quinta-feira, 26 dezembro, 2024
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Confissões de uma Garota Excluída | Crítica: Divertida comédia teen com uma Klara Castanho que se destaca

E eu já aviso, e começo esse texto por dizer que Confissões de uma Garota Excluída (2021) faz nada mais que uma boa e divertidinha adaptação de uma obra de Thalita Rebouças na Netflix. Sabe aqueles filmes teen nacionais que pré-pandemia alguns estúdios tentavam emplacar nos cinemas e depois reclamavam que não dava certo na bilheteria, mas quando chegava em algum serviço de streaming bombava? É isso o que temos. A casa para esse tipo de adaptação é o streaming. E aqui, Confissões de uma Garota Excluída faz um “case de sucesso” que realmente comprova isso. 

O longa de Bruno Garotti (o seu segundo no ano na Netflix depois de Diários de Intercâmbio) faz nada mais que mais uma aventura teen com os mesmos tipos de tramas, o mesmo tom de coloração que já vimos em seus outros filmes, sobre conflitos, anseios, e dilemas, extremamente focado para o público mais jovem e que hoje em dia é super conectado e tem tudo ali na palma da mão e num passo de um clique. Encarar filas gigantes para comprar ingresso? Outra fila para pegar um lugar na sala? Isso é tãoooo anos 90. Aqui na Netflix (ou em qualquer outro serviço de streaming vamos combinar) a chance de um filme como Confissões de uma Garota Excluída render demais é muito maior.

Confissões de uma Garota Excluída
Foto: Netflix

E graças ao excelente trabalho de Klara Castanho como a protagonista Tetê (do Cecê), o grande trunfo de Confissões de uma Garota Excluída é render visualizações e entregar um filme extremamente ideal para cair no fator “reassistibilidade”  para a Netflix por conta do público alvo que ele foi destinado. Claro, para quem é mais velho parece que somos a mãe da personagem principal interpretada pela hilária Julia Rebello que solta gírias adolescentes desconexas para tentar se enturmar com a filha que é realmente um peixe fora d’ água. Mas ei, todos nós temos boletos para pagar, certo? Sim, lacrou Rebello.

Ou até mesmo, o restante da família com o pai (Alcemar Vieira) que sempre se vê envolvido em alguma cena mais cômica, o avô (Stepan Nercessian) e a avó (Rosane Gofman) que se apresenta ao mesmo tempo como um alívio cômico e um apoio emocional. Mas, no final, o time da família apenas serve para fazer com que o roteiro construa Tetê como um das personagens mais excluídas mesmo onde todos parecem ter uma opinião, em grande parte negativa, sobre a jovem. É o que ela chama de bullying em família.

Assim, o roteiro de Garotti, Flávia Lins e Silva, Christiana Oliveira e Thalita Rebouças entrega as mais diferentes peripécias para a nossa protagonista que basicamente é uma das poucas que realmente é uma personagem totalmente desenvolvida e que não é extremamente opaca, ou baseada em um estereótipo ou pior em um fiapo de narrativa. Afinal, quando não estamos focando na Tetê, tudo em volta dela parece soar o mais fraco possível em termos de história e de construção de personagens.

Seja os novos melhores amigos, um rapaz, o jovem Zeca (Marcus Bessa) que parece ter saído de um grupo de rede sociais pronto para “sambar na cara das inimigas”, um outro colega, o Davi (Gabriel Lima) que é um jovem tímido, criado pelos avós e que usa palavras que ninguém mas usa e que gosta de coisas “nerds”, mas que é extremamente mal construído e até mesmo os chamados jovens populares do colégio que são os arquétipos vindo dos filmes teen americanos como, a Valentina (Júlia Gomes), a garota loira malvadona, sua melhor amiga Laís (Fernanda Concon), ou o bonitão (Lucca Picon) do colégio que tem uma banda e gosta de surfar.

Confissões de uma Garota Excluída
Foto: Netflix

Tudo é muito mal construído em volta da protagonista, e talvez, por isso que Confissões de uma Garota Excluída acabe por dar certo quando realmente foca nela. O que é quase todo tempo. A presença radiante de Castanho em tela salva o longa, o trabalho corporal da atriz mirim consegue afastar qualquer sentimento de dúvida: Por que eu dei play nisso mesmo?

Na busca pela identidade e de descobrir seu lugar no mundo, Tetê acaba por se meter em poucas e boas e que por conta do trabalho de Castanho, esses momentos acabam por ser passagens divertidas de se acompanhar: seja as cenas que envolvem o suor por excesso de nervosismo no primeiro dia da escola, ou uma transformação para uma festa temática dos anos 60 como um bom filme teen, ou até mesmo o grande acontecimento que se desenrola ao longo do filme e que parece ter saído de um grande episódio de Gossip Girl onde aqui, de uma forma surpreendente, acaba por ser infinitamente melhor do que qualquer história da famosa série americana poderia entregar.

No final, o que temos com Confissões de uma Garota Excluída é mais uma vez o trabalho de Thalita Rebouças sendo transportado e adaptado em tela para atingir o público alvo que a autora nacional mira, só que agora em outra mídia. Rebouças, claro, faz uma participação especial como sempre e realmente parece ter se encontrado nesse nicho e aqui no streaming tem a oportunidade perfeita de expandir o Rebouçasverso. E depois de diversos filmes com outras atrizes mirins com milhares de seguidores e fãs, chegou a hora e a vez de uma nova atriz, uma extremamente talentosa, ficar nos holofotes. Que a parceria volte a se repetir. 

Avaliação: 2.5 de 5.

Confissões de uma Garota Excluída disponível na Netflix.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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