quinta-feira, 19 dezembro, 2024
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Five Nights At Freddy’s | Crítica: Esperava novo M3GAN, recebeu drama sobre traumas.

Se você, assim como eu, só foi conhecer o que era Five Nights At Freddy’s quando o produtor Jason Blum anunciou que iria adaptar o que seria uma franquia de jogos em um filme de terror pela sua produtora, a Blumhouse, talvez, esse texto, caia melhor para você do que para quem é, ou foi, um mega fã desse Universo.

Digo isso, porque de tudo que pesquisei sobre os jogos antes de ver Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim (Five Nights at Freddy’s, 2023), tudo me pareceu extremamente animador para o tipo de filme que a Blumhouse queria, e poderia, fazer.

Josh Hutcherson e Piper Rubio em cena de Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim.
Foto: Credit © 2023 Universal Studios. All Rights Reserved.

E ainda mais depois de ter lançado M3GAN no começo do ano, um longa de terror com uma boneca doida assassina que entrou para a cultura pop e viralizou, ter um novo filme no line-up com a premissa de se passar em um local abandonado com um monte de bonecos articulados animados, também doidos, pareceu uma receita de sucesso.

Mas, particularmente, depois de ver o filme, só ficou nesse sentimento, afinal, a adaptação dos jogos, tão esperada pelos fãs, não entregou nada do que parecia que ia entregar. Com Five Nights At Freddy’s, eu esperava alguma coisa no estilo M3GAN, Chucky, ou até mesmo Pânico, mas recebi um drama sobre traumas e superar eventos do passado. 

Claro, a Five Nights At Freddy’s tem momentos divertidos para um filme de terror, e tem pelo menos uns dois momentos em que os jumpscare são bons e que realmente ficaram marcados na minha memória desde que vi o filme, mas em boa parte do filme o que temos é o personagem principal, o jovem Mike (Josh Hutcherson) em busca de um emprego para conseguir cuidar da irmã Abby (Piper Rubio) enquanto lida com a pressão de um evento do passado que mudou a vida dele e de sua família.

Entendo a ideia dos roteiristas (Scott Cawthon, Seth Cuddeback, Emma Tammi) em tentar estabelecer quem são esses personagens e o contexto que eles vivem, mas tudo pareceu tão monótono e que dava para o filme uma seriedade que não era esperada para esse tipo de produção.

Enquanto o filme luta para abraçar esse lado mais dramático, não dá para negar que toda a ambientação, principalmente nas cenas quando os personagens estão na pizzaria Freddy Fazbear, são muito boas e a diretora Emma Tammi consegue fazer um contraponto interessante com tudo que tá rolando com Mike e seus traumas. E Hutcherson se mostra um ator bem competente para navegar por esses dois lados que o filme entrega. E é de certa forma, um bom comeback para ele depois de alguns anos fora de grandes projetos na telona depois dos seus anos em Jogos Vorazes. 

E junto com a policial Vanessa (Elizabeth Lali) e o guia de carreiras (Matthew Lillard), que o ajuda a descolar o trabalho de vigia noturno, o ator tem bons momentos, sem dúvidas. Lail que também se aventurou no terror alguns anos atrás não entrega nada de espectacular aqui e Lillard tem pouco tempo em tela, mas faz valer todos eles.

O mesmo não dá para dizer com todas as passagens de Hutcherson que envolvem a tia mala (Mary Stuart Masterson) ou as visões que ele tem com garotos fantasmas e o trauma de ter perdido o irmão. Tudo isso, acho, que puxa o espectador para fora do que seria um filme de FNAF com a ação se passando dentro da pizzaria, e os robôs ganhando vida durante a noite, e durante o turno do protagonista. Nem mesmo a reviravolta do final, que você sente vir uns 20 minutos, ajuda nesse caso.

Os bonecos animatrônicos chamados Foxy, Chica, Freddy Fazbear e Bonnie em cena de Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim.
Foto: Credit © 2023 Universal Studios. All Rights Reserved.

Como falamos, Five Nights At Freddy’s peca em não abraçar o lado mais farofa, e slasher, em virtude de querer ser um terror mais puxado para um drama, e mesmo assim não conseguir fazer isso nada disso. Talvez para quem seja muito fã, seja legal adentrar nesse mundo da pizzaria, e definitivamente procurar por easter-eggs dos jogos, que eu tenho certeza que estão em diversas cenas, bem mais do que eu consegui entender e encontrar, onde temos passagens que frisam algumas coisas que ficam até um pouco óbvias demais que são algum tipo de dica, ou homenagem, para a franquia.

Os robôs até tem personalidade, mas nada de uau, e lá para metade do filme parecem que vão assumir seu lado mais Chucky, e tem uma cena em especial com o robô que lembra um cupcake que é realmente boa, mas parece que os produtores não quiseram ir totalmente por esse caminho e o filme morre na praia, ou melhor, em uma salinha escura da pizzaria desativada.

No final, Five Nights At Freddy’s parece que só se apoia em fazer alguma coisa para os fãs, que devem pirar com o que foi transportado dos jogos para as telonas, do que ser realmente uma porta de entrada para outras pessoas para esse Universo. É como se para brincar nessa pizzaria abandonada é preciso ter uma carterinha de fã de FNAF. Mas num mundo onde o apelo é fazer filmes que atinjam a maior quantidade possível, fica claro que Five Nights At Freddy’s apenas bate com a porta (da pizzaria) na cara de um monte de gente. 

Nota:

Onde assistir o filme de Five Nights At Freddy’s?

Five Nights At Freddy’sO Pesadelo Sem Fim chega nos cinemas nacionais em 26 de outubro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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