Depois de uma boa espera, eis que estamos de volta à Cidade Invisível com 5 episódios liberados pela Neflix para esta 2ª temporada. O que mais me agradou neste retorno foi o ritmo e a forma como a trama foi contada, desenvolvendo todos os seus personagens e mostrando mais do nosso folclore.
Carlos Saldanha mostra mais um acerto nesta temporada ao levar os personagens para o Norte, colocando-os em Belém e desenvolvendo tudo ao redor de um grande problema nacional, os garimpos ilegais e colocar o protagonismo nos nossos indígenas. Cidade Invisível agarra as tradições e ao colocar os indígenas e suas lendas em destaque, mostra que temos muita história ainda para contar.
A temporada mostrou Luna sendo criada pela Cuca após o sumiço do pai e em uma busca incessante por Eric, acabando com ela fazendo um acordo com Matinta Perê. A forma que tudo vai se conectando na temporada, e a entrada da família Castro e todas as entidades é sensacional.
Se na primeira temporada tivemos Curupira, o Saci, aqui também entrou Boitatá, Mula Sem Cabeça, Menino Lobô e muitos outros, e tudo bem aproveitado, deixando Cidade Invisível intensa e que nos faz querer buscar mais sobre nossas raízes, e somado a isso, vem todo o carinho que o povo originário é tratado na trama.
Os indígenas são o ponto central e tudo mostra sua preocupação com a natureza, as entidades e como a humanidade trata tudo isso. Aqui deixa claro como os homens invadem as reservas, a mata, destrói tudo no caminho, suja e ainda coloca a vida do povo originário em risco.
Adorei a conexão dos Castros com as entidades, a origem da Mula Sem Cabeça e como ela é manipulada, assim como Lazo, Bento e todos ao redor deles. A construção dos episódios são sempre mostrando inicialmente como a entidade nasceu, ou se conectou com a família, e isso é incrível, pois nos mantém sempre ligados a detalhes.
Cidade Invisível vale cada momento, sua condução é formidável e ter um elenco sensacional desses é de se aplaudir. Alessandra Negrini e Marcos Pigossi mantém uma conexão sensacional, e temos Manuela Dieguez que segura as pontas e pode ser um futuro para próximas temporadas. Além disso temos Kay Sara, Zay Guajajara, Mestre Sebá, Tomáz de França, Ermelinda Yapario, Julia Konrad, Tastu Carvalho, Letícia Spiller e Simone Spoladore.
A temporada inteira fecha um ciclo perfeito, dá uma despedida a alguns personagens e encaixa outros em uma demanda interessante para uma provável nova temporada, dando tempo e podendo abrir tramas para outros que apareceram. Além disso, tem um retorno mais do que esperado nos momentos finais do último episódio…
Cidade Invisível | Crítica 1ª Temporada: Folclore brasileiro e investigação policial formam par perfeito
Todos os episódios de Cidade Invisível estão disponíveis na Netflix.