domingo, 22 dezembro, 2024
InícioEntrevistasEm bate-papo, Keira Knightley, Carrie Coon e elenco de O Estrangulador de Boston...

Em bate-papo, Keira Knightley, Carrie Coon e elenco de O Estrangulador de Boston falam sobre o longa

O caso do Estrangulador de Boston foi um que movimentou a cidade de Boston, no Estado de Massachusetts nos EUA nos anos 60. Mais de 13 mulheres foram assassinadas e a repercussão do caso na mídia foi intensa por conta da investigação de duas jornalistas que cobriram o caso e tinham mais pistas, e informações, que a polícia da época não tinha.

O longa que chega no Star+ no dia 17, é estrelado pelas atrizes Keira Knightley e Carrie Coon, onde a história desse assassino em série, numa época onde a palavra serial killer nem tivesse sido inventada, é contada através dos olhos dessas personagens.

Com direção e roteiro de Matt Ruskin, o filme conta a história de Loretta McLaughlin (Knightly), a primeira jornalista que conectou os casos de assassinato e mostrou o envolvimento do serial killer americano chamado de estrangulador de Boston.

Boston Strangler, com Keira Nightley, ganha data de estreia no Star+ e fotos

Loretta e Jean Cole (Carrie Coon), sua colega de profissão, precisaram enfrentar todo o sexismo no começo dos anos 60 enquanto tentavam reportar a história e informar as mulheres, e as pessoas, da cidade.

O Star+ convidou o ArrobaNerd para participar de um evento virtual com os atores. Assim, o time comenta sobre o que sabiam sobre o caso, o envolvimento no filme, e ainda os momentos mais marcantes durante as gravações.

Confira:

Keira Knightley e Carrie Coon em cena de O Estrangulador de Boston.
Foto: Photo by Claire Folger. © 2023 20th Century Studios. All Rights Reserved.

Qual era o seu conhecimento prévio sobre o caso do Estrangulador de Boston? E o que te atraiu para o projeto?

Keira Knightley: Bem no meu caso eu já tinha ouvido sobre o Estrangulador de Boston, mas eu não sabia muito à respeito. Então eu descobri quase tudo pelo roteiro maravilhoso de Matt [Ruskin que também dirige o longa].

Eu pensei que era apenas muito interessante contar a história de um serial killer mas pelo ponto de vista dessas duas jornalistas. O fato que você tem um caso que muita gente não sabe que foram essas duas mulheres que deram o furo de reportagem dessa história, e que elas foram basicamente apagadas da história desse caso, eu achei que era uma coisa muito muito interessante.

Carrie Coon: Exatamente, a parte mais chocante para mim foi que essas mulheres foram tão integrais para divulgarem o caso e a forçar o departamento de polícia a dividir suas informações com elas. E os nomes delas nunca são mencionados quando são relacionados com o caso. Isso foi muito chocante para mim.

E também as histórias de como elas se tornaram jornalistas, delas como pessoas, são histórias muito tocantes, convincentes, e comoventes. Elas certamente ecoaram nas vidas de mulheres do meu mundo que cresceram no Centro Oeste americano. Minha mãe era uma enfermeira, uma das minhas avós era uma professora, e outra era dona de casa. Essas eram as oportunidades para mulheres, além de serem secretárias. Então a luta de Jean para se tornar uma jornalista foi muito tocante para mim

E claro, eu vi o longa Crown Heights (2017) que Matt [Ruskin, o diretor do longa] fez e eu acho que ele é um diretor com questões morais serias. E eu sabia que o interesse dessa história era ter um viés mais feminista. Que ele realmente tinha o interesse em revelar o fato que essas mulheres foram apagadas da história.

E claro eu sabia que a Keira estava envolvida, e eu fiquei muito empolgada com a oportunidade de trabalhar com ela.

Quando vocês leram o roteiro o mais impressionou vocês sobre a natureza da investigação dessas mulheres reais? Elas viveram bastante, mas não estão aqui mais para darem seus depoimentos ou falarem com vocês sobre o tema.

Keira Knightley: Bem, eu acho que para mim, o filme como um todo é realmente uma história de amor sobre jornalistas mulheres investigativas. E realmente foca em mostrar o quão é importante teremos mulheres em posição de poder e em controle de suas narrativas, por que foram essas duas mulheres que realmente disseram: “Esta é uma história importante. Esta é uma informação que precisa ser pública para manter as mulheres de Boston seguras.” E acho que, em grande parte, foi uma história que foi, naquele ponto, ignorada pelos colegas, majoritariamente masculinos.

E eu não sei se eles viram a importância que era esse caso. Então eu acho que maravilhoso fazer parte de alguma coisa que realmente foca na importante disso de termos o maior número possível de jornalistas mulheres que você possa ter para zelarem pela segurança de nossas comunidades.

Carrie Coon: Existe uma história interessante sobre Jean… ela queria ganhar um aumento por que ela ganhava US$ 30 por semana e a creche de seus filhos custava US$ 25. Assim ela foi tentar convencer seus chefes para um aumento e todos os homens da redação foram com ela para a apoiar e sugerir que ela precisava de aumento. Isso meio que mostra um pouco a importante de ter aliados homens em um espaço daqueles.

E eu acho que Jean era uma feminista muito prática [para época] que colocou sua cabeça para baixo, e fez seu trabalho bem. E isso que elas poderiam fazer naquele contexto… era de não tentar irritar ninguém. Então é muito extraordinário que essas mulheres ver que essas mulheres se colocaram em perigo assim. E elas foram exploradas, por terem tido suas fotos colocadas nas matérias.

Keira Knightley e Chris Cooper em cena de O Estrangulador de Boston.
Foto: Photo by Claire Folger. © 2023 20th Century Studios. All Rights Reserved.

Chris você interpreta o editor chefe do jornal que essas mulheres trabalham e meio que representa tudo que impedia essas duas jornalistas de progredirem em suas carreiras na época. Como você abordou as informações sobre ele para interpretar esse personagem?

Chris Cooper: Eu tive muita sorte em ter conhecido a jornalista Eileen McNamara, a vencedora do prêmio Pulitzer, que trabalhou no jornal Boston Globe entre os anos 70 e 80. Loretta foi mentora dela e Eileen me conduziu exatamente da forma que eu precisava. Jack [Maclaine] nunca esteve interessado nos assassinatos sabe? E foi uma vergonha completa para a polícia de Boston. Eles não pareciam querer investigar isso muito. Mas Eillen me conduziu pelo material de apoio que era tão específico para o ambiente de uma redação dos anos 60, o que acontece politicamente, quais terminologias que eu precisaria saber, como funcionava a hierarquia do jornal.

Era isso que eu tinha interesse, e foi para isso que a minha pesquisa me levou.

Alessandro Nivola em cena de em cena de O Estrangulador de Boston.
Foto: Photo courtesy of 20th Century Studios. © 2023 20th Century Studios. All Rights Reserved.

Alessandro, você interpreta o detetive que foi designado para o caso e você tem que interagir com essas jornalistas. Como foi para você criar o relacionamento de Jim, com Loretta? Como você descreveria essa relação? Eles são antagonistas, mas no final das contas querem a mesma coisa: encontrar os culpados pelos assassinatos.

Alessandro Nivola: Sim, eu acho que o personagem está bravo que o departamento de polícia não liga para o tipo de investigações mais modernas como psicologia forense e que também não estão interessados em conectar esses assassinatos.

E o que ele faz, é tomar uma decisão desesperada ao tentar entrar em contado com ela, sabe? concordar em conversar com ela, por que ele é o filho de um policial. Ele provavelmente é o neto de um policial. E então, ele se encontra num dilema de trair o departamento e deixar o departamento em maus lençóis, quando fica claro que é a imprensa que conduz o caso em vez do departamento de polícia.

E ele se alia com Loretta, porque está totalmente obcecado com o caso, e a única outra pessoa que ele encontra que também está totalmente obcecada com o caso é ela.

E então, você sabe, eu acho que, dessa forma, eles se sentem como se fossem farinha do mesmo saco.

Ele provavelmente também se sente atraído por ela e gosta desses encontros.

Quais memórias mais mais marcantes, ou algum momento favorito, que vocês lembram durante as gravações de O Estrangulador de Boston?

Keira Knightley: Eu acho que eu tive muita sorte com todo mundo que esteve envolvido nesse filme, e todo mundo que participou aqui desse evento. Sabe? Eu acho que aqui temos um grupo adorável de pessoas extremamente talentosas. Eu acho que eu me senti com muita sorte, particularmente com Carrie, por que nós duas somos mães de pequenas crianças, e tem alguma coisa muito muito interessante em chegar em um set e ver nos olhos de uma outra mulher e totalmente entender o que ela está passando. E isso é uma alegria sem tamanho. Toda vez que ela estava no set, foi uma alegria. Nós duas olhamos uma para outra através de nossos olhos completamente privadas de sono e entendemos: Está tudo certo, parceira. Eu tô com você.

Carrie Coon: E saber que nós aceitamos esses papéis há 7 anos… mas agora nós temos filhos, e não nos preparamos mais para gravar filmes. Nós apenas esperamos que eles sejam bem escritos e nós apoiamos no que está na página.

Um dos maiores momentos que eu lembro foi que eu estava digitando, para uma das cenas, era para eu estar datilografando, mas de repente eu fique: Eu não sei como tocar na máquina, e eu olhei para a Carrie e fiquei: Eu não sei como datilografar! e ela falou: Isso é por que você tem 2 crianças. E eu fiquei: Okay, é isso.

Completam o elenco David Dastmalchian, Morgan Spector e Bill Camp.

Assista o trailer abaixo.

O Estrangulador de Boston chega em 17 de março no Star+.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

Artigos Relacionados

Deixe uma resposta

Newsletter

Assine nossa Newsletter e receba todas as principais notícias e informações em seu email.

Mais Lidas

Últimas

Try Apple TV