segunda-feira, 16 setembro, 2024
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Armadilha | Crítica: Josh Hartnett dá um show

Josh Hartnett dá um show de atuação e precisa fugir de um no novo suspense cheio de reviravoltas de M. Night Shyamalan. Nossa crítica de Armadilha

Quando o primeiro trailer de Armadilha (Trap, 2024) saiu on-line, e revelou que o personagem do ator Josh Hartnett no filme, era o serial killer que os agentes do FBI perseguiam e tinham montado o show falso como uma “armadilha” para o capturar, muita gente achou que M. Night Shyamalan tinha perdido a mão e entregado o plot twist do filme já nessas primeiras cenas. 

Essas pessoas parecem que não conhecem M. Night Shyamalan. Seria impossível o filme ser só isso: um pai de família que é um serial killer e está cercado pelas autoridades num show. É isso, mas também temos muito mais ao desenrolar do longa. Essa informação, revelada, sim, no trailer, faz parte, sim, da narrativa, mas é apenas uma parte, de uma parte, de uma parte da trama engenhosa que o roteirista e diretor apresenta aqui para Armadilha. E quem duvidava disso, caiu nessa armadilha criada por ele e  reclamou a toa nas redes sociais (cof cof no Twitter).

Josh Hartnett e Ariel Donoghue em cena de Armadilha. Foto: Photo by Courtesy of Warner Bros. Picture/Courtesy of Warner Bros. Pictur – © 2024 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.

Armadilha é um clássico filme Shyamalan no requisito de reviravoltas. Diversas acontecem ao longo do filme, algumas apoiadas em coincidências, outras em causalidades, e boa parte delas dão um tom mais cômico para o filme mesmo que a história seja uma extremamente tensa. Mas todas elas servem para nós, espectadores, acompanharmos esse serial killer, na primeira cadeira de um show, vamos colocar assim, enquanto Cooper (Hartnett) estrategia uma forma de sair dessa armadilha criada pelo FBI enquanto sua filha Riley (Ariel Donoghue) curte o show da sua ídola pop Lady Raven (Saleka Shyamalan que criou e compôs músicas para o filme).

E enquanto Hartnett realmente entrega uma atuação fenomenal de se assistir, e dá um show, enquanto seu personagem tenta escapar desse show, Shyamalan constrói esse labirinto cheio de pequenos obstáculos para vermos Cooper tentar sair dessa, e faz com que nós acabemos por torcer pelo personagem de certa forma? A ambiguidade moral que Shyamalan apresenta se dá pelo fato de que como um bom psicopata, Cooper consegue mudar a chavinha entre ser um pai amoroso para Riley e também um cara frio e calculista que mantém um jovem refém em uma localização misteriosa em que ele acompanha pelo celular. 

E é interessante vermos como Cooper consegue driblar todo mundo e todos os obstáculos que vê pela frente e está sempre um, dois, passos à frente daqueles que querem o capturar. E as interações que ele tem ao longo do show são muito boas de ver acontecer. Do cara que trabalha na loja de roupas (Jonathan Langdon, ótimo em todas as cenas que aparece), para a equipe da tropa de choque enquanto ele casualmente toma um café, e até mesmo para a analista de perfis do FBI que comanda a missão (Hayley Mills). 

Cooper é arrogante e soberbo e isso deixa Armadilha ficar cada vez mais interessante de assistirmos. Afinal, mesmo quando parece que caiu em um caminho sem volta, e vemos o personagem entrar em total ritmo de sobrevivência, Hartnett entrega variações de humor que são incrivelmente sutis de se acompanhar. Principalmente quando a câmera foca 100% no seu rosto, é quase como ver um urso enjaulado prestes a arrebentar sua jaula na medida que Lady Raven encanta a plateia e principalmente Riley. 

Josh Hartnett em cena de Armadilha. Foto: Photo by Courtesy of Warner Bros. Picture/Courtesy of Warner Bros. Pictur – © 2024 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.

Sem entrar muito no território de spoilers, por que, realmente, acho que a experiência de ir Armadilha é de acompanhar o desenrolar da história sem saber muito o que esperar, e que no final, é o que realmente o que dá o tom para o filme, e, talvez, seja por isso que o estúdio resolveu segurar o máximo possível as exibições do filme antecipadas, até mesmo para a imprensa que poucos tiveram acesso. 

Mas em termos de conclusão de minha linha de raciocínio com esse texto, vou dizer que sim, chega um momento que deixamos o show, a trama dá uma virada que demora um pouco para entendermos como será a nova dinâmica da história nesse novo cenário. E mesmo que brusca e um pouco longa demais, Armadilha ganha diversas outras camadas que dão um ar mais Dexter para a história. Só que aqui, Shyamalan consegue dar um final bom para essa história desse serial killer. 

Apoiado muito mais no trabalho impecável de Hartnett, Armadilha é um daqueles filmes que a experiência de se ver nos cinemas, e ver, o serial killer conseguir driblar todos é super interessante de se acompanhar. Vendo as peripécias e o desenrolar da história, eu fiquei tenso, eu vibrei, eu realmente entrei de cabeça nessa história em que Shyamalan até deixa o tom mais fantasioso e sobrenatural de lado para contar uma história extremamente realista e de deixar os fãs de true crime de cabelo em pé. E fiquem até o final para uma cena depois dos créditos que vale a pena.

Nota:

Armadilha está em cartaz nos cinemas nacionais.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

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