quarta-feira, 16 abril, 2025
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Deli Boys | Review: Quando Breaking Bad e 2 Broke Girls entram numa lojinha de bairro

Na divertida Deli Boys é como ver Breaking Bad e 2 Broke Girls entrarem numa lojinha de bairro. Nossa crítica da 1º temporada da série.

Dois jovens paquistaneses-americanos precisam assumir o lugar do pai em um império criminoso depois que o “baba” morre? Só que eles não faziam ideia das atividades do pai até aquele momento!

É essa a premissa da divertida, alucinada e violenta Deli Boys que chega no Disney+ com todos os episódios disponíveis. E que garantimos valer sua maratona.Claro, já tivemos diversas outras atrações que mostram pessoas aparentemente “normais” entrando no mundo do crime. Foi assim em Weeds, em Breaking Bad, e até mesmo se formos ver na série do Pinguim. Mas, aqui com a atração, o que temos é uma coisa bem diferente.

DELI BOYS – “First Look” – (Disney/James Washington) ASIF ALI, SAAGAR SHAIKH

É por conta de um humor extremamente afiado que o showrunner Abdullah Saeed (que também cuidou de alguns roteiros da atração) coloca nessa história toda e que entrega uma série de máfia com uma pitada de comédia daqueles e que é impulsionada pelas as atuações do elenco principal e que ajudam não só todo mundo se destacar aqui, como também entregar um certo charme para Deli Boys.

Afinal, as situações malucas e imprevisíveis que os irmãos com personalidades completamente diferentes Mir (Asif Ali, visto em WandaVision, Falando a Real) e Raj (Saagar Shaikh visto na série Ms. Marvel e em As Marvels) são colocados são dignas daquelas comédias de dupla, ah lá 2 Broke Girls, e ditam o tom da atração na medida que vemos esses dois irmãos mimados e egocêntricos tentarem viver a vida de crimes logo depois que o pai (Iqbal Theba) morre.

Claro, que isso cria um lugar vago, quase como se fosse em Succession, só que em vez de termos um conglomerado de mídia, o foco é nas atividades criminosas da região da Filadélfia, onde todo mundo quer assumir a liderança e passar a perna um no outro. 

Até mesmo, os tios dos protagonistas, a bad-ass Lucky (Poorna Jagannathan, ótima e o destaque do seriado) e o ardiloso Ahmad (Brian George) estão de olho na liderança desse esquema que usa lojinhas de convivência para movimentar produtos ilegais e drogas. Assim, o grupo precisa bolar um plano para deixarem o controle da organização criminosa nas mãos da família e vão precisar confiar uns nos outros. Isso se eles não se matarem antes. 

Ao mesmo tempo, a morte de Baba também alertou o FBI e uma agente (Alexandra Ruddy) que precisa usar esse caso para ganhar a confiança de um chefe sem noção (Tim Baltz) e que não vai parar de investigar a lojinha suspeita no meio da cidade. A parte mais interessante de Deli Boys é o tom mais cômico que o texto da atração entrega, afinal, Mir e Raj são uns dois tapados e precisam amadurecer no meio disso tudo, e Ali e Shaikh entregam atuações para lá de divertidas e que você só fica pensando: como podem ser dois burros? 

É como uma das cenas, onde a dupla precisa separar as drogas depois que eles batem boca com o cara que iria refinar a cocaína. E eles resolvem que vão eles mesmo fazer isso só de cueca, já que segundo eles nos filmes fazem assim para ninguém roubar nada. Até que Lucky aparece e fala “Por que vocês queriam roubar suas próprias drogas, seus idiotas?”

DELI BOYS – “First Look” – (Disney/James Washington) SAAGAR SHAIKH, ASIF ALI, POORNA JAGANNATHAN, BRIAN GEORGE

É simples, mas extremamente eficaz e o seriado tem tiradas muito boas ao longo dos episódios, já que Mir e Raj vivem se metendo em confusões quando precisam mudar seu modo de vida e caírem de cabeça nas atividades criminais do pai e vem suas vidas, e de suas parceiras, Prairie (Alfie Fuller) a namorada de Raj, e Brusha (Zainne Saleh) a noiva de Mir.

E ao mesmo tempo que a dinâmica entre os dois, um mais porra louca e outro mais certinho se contrastam muito ao longo dos 10 episódios do primeiro ano de Deli Boys. A relação deles, como uma dupla, com a “Auntie” Lucky e com o tio Ahmad também são bem engraçadas por conta do choque de gerações e de culturas. E se Ali E Shaikh estão muito bem, o mesmo vale para Jagannathan e George que também tem uma dinâmica própria, ele sendo um senhor com ideias ultrapassadas e fruto da sua geração, e ela, realmente alguém com tato para a coisa e que efetivamente precisa arrumar sempre toda a bagunça num negócio extremamente masculino.

É interessante a forma como os roteiristas criaram uma atração que foca em uma família de  paquistaneses-americanos, mas, que no final, a história é uma universal e uma que roteiristas se apoiam para contar essa história do “sonho americano” de uma forma tão divertida. Por exemplo, os vídeos institucionais de Baba, são ao mesmo tempo cafonas, e hilários, e a série só escalona na doideira e no non-sense na medida que tanto Mir e Raj são apresentados para os figuras criminosas da região que rendem diversas boas participações de nomes conhecidos do público de outros projetos como Guilhermo Diaz (de Scandal) ou até mesmo de Tan France (de Queer Eye em seu primeiro papel em uma produção serializada).

No final, Deli Boys não poupa piadas ao mesmo tempo que não poupa cenas violentas e cheia de sangue, mas ao unir esses personagens tão diferentes uns dos outros é o que faz a série ter uma graça e entregar alguma coisa bastante viciante de se assistir. Ajuda o fato que a atração tem episódios de 30 minutos e que foram liberados todos de uma vez só. É como entrar numa vendinha atrás de alguma coisa saudável e sair com um chocolatinho, um guilty pleasure e tanto.

Deli Boys chega com todos os episódios do primeiro ano em 6 de março no Disney+.










Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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