Bingo! Claro que uma série com o título The Woman in the House Across the Street from the Girl in the Window, que chega na Netflix com o título nacional de A Vizinha da Mulher na Janela, teria que ter alguém com o timing cômico de Kristen Bell como protagonista.
E a nova produção da Netflix, com 8 episódios curtinhos de 20, 30 minutos, que desembarca na plataforma no próximo dia 28, se apoia no talento de Bell em fazer personagens divertidas, excêntricas e até mesmo irritantes. E A Vizinha da Mulher na Janela é um bom projeto para você esquecer a Eleanor de Bell lá de The Good Place. E até mesmo por conta das semelhanças entre as duas personagens, eu por alguns momentos, achei que a trama de A Vizinha da Mulher na Janela poderia ter alguma coisa com The Good Place, mas aí seria muito óbvio e previsível, não é mesmo?
Esqueça qualquer elemento sobrenatural, A Vizinha da Mulher na Janela não tem nada disso. É uma história um pouco óbvia e previsível sim, mas pelo fato que se apresenta como uma divertida e pirada sátira para as produções e suspenses que ganharam força nos últimos anos depois do boom de Garota Exemplar (2014), depois A Garota no Trem (2016), e mais recentemente A Mulher na Janela (2021): aqueles filmes com uma dose de suspense que foram adaptados de livros do gênero que colocavam protagonistas lutando contra as coisas que poderiam ser de suas cabeças.
Aqui em A Vizinha da Mulher na Janela é isso que acontece só que os produtores, e os atores, tiraram o lado sério, e embarcam no humor, e entregam as cenas de uma forma mais sutil sem deixar de ser cômica, quase como se estivessem tirando sarro, ou fazendo um esquete para o Saturday Night Live sobre esse tipo de produção. E ao mesmo tempo que isso acontece, temos um caso de assassinato, ou pelo menos é isso que Anna (Bell, ótima) acha que viu através de sua janela numa noite depois de beber vinho e misturar com remédios. Aí que nossa trama se desencadeia: será que aquilo que ela viu é real? Ou foi fruto de sua imaginação/uma alucinação?
Segredos a parte, não vamos contar o que acontece aqui, pois a parte mais legal de A Vizinha da Mulher na Janela é ir assistir e construir este quebra-cabeça ao longo dos episódios (eu mesmo vi a temporada numa tacada só e foi ótimo), a forma como o time de roteiristas constroem essa história, onde eles pegam todos os clichês possíveis desses tipos de produções, colocam aqui, e contam essa história é o maior trunfo da série.
Segredos a parte, não vamos contar o que acontece aqui, pois a parte mais legal de A Vizinha da Mulher na Janela é ir assistir e construir este quebra-cabeça ao longo dos episódios (eu mesmo vi a temporada numa tacada só e foi ótimo), a forma como o time de roteiristas constroem essa história, onde eles pegam todos os clichês possíveis desses tipos de produções, colocam aqui, e contam essa história é o maior trunfo da série. Temos de tudo em A Vizinha da Mulher da Janela. A série nos apresenta o vizinho bonitão que muda para a casa de frente da casa de Anna, onde a chegada de Niel (Tom Riley) e Elizabeth (Appy Pratt) muda a dinâmica do bairro; o faz tudo caladão Buell (Cameron Britton) que sempre está por consertar a caixa de correio; a vizinha fofoqueira e intrigueira Carol (Brenda Koo); a melhor amiga e confidente Sloane (Mary Holland) e claro a detetive Lane (Christina Anthony) que é o puro suco de todos os detetives desses tipos de filmes e que claro está aqui para investigar o possível crime.
A questão é que Anna teve uma grande perda em sua vida, que atrapalhou o andamento do seu casamento, mesmo que Douglas (Michael Ealy) sempre esteja presente em sua vida e de sua carreira como pintora, e a fez ficar com diversas fobias, uma delas é temer a chuva, mesmo que ela sai por diversas vezes nela. Assim, Anna passa seus dias sentada em sua poltrona, com uma taça gigante de vinho, e por observar a vida dos outros vizinhos. Abre uma garrafa, coloca a rolha no pote, senta na poltrona que tá está manchada de vinho, pensa na vida. E quando ela acha que o destino colocou Niel e Elizabeth em sua vida, mais um balde de água fria cai nela: Neil namora com a comissária de bordo Lisa (Shelley Hennig).
As coisas se complicam quando Anna acha que viu alguém ser assassinado, mesmo que ninguém acredite nela. Afinal, sem corpo sem morte. Certo? Como falamos, seria tudo fruto da cabeça de Anna por conta da mistura de vinho com os remédios? Ou será que realmente ela viu mesmo alguém ser assassinado?
Sem entrar muito em spoilers, sinto que A Vizinha da Mulher na Janela percorre essa história por todos os caminhos possíveis até chegar no seu final, que é realmente o final mais óbvio de você imaginar se você está acostumado com esse tipo de gênero. Mas a forma como a trama é apresentada, as situações que são mostradas aqui e que totalmente apareceriam aqui se o texto se levasse a sério e não colocasse os personagens em situações das mais absurdas e hilárias possíveis. Temos reviravoltas a todo momento em relação aos suspeitos do tal crime, perfis secretos no instagram com fotos mais calientes, armas do crime plantadas, serial killers e o FBI envolvidos, e uma viagem para um Farol no meio do nada, super suspeito, e claro uma sequências de mortes muito estranhas mas que se conectam de uma forma ou de outra.
No final, A Vizinha da Mulher na Janela coloca todos esses clichês enormes com uma trama que te envolve por mais bizarra e surreal que seja que faz realmente parecer que estamos de férias lendo um desses livros. Curtinha, extremamente viciante, com uma maravilhosa atuação de Bell, aqui mais hilária do que nunca, a série tem começo, meio e fim, e um epílogo, tem pontas soltas, tem reviravoltas até o último momento, quem sabe vem aí uma temporada 2?
Assim A Vizinha da Mulher na Janela parece pregar uma peça na medida que a trama avança nos episódios finais e te dá as respostas imediatas que você espera. O bom é que você não precisa esperar muito por elas. Bingo! Elas se desenrolam na sua frente, como se estivessem rindo junto com você.
A Vizinha da Mulher na Janela chega em 28 de janeiro na Netflix.