Buscando… (Searching, 2018), ao estrear no Festival de Sundance desse ano, conseguiu criar uma fama para si e um hype enorme, tanto sobre o filme propriamente dito quanto para a atuação de John Cho. O boca-a boca cresceu, o filme foi comentado e as pessoas que o assistiram sempre vinham com elogios rasgados para a produção.
Agora, ao estrear nos EUA e logo em seguida aqui no Brasil, vemos que tudo aquilo que foi falado, comentado e divulgado nas redes socais era apenas verdade. Buscando… acaba por ser um dos filmes da temporada e uma das melhores produções do ano.
Com direção de Aneesh Chaganty, em seu primeiro longa-metragem como diretor, o filme se destaca por seu formato inovador onde história se passa completamente nas telas de dispositivos como celulares/computadores, mas para gente, o maior chamativo de Buscando…é, com certeza, pelas atuações dos atores John Cho, Michelle La e Debra Messing que realmente estão fantásticos e se entregam 100% para compôr esses personagens.
Durante o filme, a sensação de angustia e apreensão toma conta de quem assiste, onde parece que o espectador se vê dentro da produção, e isso tudo é possível graças ao modo como Buscando… foi feito, gravado e editado. Parece que o espectador é um componente da história e junto com os personagens acompanha a trama, que é super ágil no melhor estilo piscou-perdeu, pela tela de seu computador ou celular.
Em Buscando… vemos que a família Kim sofre um bocado com a morte de Pam (Sara Sohn), o que faz com que David (John Cho, fantástico num dos melhores papeis de sua carreira) e Margot (Michelle La em seu primeiro papel) acabem por se distanciar um pouco. Mas quando a menina desaparece, sem deixar nenhuma informação, David parte numa jornada desesperadora para encontrar a filha.
John Cho e Michelle La realmente conseguem passar uma relação pai-e-filha completamente real, genuina e que chega a ser até mesmo triste em diversos momentos. Debra Messing como a policial responsável pelo caso também está muito bem e mesmo por ser mais conhecida por seus papéis em comédia (a eterna Grace do seriado Will & Grace), a atriz mostra uma dramaticidade pouco explorada por ela.
O filme acaba por ser um turbilhão de emoções, ao mostrar como a tecnologia ajuda e também afasta as pessoas e mostra que às vezes é a única ferramenta que os jovens acham para terem seu lugar no mundo, serem vistos e lidarem com seus próprios sentimentos. Buscando… mostra também que podemos ser mais propensos e às vezes nos abrir com um completo e total estranho do que com uma pessoa que está ali “ao vivo”.
O roteiro escrito por Aneesh Chaganty e Sev Ohanian acaba por ser completamente eficiente, te prende começo ao final e te deixa ali na ponta da cadeira para saber o que vai acontecer. É como se acompanhamos o filme na velocidade de um clique que vai de página em página enquanto o mouse desce e o cursor rola pela tela bem rapidinho. Um efeito impressionante tanto de desenvolvimento da história, quanto da edição que na versão brasileira, traduziu todas as interações que acontecem para o português, num trabalho fantástico da equipe nacional.
Em Buscando…. tudo que você acha que vai acontecer não acontece onde o roteiro vai lá e muda de direção e faz, talvez, com que o filme tenha a maior quantidade de plot twist e reviravoltas em uma trama até agora no ano. O silêncio ensurdecedor dos cliques, o tom dos toques dos celulares ao tocarem a cada momento e as cenas gravadas pelas câmeras tremidas, onde vemos os personagens correrem para procurarem Margot, apenas deixam a atmosfera do filme super densa e elevam a produção para um outro patamar.
Definitivamente Buscando… é para se ver na maior tela possível.
Buscando… chega nos cinemas em 20 de setembro.
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