Em seus dois episódios finais as coisas esquentaram muito e Bates Motel fechou maravilhosamente bem suas tramas e todos os seus segredos foram expostos. Freddie Highmore e Max Thieriot dominaram a cena, mesmo com momentos certeiros de Vera Farmiga, que abrilhantou, quase que literalmente, nesses momentos finais. Concluindo a trama e fechando o ciclo de Norman, a série surpreendeu demais nestes dois últimos anos, chegando a Psicose e passando um pouco mais.
ALERTA DE SPOILER: Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos do episódio. Continue a ler por sua conta e risco.
Dylan lidou com muitas situações embaraçosas nessa jornada e nestes momentos finais teve que ficar entre o irmão com problemas mentais, a superproteção que sua mãe causou a ele e o fato dele ter matado a mãe de sua amada, Emma. Com tanto para lidar o vemos a todo instante a ponto de estourar com alguém, e nem mesmo o trabalho de Julia lhe satisfaz, pois seu irmão só se enrola desde que assumiu que matou Sam.
Enquanto isso Mãe, que ainda toma a conta da mente de Norman, tenta de tudo para resolver as situações, mas o melhor é ver seu encontro com Emma. A garota vai atrás de seu antigo amigo depois de enterrar a própria mãe e visitar o túmulo de Norma, que ela considerou como sua 2ª mãe, e na delegacia ela compreendeu dentro do olhar de Norman que ele realmente estava doente. Quando ela mostra a ele que compreendeu que ali estava Norma, a mãe, foi uma cena bem intensa.
A questão é que ambos, Dylan e Emma, tiveram seus momentos com Norman, mas é Romero quem quer ficar com ele o tempo que for possível para fazê-lo sofrer, e assim ele parte para pegar o rapaz que está na delegacia. Ali ele sequestra Regina e faz todos refém até conseguir sair sozinho com aquele que matou sua amada. A conversa no carro é meio sem sal, mas é interessante ver Norman e sua Mãe tentando argumentar com Regina, mas depois que ela desce do carro, Romero ainda tenta entender o que ele fala sozinho, mas prefere ignorar.
O que Romero quer e o corpo de Norma, para devolvê-la a seu devido lugar e o que consegue é um tiro no peito. Deixando claro que ele nunca escapará disso, que matou quem mais o amou, Romero consegue ativar um gatilho em Norman que o faz voltar ao tempo em que chegou a cidade e é esse sentimento que o faz voltar ao Bates Motel e até ligar para Dylan, pedindo que ele volte por sua mãe.
Cheio de luz, os momentos de Norman e Norma no passado são excelentes e muito bem intercalados com os momentos fora de si de Norman. As lembranças de tudo o que vimos na série é muito bem vindo, mas é a chegada de Dylan, que passa mal ao ver o corpo podre da mãe na mesa, que o faz querer trazer o irmão a si e fazê-lo ir a uma instituição, pois caso contrário seria morto pela justiça. O problema é que Norman não quer isso, e muito menos deixar a mãe e parte com uma faca para cima do irmão.
O final não foi surpreendente, não esperava que Norman saísse ileso do que fez, mas sua morte teve uma poesia. Norma o recebendo do outro lado e ele terminando feliz foi até que algo sutil, mas é a dor de Dylan que fica para nos marcar, já que sua família inteira foi destruída, ficando em suas mãos o recomeço que precisa para fazer Emma e sua filha feliz.
Bates Motel foi uma viagem intensa e deliciosa a mente de Norman Bates e tudo recheado com um elenco sensacional e uma equipe de produtores e roteiristas afiados e dispostos a contar uma história que acreditavam. A série tropeçou um pouco em seu início, mas quando engrenou não parou mais. Saio satisfeito da série e torcendo para que alguém de seu elenco ganhe ao menos uma indicação aos prêmios que tem por vir.
Fico por aqui, comentem e to be continued…