No meio de uma pandemia global, onde claramente o mundo não estava preparado para lidar com quarentenas, lockdown e nos privar de certas coisas, um longa de desastre mundial não parece ser uma aposta muito interessante para desconectarmos nossa mente de tudo que acontece, não é mesmo? Errado.
Destruição Final – O Último Refúgio (Greenland, 2020) entrega um tipo de escapismo que por mais que se assemelhe um pouco com vivemos nos últimos tempos, também nos deixa aliviado ao pensar que ainda bem que vivemos uma situação parecida com a da trama apresentada.
E Destruição Final – O Último Refúgio, convenhamos, é igual todos os outros longas de Gerard Butler de destruição vai? Aqui, temos um homem que precisa se salvar, e salvar aqueles que ama, de um apocalipse que se aproxima. Butler já é figurinha carimbada nesse tipo de filme, já salvou o Presidente americano três vezes nos filmes da franquia que começaram lá em Invasão à Casa Branca (2013), enfrentou uma tempestade gigantesca que ameaçava acabar com todo mundo em Tempestade: Planeta Em Fúria (2017), e logo depois precisou salvar outro Presidente, agora Russo, em Fúria em Alto Mar (2018).
O ator sempre faz esse tipo de personagem, é sua assinatura, assim como aquela que Dwayne Johnson, o The Rock tem, Vin Diesel tem a dele também, e Butler sempre pega os papéis onde ele possa ser aquele homem comum, o típico americano que faz de tudo por seu país, e em Destruição Final – O Último Refúgio ele segue a mesma linha, e está num lugar comum e conhecido.
E talvez, por isso que seja o ator ideal para esse tipo de filme que marca o retorno dele com o diretor Ric Roman Waugh, onde ambos trabalharam juntos no longa Invasão ao Serviço Secreto (2019). Em Destruição Final – O Último Refúgio, Butler é um engenheiro que precisa correr contra o tempo para levar sua família para uma base militar depois que um asteróide/cometa entra em rota de colisão com a Terra e ameaça explodir as principais cidades do mundo em menos de alguns dias.
E antes de colocar John Garrity (Butler, super confortável no papel), sua esposa Alison, a brasileira Morena Baccarin – mais uma vez ótima em tela e como se dominasse Hollywood aos poucos, um projeto de cada vez – e o filho deles Nathan (Roger Dale Floyd) para enfrentar explosões, chuva de meteoros caindo do céu, e bolas de fogos que se formam no céu com a chegada do asteróide vemos e conhecemos mais dessa família e claro das consequências que a chegada de Clark, o nome fofo que deram para o pedaço especial que está em rota de colisão com a Terra.
E é aí que Destruição Final – O Último Refúgio se diferencia dos outros filmes de ação de Butler. O roteiro de Chris Sparling cria toda uma tensão na jornada que faz a família Garrity tentar conseguir chegar no bunker do governo e com isso discute diversas questões morais ao longo do caminho, principalmente ao mostrar o que os personagens fariam nessa situação, seja beber até o fim do mundo, roubar, mentir e trapacear, ou seja, fazer de tudo para se salvar de forma individual e que dane-se os outros.
E o longa constrói essa antecipação do desastre a cada minuto, e discute, o que o ser humano faria numa situação como essa que durante vários momentos se torna tão parecido com que poderíamos ter vivido. Uma das cenas mais fortes e intensas é quando o casal recusa levar a filha da vizinha em sua viagem. É o famoso, o que você faria nessa situação? Aliado a isso, temos no plano de fundo, a tensão da chegada do asteróide Clarke na Terra, com os alertas presidenciais que John recebe no celular, ou até mesmo, outras fatores que complicam a trama, como o fato que o garoto sofre com diabetes e fica um tempo sem conseguir receber um injeção de insulina, ou até mesmo todo o arco narrativo que mostra que John traiu a esposa e eles precisam deixar tudo isso de lado para juntos tentarem sobreviver ao apocalipse. Quem precisa de terapia de casal, ou olhares de desaprovação das vizinhas, quando temos um grande pedaço de rocha que cai no céu, não é mesmo?
E assim, com o mundo literalmente desabando, vemos o casal se separar durante boa parte do filme e vemos os personagens de Baccarin e Butler sofrerem na sua busca por pulseiras de acesso, remédios, ou veículos de locomoção, onde eles topam com os mais diversos tipos de pessoas que compõem a sociedade nos EUA, alguns que os ajudam (como o grupo de latinos que dá uma carona para Alison) ou o casal (David Denman, Hope Davis numa rápida participação) que acaba por sequestrar o garotinho Nathan.
Tudo em Destruição Final – O Último Refúgio é apresentado como se fossem etapas e obstáculos que a família Garrity precisa enfrentar para chegar no seu último e final destino. É como se fosse um jogo de vídeo-game com diversas fases para serem conquistadas. E no meio tempo, temos bons efeitos especiais, onde a cinematografia do filme fica com um tom avermelhado forte, quando começa dar indícios que o cometa Clarke se aproxima cada vez mais.E quando realmente o grande pedaço de rocha espacial entra na nossa atmosfera faz tudo aquilo que já vimos em diversos outros filmes: ele traz a destruição total da Terra.
No final, Destruição Final – O Último Refúgio faz um filme de destruição acima da média para o gênero, pois além de entregar uma história sobre grandes ameaças naturais, lotados de efeitos especiais e cheio de peripécias que explodem em tela, o roteiro se preocupa também com as pessoas, e com os personagens que vemos lutarem por suas vidas. E graças as boas atuações de Butler e Baccarin, Destruição Final – O Último Refúgio entrega uma opção interessante e empolgante de se assistir, por mais intensa e desesperadora que seja.
Destruição Final – O Último Refúgio chega nos cinemas nacionais em 19 de novembro.
O ArrobaNerd viu o filme em uma sessão para jornalistas feita pela Diamond Films que seguiu todas as regras e recomendações das equipes de segurança.
Recomendamos o leitor, se for encarrar a visita ao cinema, se proteger e seguir todas as recomendações de segurança contra o COVID-19 impostas pelas organizações de saúde.
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