Seja em A Bruxa lá de 2015, na série O Gambito da Rainha na Netflix, ou no divisivo Noite Passada em Soho, a atriz Anya Taylor-Joy sempre parece roubar as cenas. E com Furiosa: Uma Saga Mad Max não é diferente.
Depois de passar pelo Brasil no final do ano passado no painel do estúdio na CCXP, e liberar o primeiro trailer do longa, ao lado de Chris Hemsworth e o diretor George Miller, a atriz esteve no México para divulgar o filme e participar de uma coletiva de imprensa com os veículos da América Latina.
Argentina, e um com um espanhol perfeito, Taylor-Joy bateu um papo com jornalistas, respondeu perguntas, e falou sobre o longa antes de embarcar para a próxima etapa na press tour do filme: divulgar Furiosa: Uma Saga Mad Max no prestigiado Festival de Cannes, onde estrearia fora da competição.
O longa que serve como um prequel do filme Mad Max: Estrada da Fúria (2015) acompanha jovem Furiosa (Taylor-Joy) depois que ela é sequestrada da Terra Verde das Muitas Mães e cai nas mãos da horda de motoqueiros liderada pelo Senhor da Guerra Dementus (Hemsworth). Vagando pelo deserto condenado, eles encontram a Cidadela controlada por Immortan Joe (Lachy Hulme). Enquanto os dois tiranos lutam por poder e controle, Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.
Além da direção, George Miller assina o roteiro de Furiosa: Uma Saga Mad Max, em parceria o corroteirista de Mad Max: Estrada da Fúria, Nico Lathouris.
Completam o elenco os atores Tom Burke, Alyla Browne, John Howard, Elsa Pataky, Nathan Jones, Josh Helman, entre outros.
Confira os principais momentos do evento que participamos:
O que você conhecia da franquia Mad Max e o que te chamou atenção pela primeira vez nesse universo criado por George Miller?
Anya Taylor-Joy: A primeira coisa que eu vi foi Mad Max: Estrada da Fúria e me apaixonei imediatamente. Me lembro de que, quando estava no cinema para ver e o filme terminou, eu me levantei e aplaudi, porque [senti que] era uma coisa única no mundo. Eu me emocionei bastante. E, obviamente, quando consegui o papel, comecei a assistir a todos os outros filmes e estive nos lugares em que haviam sido filmados, então [para mim] rolou essa coisa mágica.
E como foi trabalhar com George Miller, um dos diretores mais importantes da nossa geração?
Anya Taylor-Joy: [O que temos] é um mundo totalmente criado por ele e acho que, mais do que qualquer outro diretor com quem trabalhei, ele cria, e “pinta” cada imagem. Tínhamos três unidades filmando o tempo todo e juro por Deus que tudo o que você vê na tela teve a mão dele. Você poderia fazer 20 tomadas de algo e, de repente, ele vê uma cena e diz: “Não… até que está bom, mas você precisa colocar o capacete um pouco mais à frente” e você faz de novo, sem pestanejar.
Você teve que se preparar de uma forma diferente para Furiosa: Uma Saga Mad Max, certo?
Anya Taylor-Joy: De uma certa forma, sim, mas veja bem, eu ainda não tenho minha carteira de motorista! Não tenho tempo. Juro por Deus que estou sempre trabalhando, então não paro em um lugar para fazer… Mas enfim, cheguei na Austrália um ano antes das gravações e comecei a treinar com motocicletas e carros e a primeira coisa que aprendi foi “juicy lift 180” [O nosso famoso cavalo de pau, onde o motorista acelera com o carro, puxa o freio de mão, e depois gira o carro para que ele pare uma direção oposta].
E não me deu medo, eu até que me diverti. Sabe, eu tenho essa mania estranha de, quando estou em situações um pouco perigosas, de que começo a rir, o que é bastante estranho para outras pessoas, mas para mim só mostra que estou me divertindo muito.
Em boa parte do filme sua personagem está com o rosto coberto por conta da poeira, da terra….
Anya Taylor-Joy: Eu amei isso! Foi muito divertido! Para mim foi legal estar coberta de sangue… o meu primeiro filme foi A Bruxa então na minha cabeça, estar coberta de sangue, era o que seria estar em um filme…. o fato de estar sempre suja. É sempre estar coberta de sangue. Sim, para mim, foi muito engraçado.
E como era o seu processo de gravação, por que você estava num ambiente controlado em que tinha terra e tudo mais. Quando chegava no final do dia o que você fazia?
Anya Taylor-Joy: Um banho de mais de duas horas! [Risos] Mas também em algum momento eu parava de tentar me limpar toda por que pensava, ah amanhã vou ter que fazer de novo, e depois de novo, e depois de novo. Então eu me empenhei [em ajudar].
E esse foi um papel muito diferente que você teve por conta da parte física. Mas também é um com uma grande carga emocional. Como foi para você criar essa personagem a partir do que já sabíamos de Furiosa, por esse filme ser uma prequela?
Anya Taylor-Joy: Acho que o que me assustou um pouco quando comecei o filme foi que eu não tinha medo dos momentos de silêncio que ela tem, mas George [Miller] tinha uma ideia muito específica de como ela iria se comportar. E ele tem razão quando diz que, em Westland, qualquer tipo de emoção é uma fraqueza, portanto, só me restavam os olhos para me comunicar, o que me deixou um pouco assustada, pois, como atriz, tenho todo o meu corpo para me comunicar, mas acho que, se você vai fazer algo assim, se vai dar um salto de fé [na ideia de alguém], não existe pessoa melhor para se confiar do que George Miller em um filme de Mad Max.
E você trabalharia com ele em outro projeto?
Anya Taylor-Joy: Sim, claro! [Faz sinal que não pode falar mais nada]
E como foi trabalhar com Chris Hemsworth, afinal, ele tem um impacto bastante interessante na jornada de Furiosa no filme?
Anya Taylor-Joy: Chris é divino [de se trabalhar] e tenho tanta sorte que nossa relação na vida real não é nada como a relação de nossos personagens, afinal, eu passo o filme todo tentando matar ele. [Risos]. Então eu fico feliz que esse não é o caso. Ele é um cara muito humilde e um bom companheiro.
Tem alguma coisa que vocês faziam enquanto gravavam nesses lugares desérticos? O que vocês faziam quando terminavam o dia de gravações? O que vocês faziam para sair um pouco do personagem, se divertir um pouco, descansar um pouco. Porque parecia que as exigências para esse filme eram muito grandes?
Anya Taylor-Joy: Não, não, com esse filme foi uma loucura para mim porque, se eu não estava filmando com a primeira unidade, estava filmando com a segunda. Então estávamos trabalhando seis dias por semana durante seis meses e meio. Porém a gente dava um abraço gigante um nos outros quando terminava o dia.
Para você qual é o significado do cabelo de Furiosa e o que ele representa para a evolução da personagem ao longo do filme?
Anya Taylor-Joy: Desde da nossa primeira conversa, eu queria raspar meu cabelo totalmente. Passar a máquina toda nele. Mas George [Miller] viu meus cabelos, gostou e falou não, não podemos fazer isso com você, e eu falei: ok, obrigado. Mas acho que o simbolismo que coloquei nisso é que ela acha que pode voltar para a Terra Verde com uma pequena parte dela que ainda é do jeito que era quando era pequena. E acho que o impacto que o filme tem, quando você retira o cabelo dela, é do tipo “Ah, tudo bem. Ok, entendemos que não podemos voltar para casa da mesma forma!” e que agora ela é uma criatura da Westland.
Confira o trailer do longa:
Furiosa: Uma Saga Mad Max chega em 23 de maio nos cinemas.