Soul é a nova animação da Pixar que finalmente chega no Disney+ no Natal, e como um bom filme do estúdio tem nomes de peso no elenco de dubladores como Jamie Foxx, Angela Basset e Tina Fey entre outros.
Já na versão nacional temos Jorge Lucas e Luciana Mello.
Lucas é a voz de Jamie Foxx no Brasil e dá voz para Joe Gardner, o nosso protagonista, e Mello para Dorothea Williams, uma lenda do jazz que dá as caras no filme.
O ArrobaNerd bateu um papo com dois sobre o filme, o processo de dublagem em si, curiosidades sobre dublagem e como foi gravar tudo isso no meio da pandemia.
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E a voz do professor de música Joe Gardner pode ser conhecida de você leitor. Lucas é a voz de atores super conhecidos em Hollywood que vão desde de Vin Diesel (da franquia Velozes e Furiosos), Ben Affleck, Mark Rufallo, até a drag queen RuPaul.
Ao ser perguntado como ele lida com todos esses personagens, o dublador que também é ator (fez participações nas novelas como Orgulho e Paixão, Bom Sucesso da Rede Globo e ainda estará na inédita Gênesis, na TV Record) comenta que trabalha com extremos “Eu vou do Vin Diesel até a Rupaul que são extremos como personagens, quanto vocais, o Vin Diesel eu faço no meu grave, o maior que eu tenho, e a RuPaul é uma drag queennnn [diz ele com a voz afinada].”
Ele fala que tudo depende do tipo de personagem que ele dubla naquele momento ou trabalho. “Eu não consigo dublar a RuPaul se colocar a mão na cintura, eu não dublo ela sentado, eu dublo ela sempre de pé, e com a mão na cintura, senão ela não sai.”
Ele continua “ator nenhum cria algo que não esteja dentro dele… quando eu pego uma peça de Shakespeare, um roteiro de novela, ou quando eu vejo o Joe Gardner e eu vi aquela alma daquele homem, daquele pianista, frustrado por ser professor de escola, mas que queria tocar com a Dorothea, qual artista não tem isso dentro dele...?”
Lucas diz que quando viu o personagem do Joe pela primeira vez se apaixonou por ele “A gente tem uma necessidade de expressar, de botar a expressão para fora, eu preciso colocar meus sentimentos para fora”.
Ele completa “É deixar a intuição, a sensibilidade, a alma do artista falar, eu não posso criticar em momento nenhum.” Ele fiz também “cabe a mim apenas interpretar”. Sobre os atores que já interpretou que andaram envolvidos em polêmicas.
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Já a cantora Luciana Mello diz que Dorothea foi a sua primeira dublagem profissional, mesmo que já tivesse feito outros trabalhos menores na escola e na faculdade, mas que adorou a experiência de trabalhar com a equipe de dublagem.
Ao ser perguntada quais foram suas influências, e inspirações musicais, para compor a personagem de Dorothea (voz de Angela Basset no original) “quando eu recebi o roteiro e vi que ela era uma dona de banda de jazz eu não sei por que eu achei ela a cara da Nina Simone”.
Como fã da cantora, pianista, e compositora americana (e muito ligada na luta pelos direitos negros nos anos 50 e 60) ela diz ter notado a semelhança logo de cara. Ela diz que sua personagem “tem uma força, um poder, de uma mulher ultra sensível, dona de uma banda que toca muito, que é uma grande artista com aquele coração [enorme]. Ela aceita o Joe, e diz que vamo [sic] ai ver se você é isso mesmo.”
Sobre o seu processo de dublagem, a cantora diz que precisava adotar uma postura para trazer para vida essa personagem. “Eu precisei criar uma postura para conseguir entrar naquela tela e conseguir entender qual seria o jogo de corpo, o que ela tava querendo dizer.”
Ela completa “eu adotei uma postura de mão, e de corpo, até mesmo para colocar a voz, uma voz mais grave… é uma personagem forte, bonita e que ajuda ele [Joe Gardner].”
Ela finaliza “Então foi Nina Simone, eu me lembrei muito dela na hora de falar, eu imaginei que a Nina Simone fosse aquela entidade, aquela diva que ela é, mas que ela [Dorothea] fosse daquela forma.”
Sobre o processo de finalização do filme que foi feito nos EUA na casa dos funcionários da Pixar que levaram seus computadores e materiais de trabalho, a dupla comenta como foi feito o trabalho de dublagem aqui no Brasil.
Mello diz que a equipe de dublagem seguiu todas as recomendações de segurança para trabalharem no processo de dublagem. Ela diz que tinha hora marcada, tudo bem rígido, e poucas pessoas no local e que as datas para as sessões mudaram até a Disney e a equipe de produção acharem uma ideal para todo mundo. No local, só ela, o diretor, e o técnico de som.
“Eu fui ao estúdio e fiquei sozinha no aquário [para gravar as partes dela].”
Mello diz que foi testada para o vírus e liberada após a negativa e sempre se cuidou, com o uso da máscara, do álcool em gel, e distanciamento social.
Lucas diz que primeiro fez alguns comerciais para o filme (que chamamos no mercado de Spots) no estúdio profissional que ele tem na casa dele. Mas toda a dublagem do longa foi feita em um estúdio em São Paulo que também seguiu todas as recomendações de segurança impostas pela organização de saúde.
Ele diz que o todo o processo de dublagem de Soul durou 2 semanas e alguns dias e até mesmo vir para a cidade ajudou ele a lidar com o isolamento na quarentena. “Era do hotel para o estúdio que fica 8 minutos de distância.”
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Joe Gardner é um professor de música do ensino médio que alcança a grande chance de sua vida, tocar no melhor clube de jazz da cidade. Mas um pequeno passo em falso o leva das ruas de Nova York para um lugar fantástico, onde novas almas obtêm suas personalidades, peculiaridades e interesses, antes de irem para a Terra.
Determinado a retornar à sua vida, Joe se une a uma alma precoce, chamada “22”, que nunca entendeu o apelo da experiência humana. Ao tentar desesperadamente mostrar para “22” o que há de bom em viver, Joe pode descobrir as respostas para algumas das perguntas mais importantes da vida.
Dirigido por Pete Docter (Up – Altas Aventuras, Divertida Mente) e produzido por Dana Murray (curta Lou).
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