domingo, 22 dezembro, 2024
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Encanto | Crítica: Uma animação fantástica e mágica com músicas de Lin-Manuel Miranda

“Bem-vindo à Família Madrigal

A casa da Família Madrigal

Onde todas as pessoas são fantásticas e mágicas”

A protagonista de Encanto (2021) começa a cantar a sua jornada pela história da família Madrigal com essa cativante música que ficará nos seus ouvidos por um bom tempo. É isso, que você, querido leitor, pode esperar da nova animação da Disney, um festival de músicas e personagens marcantes. Na música, a jovem Mirabel Madrigal (voz de Stephanie Beatriz, da série Brooklyn 99 e de Em Um Bairro de Nova York) conta sobre os poderes de família, e como eles ajudam a comunidade Encanto nas colinas da Colômbia. E na medida que Mirabel canta, ela também dança e encanta e já prepara o espectador para a aventura “fantástica e mágica” que Encanto fará nas próximas horas. 

E aqui já avisamos que Encanto é uma daquelas animações apaixonantes da Disney e faz uma experiência puramente deliciosa de se assistir. O combo personagens carismáticos, músicas cativantes e uma forte mensagem é a espinha dorsal de Encanto que acerta todos os critérios para um filme do estúdio, aqui a sua 60º animação, e que faz sim, sem dúvidas, uma das mais bonitas e divertidas animação do ano. É a Disney no seu modo Full Disney de ser.

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Foto: Walt Disney Animation

Desde das paredes da casita onde essa família mora até os maravilhosos figurinos que eles usam, Encanto é cor, Encanto é magia e Encanto é feito de músicas de se apaixonar a todo instante, seja pelas melodias, ou as combinações das letras (criadas aqui pelo talentoso Lin-Manuel Miranda em seu quarto projeto no ano), seja pelo o que esses personagens precisam cantar sobre eles mesmos ou sobre os problemas que vivem ao longo do filme. E olha que a família Madrigal tem muitos problemas para enfrentarem na medida que a trama do filme se desenrola.

Na animação, descobrimos que cada membro dessa família tem um poder “fantástico e mágico” para chamar de seu e liderados pela abuela (a vovó!) Alma (voz de María Cecilia Botero no original). Eles ajudam essa pequena cidade do interior da Colômbia com suas habilidades extraordinárias que foi formada após os moradores perderem suas casas há muitos anos como contada pela matriarca para sua neta Mirabel logo no começo do filme.

Os poderes da família variam de acordo com suas personalidades: os filhos de Alma, Pepa (voz de Carolina Gaitan no original), Julieta (voz de Angie Cepeda no original) e Bruno (voz de John Leguizamo no original) também tem seus poderes característicos. A primeira tem o poder de controlar o tempo com suas emoções, é sol quando está feliz, nuvens carregadas e chuvas quando tensa e ansiosa, já Julieta tem a habilidade de curar as pessoas ao fazer comida, e Bruno, bem não falamos sobre ele. (Mentira, Bruno tem a habilidade de prever o futuro, coisa que não é bem vista por ninguém).

E já as crianças da família Madrigal também tem sua cota de habilidades interessantes. Os filhos de Pepa, como Dolores (voz de Adassa no original) tem a habilidade de ouvir tudo que se passa e Camilo (voz de Rhenzy Feliz no original) tem a habilidade de se transformar em quem quiser. Já o jovem Antônio (voz de Ravi Cabot-Conyers no original) está para receber seus poderes na cerimônia comandada por Alma, onde todos os seus descentes recebem seus poderes quando criança.

Isso nos leva para o outro lado da família, os filhos de Julieta, as jovens Isabel (voz Diane Guererro no original) que tem a habilidade de fazer florescer qual planta e ainda Luísa (voz de Jessica Darrow no original) que tem super força. E no meio desses poderes mágicos e fenomenais, dentro da casita também vive ela, a nossa protagonista Mirabel, a única da família sem poderes, que precisa agora reviver o dia que sua cerimônia não deu certo para o desgosto da avó.

Assim, dentro dessa família considerada perfeita, Mirabel se sente uma figura deslocada e comum dentro da casita cheia de pessoas com dons extraordinários. Inclusive a própria casa que tem suas habilidades das mais diversas e que serve de moradia para esse grupo de personagens tão ricos e cheio de complexidades. E isso acaba por desencadear nossa história.

Afinal, um dos maiores medos é que os poderes dos Madrigais fiquem fracos e que eles não tenham mais eles. Ao mesmo tempo que o trio de diretores Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith apresenta esses personagens e esses poderes legais e divertidos de vermos em tela na medida que eles cantam sobre eles ou sobre como eles afetam suas vidas, vemos que sim, a vela que deu poderes para eles e que está no lugar mais alto da casita, está com chama fraca e consequentemente os poderes de todos se enfraquecem. Será que os Madrigais sabem quem são eles como pessoas tirando seus poderes? 

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Foto: Walt Disney Animation

O longa consegue no começo moldar a figura de Mirabel como uma garota curiosa, destemida, e que quer ajudar e fazer parte da família mesmo não tendo um dom, onde, na medida que a história avança vemos que ela parte para tentar descobrir o que de errado acontece com sua família, com o desaparecimento do seu tio Bruno, e respostas sobre uma visão misteriosa que diz que ela é responsável pelo fim dos poderes de sua família.

Assim, o roteiro também escrito por Howard, Bush e Castro Smith nos mostra que mesmo com habilidades incríveis os Madrigais são uma família como outra qualquer, afinal, conflitos entre os irmãos acontecem (a relação entre Isabel e Mirabel, por exemplo, por mais que engraçada que seja e se apresenta, tem reviravoltas interessantes), a pressão para eventos familiares darem certo é sentida (temos um casamento vindo aí!), e que claro, as expectativas para como eles devem viver e representar seus dons para comunidade é sentida (principalmente por Luisa e os burros numa música maravilhosa, a Surface Pressure).

Encanto apresenta personagens com personalidades tão humanas e tão relacionáveis que a maior mágica da animação é essa. Não os poderes, ou as músicas cativantes e sim conseguir nos fazer relacionar com todos esses novos personagens, gostar e às vezes, detestar suas atitudes, independente de quais habilidades eles têm. Em sua mensagem, Encanto apresenta um filme sobre a importância de aprendermos e respeitamos nossas diferenças, só que aqui como uma boa dose de músicas divertidas, animais falantes (desde de um papagaio espevitado até uma capivara julgadora), e um pouco de mágica no meio do caminho.

No final, Encanto é realmente um encanto, em uma imperdível e colorida nova animação da Disney. 

Avaliação: 4 de 5.

Encanto chega nos cinemas nacionais em 24 de novembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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