Prestes a estrear seu novo ano na Netflix, resolvemos fazer um recap e uma crítica de The Crown para dar aquela refrescada na memória! No drama lançado no serviço de streaming acompanhamos a trajetória da Rainha Elizabeth II e a série retrata de forma muito bem, o delicado equilíbrio entre o seu mundo privado e a vida público e os produtores prometeram a cada temporada veremos o período de 10 anos do reinado da monarca.
Protagonizada pela atriz Claire Foy, a primeira temporada, com 10 episódios lançados em 2016, começa com a Princesa de 25 anos que enfrenta a perspectiva avassaladora de liderar a monarquia britânica e ao mesmo tempo tem que construir um relacionamento com o duro e autoritário Primeiro Ministro Winston Churchill (John Lithgow). Logo no primeiro episódio, 1×01 – Wolferton Splash, somos introduzidos a família real da Inglaterra e a trama que começa no ano de 1947 com Elizabeth e Philip (Matt Smith) mostra o casal noivos e todo o drama envolvendo o Rei George VI (o fantástico e hipnótico Jared Harris) lutando contra um câncer. Assim, a temporada começa com Elizabeth começando a aprender os ofícios para assumir o lugar do pai à frente do trono.
A série se destaca desde do começo pelo seu excelente visual tanto estético e de fotografia, quando de ambientação da época, com muitas locações reais, a produção não teve medo de gastar fazendo essa temporada ser a série mais cara da história. Stranger Things pode ter todo o hype envolvido mas não se engane The Crown é a jóia da coroa da Netflix, impecável visualmente a série é um grande acerto em termos técnicos e cada cena tem uma preocupação com os detalhes, seja em uma vestimenta, alguma parte do palácio ou claro em um olhar ou feição dos atores. Esses estão muito bem escalados principalmente Foy e Lithgow que mergulharam de cabeça em seus papeis e os dois saindo vencedores nas últimas premiações, ela como Melhor Atriz em Série Dramática no Globo de Ouro e ele Melhor Ator Coadjuvante no Emmy.
Em relação aos roteiros apresentados, todos eles são escritos por Peter Morgan e a série é feita para ser vista e apreciada com calma, com episódios longos de aproximadamente 1 hora a série usa muito do seu tempo para apresentar personagens e no final seu ritmo lento e contemplativo ajuda a quem assiste se ambientar e sentir dentro do seriado. Com a trama se desenrolando aos poucos e mostrando a complicada relação entre a monarquia e uma Inglaterra que gostaria de abraçar o moderno, os episódios inicias acabam por ajudar o expectador a se familiarizar com o sistema politico inglês e claro como a própria princesa se comporta em relação aos membros do Parlamento e do Primeiro Ministro. As cenas de Foy com o Lighgow principalmente no episódio 1×03 – Windsor onde os dois começam a trabalhar juntos após a morte do Rei são fantásticas, bem escritas e bem dirigidas.
O bom de The Crown que a série consegue costurar suas tramas paralelas com a trama principal (na primeira temporada é a ascensão de Elizabeth ao trono). A produção faz um de seus melhores episódios no 1×04 – Act of God quando Londres ficou tomada por uma grande neblina no ano de 1952 e o roteiro consegue mostrar e criar uma analogia fantástica sobre o futuro do pais com a possibilidade de uma mulher no comando do país depois de muito tempo. O discurso de Lighgow como Churchill sobre a posse da nova rainha é arrepiante, sonoro e devastador e faz o primeiro bloco de episódios termina de uma forma bem impactante quando a Rainha é coroada na Abadia Westminster durante o episódio 1×05 – Smoke and Mirrors.
O drama, como falamos, trabalha suas histórias paralelas de forma uma clara, elas vão e retornam dentro da primeira temporada e deixam a história ainda mais interessante. A relação Philip (um ótimo Smith) e Elizabeth é bastante aprofundado principalmente nos episódios finais (1x08 – Pride & Joy e 1×09 – Assassins) e a relação da Princesa Margaret (a envolvente Vanessa Kirby) com a irmã e com o deveres com a familia real. Mesmo com uma romantização um pouco novelesca entre as relações dos personagens, The Crown consegue fazer quem assiste se importar com a história tanto dos personagens, quanto da família onde nos faz perceber que atrás dos títulos, jóias e criados estão pessoas reais, com sentimentos, desejos e defeitos.
A série claro é focada na Rainha Elizabeth e com o final de temporada se passando em 1956, vemos o amadurecimento da jovem Rainha e a trajetória enfrentada por ela tanto em relação as disputas no governo, o jeito de conduzir o pais e não ficar as sombras do pai nem do marido e moldar a Inglaterra que saiu enfraquecida da guerra.
Com cara de cinema, The Crown é tão bonita quanto o retrato de Vossa Majestade pendurado em alguma ala do Palácio de Buckingham, com magníficos cenários e atuações fortes, a série é uma obra fascinante que deve ser vista pelos amantes de boas produções e bons roteiros. Um drama majestoso.
A segunda temporada de The Crown estreia em 08 de Dezembro na Netflix.
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