mas aqui em Guerra Fria, é tudo mais sombrio, devastador e não por menos, impactante. Os dois personagens se destroem mutuamente e em Guerra Fria, vemos diversas passagens do relacionamento do casal, tudo começa quando a cantora Zula e o compositor/produtor musical Wiktor se conhecem, quando jovens, na Polônia no final dos anos 40 e vivem uma história de amor que é balançada pela perseguições políticas no Leste Europeu e que são mostradas ao longo do filme no espaço de quase 20 anos.
Assim, a cada momento na vida do casal, vemos eles terminarem e reatarem em diversas ocasiões, onde eles, sempre acabam por se encontrar em alguma nova cidade da Europa. O roteiro de Guerra Fria é bem simples, mas muito preciso, em que vemos numa narrativa cíclica, o quão os dois são perfeitos e também, o quão destrutivos um para o outro. Na trama, eles acabam por sempre se encontrarem, e vivem em pé de guerra um com outro, para se entregarem de novo e de novo para esse relacionamento, mesmo que saibam que tenham personalidades bastante opostas.
O diretor Pawel Pawlikowski acerta na escolha do formato do filme (gravado como se fosse uma daquelas produções antigas e quadradas) e, claro, toda a questão do longa ser em preto e branco apenas deixa a produção com uma estética super interessante e apaixonante. Outro destaque para a produção fica, também, com a trilha sonora que acaba por ser um prazer narrativo que mescla músicas folclóricas polonesas com outras batidas mais clássicas.
No final, Guerra Fria faz um filme charmoso, envolvente e conta uma história de amor daquelas que não podem ser perdidas.
Visto na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Previsão de estreia no circuito nacional para Fevereiro de 2019