sábado, 02 novembro, 2024
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A Fera | Crítica: Simples, filme com Idris Elba entrega bom filme de sobrevivência

Saem os crocodilos assassinos entram os leões em Hollywood… é com essa premissa que A Fera (Beast, 2022) chega nos cinemas estrelada pelo ator britânico Idris Elba.

É uma premissa simples, e que foi abusada abusada já com os diversos outros animais, não só crocodilos e jacarés ao longo dos anos. E ao pegar essa simplicidade, A Fera sabe muito bem brincar com isso e faz um filme direto, nem muito fru fru e que no final entrega um bom filme de sobrevivência. 

Idris Elba em cena de A Fera
Foto: © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

“Lions and Tigers and Bears, Oh My!” Uma das coisas mais interessantes de A Fera é a forma como o diretor Baltasar Kormákur conseguiu aproveitar das grandes paisagens e dos cenários do continente para os transformar em personagens de apoio para o filme e que ajudam a contar essa história.  É como se as planícies, as árvores, os lagos, e até mesmo as montanhas servissem como parte fundamental para o desenvolver da trama e que fazem de A Fera um filme extremamente bonito de se assistir. A geografia da região ao mesmo que ajuda os personagens a se esconderem, também, às vezes, os deixam completamente expostos e isso que o filme sabe bem balancear.

É um mix de documentário do National Geo, só com um Idris Elba e seu olhar sério e compenetrado por aí, ao longo das cenas. O longa também entrega algumas cenas com a população local que também são incríveis de se ver. Assim, Kormákur garante que o espectador se ambiente bem no cenário africano antes da trama de sobrevivência começar efetivamente e faz com que A Fera seja quase uma experiência imersiva ao acompanharmos a chegada do Dr. Nate (Elba) e suas duas filhas Meredith (Iyana Halley) e Norah (Leah Jeffries) na região, em busca de se conectarem com a aldeia que a mãe delas, já falecida, nasceu e viveu durante parte de sua vida. 

A Fera coloca essa família de luto para confrontar seus demônios, porque nada melhor que um tempo em família juntos, num país tropical, sem acesso à internet, ou algum tipo de comunicação, né? E dá para ver que Meredith e Norah chegam na África com uma grande bagagem e isso deixa as personagens serem um pouco irritantes, talvez pelo fato delas estarem reclamando do calor com jaquetas de frio (a conexão veio de Londres), o que elas agem como o estereótipo das adolescentes da geração Z (só faltou um dancinha no tiktok) e tudo mais. E até mesmo o personagem de Elba soa um pouco gênerico demais, e o ator não imprime uma presença totalmente marcante, é ele no filme, mas poderia ser o The Rock, poderia ser o Jason Statham, poderia ser qualquer outro desses “macho man” de Hollywood. Mas em A Fera é Elba, e que no final das contas faz, como sempre, o serviço muito bem, sem dúvidas.


E assim, na medida que o roteiro Ryan Engle nos apresenta as dinâmicas familiares complicada que os Samuels vivem nesse período difícil, também ensaia um pouco como o longa vai se desenvolver na medida que a família, e o amigo da família, o explorador Martin (Sharlto Copley) embarcam em uma viagem por uma rota não muito frequentada pelas savanas e conhecem um pouco também da dinâmica da selva com um outro instrutor local e descobrem como os leões da região se comportam, caçam, e vivem em seus bandos. 

Iyana Halley, Idris Elba e Leah Jeffries em cena de A Fera
Foto: © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

As ameaças que a grande África os reserva não vem só da presença dos animais do local, e sim, também de outros seres humanos, de caçadores ilegais de animais selvagens. O que A Fera entrega e prepara ao longo do filme é um embate entre Idris Elba e um leão gigante e feroz que se vê no meio de uma caçada e que fará de tudo para sobreviver e com isso vai atacar. É matar ou morrer. É a lei da selva.

A história de Engle trabalha com o fato de quem é a presa e quem é o caçador de uma forma muito interessante. A presença do tal leão perigoso no começo é só uma sombra, um mistério no ar a ser enfrentado (e economizado em efeitos especiais, claro), mas quando realmente somos introduzidos para a ameaçadora figura, A Fera ganha ares de suspense e realmente garantem boas, intensas e tensas cenas de perseguição na medida que o ataque do leão vem a qualquer minuto.

 Ao colocar o personagem de Elba e das duas filhas presos em um jipe no meio da floresta, com pouca água, nenhuma comunicação e a mercê do grande felino, o longa ganha um gás e realmente te prende na cadeira para sabermos o que vai acontecer, e quem, possivelmente vai sobreviver. Como falamos, a trama de A Fera é enxuta, vai, e segue, para os caminhos que deveria ir, sem muita o que tentar inventar, e garante bons momentos ao longo de suas rápidas nem 2 horas. 


Avaliação: 2.5 de 5.

A Fera chega nos cinemas em 11 de agosto pela Universal Pictures.


Miguel Morales
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