segunda-feira, 18 novembro, 2024
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Garfield – Fora de Casa | Crítica: Animação acerta ao tentar agradar todos os públicos

Animação Garfield - Fora de Casa acerta ao tentar agradar todos os públicos. Nossa crítica.

Se tem alguma coisa que o novo filme do gato Garfield, Garfield – Fora de Casa (The Garfield Movie, 2024) que chega nos cinemas agora em Maio, é, é um filme engraçado. E que principalmente acerta em fazer, e entregar, boas piadas e um humor para todos os públicos que pretende atingir. São 20 anos que separam o longa Garfield em live-action, estrelado por atores conhecidos nos anos 90 como Bill Murray que deu a voz para o personagem título junto com Breckin Meyer e Jennifer Love Hewitt, para o retorno do personagem para as telonas e aqui com voz de Chris Pratt (pós Guardiões da Galáxia e vindo de mega hit animado Super Mario Bros – O Filme) na versão original.

E pelo visto, os anos na geladeira (cheia de comida!) fizeram bem para a franquia, onde esse novo longa, animado, consegue manter as mesmas características marcantes e que fizeram o gato laranja, preguiçoso e guloso ser um sucesso, ao mesmo tempo que dá um tom mais moderno tanto para o personagem quanto pela história. Garfield – Fora de Casa principalmente serve para apresentar Garfield para toda uma nova geração, afinal, o tom debochado, o sarcasmo e basicamente todo o fato de que em boa parte do tempo esse animal só pensa nele, e no que vai comer, são um bom atrativo para se contar uma nova história sobre esse personagem para as crianças. 

Jon Arbuckle, Vic e Garfield em cena de Garfiled – Fora de Casa. Foto por DNEG Animation – © 2023 Project G Productions, LLC

Mas o longa também é feito para os adultos que forem levar essas crianças para as sessões. E isso fica claro quando vemos quem comandou Garfield – Fora de Casa. Afinal, o nome de Mark Dindal na direção é uma aposta curiosa, já que assim como Garfield nos anos 2000, Dindal foi responsável pelos filmes A Nova Onda do Imperador (2000) e O Galinho Chicken Little (2005), e também está volta para a direção, e para os holofotes, com o longa do gato laranja. É um comeback dentro de um comeback. 

E se o diretor entende de contar histórias com personagens mais fora da casinha, e fora do tradicional “animações Disney”, o trio de roteiristas envolvido no filme também vem de projetos parecidos que nos ajudam a entender e contextualizar esse novo filme e as decisões que o longa toma para contar essa história, que serve como uma nova apresentação, como falamos, do personagem para o público dos anos 2020, pós pandemia, e popularização do streaming. Paul A Kaplan e Mark Torgove vem da série de TV aberta americana, a comédia Raising Hope (onde um jovem e sua família precisam criar um bebê), já David Reynolds trabalhou com Dindal em A Nova Onda do Imperador, então dá para notar que o trio também está fora da curva em trabalhar em produções com um tom de comédia um pouco mais ácido e para um público mais velho.

Mas isso quer dizer que Garfield – Fora de Casa é uma animação para adultos? Não, jamais. É totalmente um filme para se ver, levar, para crianças e assistir com elas. E se divertir, claro! Mas o que deixa o longa muito mais interessante é que enquanto os pequenos ficam deslumbrados com as cores vibrantes, as peripécias, confusões e as confusões que Garfield (voz de Raphael Rossatto na versão dublada) e Odie (voz de Harvey Guillén na versão original em inglês) se colocam quando deixam o conforto do lar que moram, o texto do trio coloca, e faz questão de colocar, piadas que os pais, ou pelo menos pessoas mais velhas, na faixa dos 25, 30 anos conseguem entender.

É o caso de quando alguém no filme comenta, e questiona a vida amorosa do dono dos animais, o tímido Jon Arbuckle (voz de Nicholas Hoult no original) e alguém fala sobre pagar a versão premium de um app de relacionamento ou até mesmo quando um exército de drones chega e ao fundo vemos a música de Top Gun: Maverick tocar e fazer referência para o mega hit estrelado por Tom Cruise. 

Odie, Garfield e Jinx em em cena de Garfiled – Fora de Casa. Foto por DNEG Animation – © 2023 Project G Productions, LLC

São piadas que os pais vão entender, enquanto as crianças estão lá entretidas com Garfield pulando em um drone e outro. E isso faz do longa um filme que acerta em todas as faixas etárias. Afinal, quando Garfield reencontra com o pai, Vic (voz de Samuel L. Jackson no original), e junto com Odie eles são sequestrados pelos capangas da gata estilosa e malvada Jinx (voz de Hannah Waddingham no original), o longa ganha mais ação e deixa a parte “Garfield”  com o animal comendo tudo que tem pela frente, vivendo na casa de Jim como se ele fosse o morador e não seu humano, e a relação com Ode, para lá e vira um filme de assalto, com tramas elaboradas, reviravoltas e novos personagens. É como se estivéssemos em uma mistura de Nem que a Vaca Tussa (2004) com A Fuga das Galinhas (2000) e A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets (2023) e que deve agradar os pequenos.

Assim, os planos infalíveis para ajudar um touro chamado Otto (voz de Ving Rhames no original) a reencontrar a vaca Marge (voz de Cecily Strong no original) até uma corrida fugindo dos capangas da gata mega evil vilã do filme, o brutamontes Roland (voz de Brett Goldstein no original) e do meio doidão Nolan (voz de Bowen Yang no original), Garfield precisa fazer as pazes com o passado, e com seu pai, e ainda com a vida que leva atualmente com Jim e Odie. 

Mesmo que as técnicas de animação não sejam de impressionar e com 20 minutos a mais de duração do deveria ter, Garfield – Fora de Casa acerta por contar uma história cheia de energia e humor, e também pelas falas e piadas pontuais que ajudam a fazer desse retorno alguma coisa interessante. Não é uma refeição completa, tipo lasanha e sobremesa, mas chega a ser um petisco interessante e bem melhor do que o esperado, o que para o Garfield é o que ele chama de lanchinho da meia-noite. E no final, nessa onda de híbridos de live-action e animação pelo menos, a produção optou por ter um pouco mais de liberdade e ir totalmente animação com esse retorno, o que aqui, na medida do possível, faz maravilhas para o longa e para a franquia Garfield de maneira geral que vive o que já podemos chamar de Garfienaissance.

Nota:

Garfield – Fora de Casa chega em 1º de maio nos cinemas.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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