O que esperar da temporada 4 de Succession? O retorno da série vencedora do Emmy chega na HBO para coroar os bons últimos meses que o canal, e o serviço de streaming da HBO Max, teve, sempre aos domingos, e aqui em 2023, particularmente emendando com o primeiro mega sucesso da grade do ano, a série The Last Of Us.
Succession, o hit silencioso e matador do canal, vencedor de Emmys, e querendo ou não capitalizado por algumas polêmicas de bastidores, retorna com ares de super produção e pronto para quando a musiquinha instrumental de abertura começar, fazer a alegria dos fãs do novelão cômico.
A atração se firma como uma produção das mais cheias de prestigio do canal, e também ajuda a firmar a estratégia da HBO em se manter firme como um canal de distribuição linear e não cair na tentação do streaming e dos novos (nem tão novos assim) modelos de consumo dos concorrentes.
E ao apostar nisso, no burburinho do episódio semanal, e com o texto afiado liderado pelo showrunner Jesse Armstrong que também retorna aqui, a série (e a HBO) garante que essa temporada 4 seja a temporada final para esses personagens, e para essa história dos 1% que comandam um dos maiores conglomerados de mídia no mundo.
Assim como foi com a série Veep (também da HBO) , Succession aposta em acontecimentos reais para contar sua história, e fica claro que o mundo real compete, e muito, com o mundo da ficção criado por Hollywood. Os eventos do nosso mundo na indústria do entretenimento competem com as loucuras, com as puxadas de tapete, e as tramoias corporativas que vemos a família Roy fazer para vermos quem vai assumir o controle da Waystar Royco (ou o que sobrar dela, claro!).
E o retorno de Succession por mais incrível que seja, parece que entrega um episódio de meio de temporada, onde, por mais que fique claro que a série se encaminhe para um final, pode ser que não seja O final definitivo para muitos desses personagens. Afinal, a atração é um recorte da vida desses bilionários, que dentro do mundo da série vão continuar a viver, ao menos que batam as botas (por enquanto no começo do novo ano ninguém morre!), depois que a série acabar.
O que fica claro que esse começo do quarto ano, é a série retorna como se a temporada 3 não tivesse acabado lá no ano passado, onde Succession volta no seu ápice, narrativo, desses personagens, e desses atores.
Succession retorna lá cima, com um texto afiado, e cheio das peripécias que acompanhamos ao longo das três últimas temporadas, onde a palavra desse retorno para o quarto ano é: alianças.
Afinal, depois que Kendall (Jeremy Strong, ótimo), Roman (Kieran Culkin) e Shiv (Sarah Snook) se unem para tentar derrubar o pai, Logan (Brian Cox, no seu melhor aqui e extremamente carismático), a situação se complica ainda mais na medida que eles precisam, além de lutarem entre si e também contra os competidores rivais que não podem ver o sangue Roy na área que não perdem tempo para atacar.
O novo ano então divide suas atenções para essa divisão entre os Roys na medida que a disputa pela compra da Pierce Global Media liderados pela cheiona Nan Pierce (Cherry Jones) chega na fase do “Agora ou Vai” e as ofertas são dadas por ambos os lados.
E claro que não seria Succession sem as extravagancias, os conflitos, e os exageros de sempre. No episódio de retorno os irmãos Roy estão de um lado, em reunião para tentarem bolarem ideias para a nova empresa que eles querem lançar, enquanto Logan “comemora” seu aniversário cercado pela alta sociedade e seu exercito de executivos, entre eles Tom (Matthew Macfadyen) e Greg (Nicholas Braun) que leva um encontro para o evento e a garota pasmem pede uma selfie com o patriarca.
E claro que a festa de Logan tem a presença também do seu filho mais velho, e candidato para a Presidência, Connor (Alan Ruck) que tem uma trama paralela à do controle da Waystar Royco que continua divertida, onde parece que o relacionamento com Willa (Justine Lupe) continua onde parou da temporada anterior.
E como falamos, o texto é o destaque como sempre. E os atores que os performam se debruçam neles como ninguém e estão nos seus melhores momentos. Vão dar trabalho nas categorias de atuação no Emmy, sem dúvidas, e merecidamente.
Cox garante uma das melhores cenas de Succession, quando no capítulo 4.01, manda seus executivos o zoarem enquanto esperam a negociação de uma das ofertas que o time Logan fez para a compra da empresa dos Pierce. Culkin se destaca do outro lado na medida que assume o lado mais questionador entre os irmãos e novamente garante boas risadas. Snook e Macfadyen continuam excelentes juntos, e tem um arco importante para o desenrolar do episódio de retorno e garante que as garras vão sair com eles divididos não só no relacionamento pessoal, mas também do corporativo. Aqui, fica claro que os dois estão casados com suas próprias ambições.
E os roteiristas tão colocando Macfadyen para trabalhar nesse começo do quarto ano de Succession, onde o ator e seu colega de cena Braun continuam incrivelmente bem com a dinâmica de sempre entre seus personagens, e aqui, uma história de Greg se apresenta no meio do caos da negociação e mostra o quão menor são os problemas do personagem perto da magnitude que o outros problemas que se apresentam ao longo do episódio inicial.
Fica claro nesse começo que todos os personagens estão posicionados para batalha, nesse jogo de xadrez que começou a ser jogado no minuto que Logan saiu do coma lá primeira temporada e a disputa pelo posto de CEO da Waystar Royco tem se desenvolvido.
No final, com uma temporada que promete, e muito, em termos de reviravoltas, e com um começo que realmente pavimenta tudo isso, Succession começa deixando claro mais uma vez, do por que de ser uma das séries que já entrou para a história de produções de sucesso do canal e que se é para terminar o ápice, melhor que seja assim.
Succession exibe seus episódios todos os domingos na HBO e HBO Max.