segunda-feira, 23 dezembro, 2024
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7500 | Crítica

7500 parece não decolar efetivamente, mesmo com uma boa atuação de Joseph Gordon-Levitt em uma trama tensa e angustiante.

Produções dentro de aviões sempre passam aquele tom bastante desesperador e uma sensação de claustrofobia pelo fato da história ser confinada dentro de um espaço pequeno e os envolvidos não poderem sair dela tão facilmente, afinal, estão presos num local de metal à alguns quilômetros de altura do chão. Tenso imaginar não é mesmo? Mas quando embarcamos, na vida real, em um avião tentamos não pensar nisso, é só um ônibus voador, certo?

E basicamente essa é grande premissa que o filme 7500 (2019) passa. O número não quer dizer a quantidade quilômetros que o voo se passa, ou o número de passageiros a bordo, e sim um código usado na aviação quando o avião é sequestrado. 

A modalidade ficou amplamente divulgada após os atentados de 11 de setembro, onde um grupo extremista sequestrou um avião comercial e o arremessou para as Torres de um complexo empresarial em Nova York. E desde de então Hollywood tem feito produções que abordam o tema, algumas mais complexas outras mais simples em sua proposta. Os destaques ficam com os filmes Voo Noturno (2005) e Plano de Voo (2005), já 7500 entra nessa segunda leva e depois de rodar alguns festivais de cinema ao redor do mundo, onde o filme faz escala na Prime Video com um dos lançamentos da semana.

Aqui, quase que exclusivamente 7500 se passa na cabine de um avião rumo à Paris, onde rapidamente conhecemos os pilotos Michael Lutzmann (Carlo Kitzlinger) e Tobias Ellis (Joseph Gordon-Levitt) as suas relações de trabalho, e suas dinâmicas dentro do ambiente de trabalho que para os dois é um avião gigante comercial.

7500 | Crítica
Foto: Prime Video

7500 começa com um ritmo lento, onde o sentimento de tensão é criado aos poucos e de forma bastante gradual, afinal se você leu qualquer coisa sobre o filme antes de o assistir sabe que a qualquer momento o avião será sequestrado. E 7500 cria toda uma contextualização para os eventos desesperadores que irão se desenrolar. Seja como funciona a entrada e saída da cabine dos pilotos com o botão de acesso, o rádio que se comunica com a central em Terra,  ou até mesmo a relação entre Tobias e a aeromoça Gökce (Aylin Tezel).

E puff, os sequestradores se aproveitam de um procedimento padrão da companhia, logo no início do voo, para tentarem assumir o seu controle e invadem a cabine principal. Assim, 7500 começa de uma forma alucinante uma tentativa dos pilotos de salvarem todos passageiros, e eles próprios, do sequestro em andamento. 

Mas efetivamente 7500 parece que nunca decola, algumas situações são criadas, e desenvolvidas de uma forma extremamente rápida e por pura conveniência do roteiro escrito pela dupla Patrick Vollrath e Senad Halilbasic. A câmera quase sempre parada, ali como se o espectador estivesse ali junto e participando dos eventos ajuda a criar o sentimento intenso proposto pelo longa. Ao assistir boa parte da ação pela câmera de segurança da cabine dos pilotos ajuda a criar esse ambientação que o filme quer se passar, mas as escolhas narrativas dos personagens, desde do piloto de Gordon-Levitt, que aliás está muito bem, até mesmo para um dos sequestradores (Omid Memar) acabam por deixar o filme não entregar uma certa profundidade nas discussões que a história apresenta como questões de imigração e xenofobia. A série Noite Adentro consegue criar uma trama muito mais interessante, talvez pelo fato de ter mais tempo para contar sua história.

No final, 7500 parece que nunca vai para frente em termos de contar uma boa história, mesmo com um ator talentoso, e uma premissa interessante. Mas em ritmo de quarentena, até que 7500 cumpre seu papel mesmo que poderia tentar alçar voos maiores. 

Nota:

7500 disponível na Amazon Prime Video.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

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