terça-feira, 05 novembro, 2024
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Curiosidades de bastidores e como foi trabalhar com Tina Fey num bate-papo com Kevin Nolting, o diretor do curta 22 Contra a Terra

Logo na semana que Soul levou o Oscar de Melhor Animação na edição de 2021, o último prêmio que a animação da Pixar levou depois de ter feito a rapa na temporada de premiações, a Disney lança também no Disney+ o curta 22 Contra a Terra.

22 Contra a Terra tem apenas 7 minutos e teve direção de Kevin Nolting, um editor veterano na Pixar que trabalha no estúdio há mais de 20 anos. Ele esteve envolvido nos mais recentes sucesso do estúdio como Up – Altas Aventuras (2009), Divertida Mente (2015), e claro Soul (2020). Assim, Nolting esteve na produção da animação vencedora do Oscar e também participou da produção do curta 22 Contra a Terra como diretor.

Em entrevista para o ArrobaNerd, junto com outros jornalistas de várias partes do mundo, ele conta um pouco como foi o processo de produção do filme, curiosidades de bastidores do curta, e como foi trabalhar com a comediante e atriz Tina Fey que retornou para dar voz para a alma rebelde 22.

Foto: © 2021 Disney/Pixar. All Rights Reserved.

Em 22 Contra a Terra, vemos a nossa alma favorita 22 no Grande Antes antes da chegada de Joe Gardner no local. E continuamos a ver, 22 com seu ranço com a Terra e muito antes de embarcar na aventura com o colega músico nos eventos que vimos no filme no ano passado. Como descobrimos no filme, a alma se recusa a ir para a Terra e durante o curta ela reúne outras almas numa tentativa de se rebelarem contra o sistema e manter todas elas no lugar. O que é um plano que claro não dá muito certo. 

E Nolting explica a decisão de contar a história de 22 anterior aos eventos do filme e não responder o gancho deixado pelo filme: Para onde a 22 foi? Ele comenta: “Durante o filme a gente conseguiu explorar o personagem do Joe e também de 22. Mas nós meio encontramos ela ali naquele momento [no Grande Antes] e continuamos a contar sua história a partir daquele ponto. E nós tivemos muitas conversas e muitas piadas sobre o que fazia 22, ser a 22 sabe? e isso foi durante 3 anos, onde tivemos muitas ideias e discutimos muito a respeito, mas nada que usamos para o filme.”

Ele completa: “Então, parecia ser a melhor coisa e mais lógica de fazer [contar a história no passado]. Eu estava mais interessado em mostrar o que fez 22 ser quem ela é, ao invés de mostrar onde ela acabou. Eu gostei de deixar a história em aberto [mais uma vez]”.


Sobre trabalhar como editor e trabalhar na direção, Nolting também comenta que para ele foi uma questão “de estar no momento certo e na hora certa”. Ele diz: “Tradicionalmente, [quem dirige] os curtas são os supervisores de roteiro sabe, e esses curtas costumavam estar no DVD, como extras, e normalmente a tradição é mantida pois normalmente o editor ainda trabalha na montagem do filme enquanto essas coisas são planejadas e feitas.” 

E ainda sobre como ele conseguiu o trabalho para dirigir 22 Contra a Terra, Nolting comenta “E em Soul, a supervisora do roteiro, Kristen Lester, tinha acabado de dirigir o curta Pearl, e já estava com um outro projeto em desenvolvimento, e já tinha feito isso e agora estava em busca de seu próximo desafio, então eu meio que estava na sala quando estávamos discutindo sobre o curta e então deu certo e ficou combinado que depois que eu terminasse Soul eu cuidaria do curta também, então tive a sorte de fazer isso.” 

E sobre a diferença entre dirigir e editar, Nolting comentou também que “eu já trabalhei em projetos em live-action, esse projetos de filmes que são feitos em 48 horas, onde você recebe um conceito ou um gênero específico e uma linha de diálogo, e tem apenas 48 horas para fazer um filme de 4 minutos… você recebe as especificações numa sexta-feira e tem até domingo para apresentar…é muito legal… é muito diferente do que trabalhar por 4 anos em um projeto de animação. É meio que um efeito catártico de você participar e ter que tomar essas decisões super rápidas. Então eu tive essas experiências.”

Ele continua “Mas se tratando da Pixar, onde a pressão é muito maior… mas também acabou por ser uma situação que se tornou perfeita, afinal eu já estava trabalhando em Soul, eu conhecia a história, eu conhecia todo mundo que trabalhava no filme, então assim por dizer foi uma experiência fácil… foi uma experiência divertida.”

Ao ser perguntado sobre como eles planejaram o curta ele diz que a meta foi deixar 22 Contra a Terra “leve e divertido”. Nolting comentou que “com filmes você tem quase 3 anos para trabalhar com a história antes de sequer entrar em produção, então pelo menos você pode usar o tentativa e erro, e ter inúmeras tentativas de conversas, e no caso de um curta como esse a ideia é não se levar muito a sério e deixar o tom leve e também muito divertido.”

E sobre ter trabalhado com Tina Fey, que retornou para dar voz para 22 no curta, Nolting diz que foi uma experiência maravilhosa, mas também muito estranha. Ele diz: “Nós gravamos com ela muitas vezes durante a produção de Soul, e eu estava lá também então não foi uma experiência totalmente nova para mim.”

E Nolting foi só elogios: “Eu já conhecia o quão boa e talentosa ela era, uma profissional incrível.” Mas comenta que o grande desafio foi ter gravado boa parte das coisas em casa. Ele diz que a produção de 22 Contra a Terra começou algumas semanas logo que a pandemia forçou todo mundo a trabalhar de suas casas. 

E ele diz: “Esse foi nosso maior desafio. Naquele começo a gente não tinha chamadas de Zoom. Mas deu certo, pois o marido dela tinha uma cabine de gravação montada dentro de casa. Então ela tinha um bom microfone montado “.

Foto: © 2021 Disney/Pixar. All Rights Reserved.

E ao ser perguntado de onde veio as inspirações para os nomes das outras almas que 22 recruta como Peanut, D-Pac, e Macaroni, Nolting comentou: “Nós fomos para nomes de comidas na verdade”.

Ele diz: “Antes os nomes eram completamente diferentes, mas a gente acabou que não poderia usar, então pensamos em nomes mais infantis, e como eu tenho um neto, e muita gente que tava na sala de discussões tem filhos também, então começamos a jogar diversos nomes estranhos na roda.”

Ele finaliza “Os que eu quis foram Zimmy que veio de um música do Bob Dylan e Moonbeam que foi uma referência para o ex-governador da Califórnia, Jerry Brown que era chamado assim lá nos anos 70 quando ele assumiu o cargo pela primeira vez.”

E sobre continuar a história de 22 no futuro, seja num novo filme, ou em um novo curta, Nolting diz que por enquanto não há planos imediatos de continuar a história da personagem. Ele diz: “Espero que sim. [que tenha planos para novas continuações] Mas não há por enquanto, e obviamente, você sabe, a Pixar é muito secreta sobre o que estamos fazendo. Portanto, não há planos imediatos para expandir isso” .

No curta, 22 desafia as regras do Grande Antes ao se recusar a ir para a Terra e alista uma gangue de cinco outras novas almas para começar uma tentativa de rebelião.

22 Conta a Terra chega em 30 de abril no Disney+.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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